SOCIALIZAÇÃO X ISOLAMENTO: entendendo como cuidar da sanidade

SOCIALIZAÇÃO X ISOLAMENTO: entendendo como cuidar da sanidade

Estamos vivendo uma experiência enquanto humanidade sem precedentes: a pandemia do Corona Vírus. E com ela uma avalanche de mudanças de rotina, inclusive a diretriz da quarentena que nos priva da socialização e nos coloca em isolamento como medida preventiva e de contenção da proliferação do vírus e também do número de casos positivos, sejam eles com ou sem sintomas.

Isto de fato tem mexido com o emocional de todos nós, seja pelo fato de nos depararmos com as incertezas do não saber como lidar com este contexto, o não saber o que estará por vir, quando passará, dimensão dos impactos, seja porque nos leva a quebrar paradigmas relativos ao planejamento, uso do tempo, formas de trabalho, relacionamento com nós mesmos, os outros e o mundo. Uma verdadeira revolução para todos nós enquanto humanidade.

IMPACTOS DO ISOLAMENTO

Pois bem, aproveitando este contexto, resolvi falar sobre o que acontece neste contexto em que temos nossa liberdade de ir e vir limitada por motivo de força maior e saúde pública. Segue abaixo alguns pontos que você pode já estar sentido na pele ou ainda não, mas pode estar percebendo em algumas pessoas à sua volta neste período de quarentena:

  1. Aumento da ansiedade: que pode ser sentido pelo aumento de ruminação mental, agitação motora, problemas de sono (insônia), e outros sintomas;
  2. Aumento de comportamentos compulsivos: muitos passam a comer mais, beber mais, jogar mais, usar mais substâncias e mesmo comprar mais, como forma de usar o tempo, gerar alívio às emoções desagradáveis, incertezas, medos, ou mesmo extravazá-las;
  3. Aumento de pensamentos e comportamentos obsessivos: como nosso contexto nos exige maior rigor com a higiene pessoal e de ambientes, muitas pessoas passam a ter comportamento exagerado de extrema preocupação com limpeza, organização, medo de contágio, medo de morte entre outros pensamentos obsessivos relacionados a danos e doenças;
  4. Elevação dos fatores de estresse: muitas pessoas percebem mais fatores estressores por conta desta restrição forçada de trânsito/liberdade e isto contribui para mudanças e oscilação de humor. Os principais fatores de estress são: tempo de isolamento indeterminado, medo de contágio, frustração, tédio, perda de rotina, redução da socialização presencial, diminuição do contato físico, medo de faltar suprimentos, perda de renda, incertezas;
  5. Negação: vemos nitidamente em pessoas que se negam a perceber a gravidade da situação, expondo-se ou expondo às pessoas em volta, sem tomar os devidos cuidados orientados pela ANVISA e Ministério da Saúde. Vemos, por exemplo, muitos casos de idosos querendo manter a rotina de antes, sair de casa, ignorando ser o grupo de risco, mais sensível ao contágio;
  6. Raiva: muitas pessoas apresentam esta emoção mais a flor da pele, evidenciando seja por comportamentos mais agressivos verbais, intelorência, impaciência, explosividade. A Raiva também revela uma não aceitação do contexto e uma luta consciente ou não para fazer algo para solucionar ou mesmo resgatar o status quo anterior a tudo isso. É uma enervia de luta, sobrevivência, proteção à flor da pele que se evidencia através da raiva de formas diversas;
  7. Tristeza: há pessoas que já se conectaram mais com esta emoção pelo sentimento de impotência, de não sentir seu poder de ação frente ao contexto, de não saber lidar com as incertezas, e por se conectarem com a dor do outro, a dor do mundo, de toda a humanidade.
  8. Oscilação de humor: muitas pessoas ao longo de um dia podem apresentar neste período de isolamento bastante oscilação de humor (alegria, tédio, raiva, tristeza, etc). Isso por conta do processo de mudança de rotina forçada, restrição de liberdade de trânsito, limitação do espaço e restrição da socialização. O fato é que o isolamento nos coloca de frente com várias porções nossas que no dia a dia por estarmos ocupados(as) não prestamos atenção e/ou nos distraímos de dores e medos que não queremos sentir, mas que agora temos tempo e espaço para acessar tudo isso;
  9. Mudanças no apetite: pela mudança de rotina, ficar em casa e muitas vezes não saber o que fazer para ocupar o tempo e seu mental, você pode sentir mais ou menos vontade de comer. É preciso ficar atento para não gerar problemas de saúde e mesmo tornar uma compulsão;
  10. Confusão mental: algumas pessoas podem apresentar este comportamento fruto da exposição demorada aos fatores estressores, mas o que vemos de mais imediato é a alta exposição a avalanche de notícias e fake News, tirando delas o senso de precisão x realidade, perda da confiança nas fontes de informação, confusão e em casos mais graves pode levar à perda de noção da realidade;
  11. Perda da noção de tempo: algumas pessoas com o passar dos dias podem se sentir perdidas em relação a dia da semana, horários, trocar turnos por conta da quebra de rotina e isolamento forçados. Isto demanda atenção para não gerar processos de desconexão mais graves e mesmo dissociativos;

ESTRATÉGIAS DE BEM ESTAR, PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE

Agora que já sabemos o que pode acontecer quando temos nossa socialização reduzida e somos submetidos a um período longo de isolamento social, como o que estamos vivendo de quarentena, podemos sim pensar em como trabalhar para manter nossa sanidade mental, nossa saúde psicoemocional. Sim é possível e devemos totalmente focar em estratégias de promoção de saúde e prevenção frente a todo este contexto incerto e estressor. Confira abaixo que podemos fazer para cuidar da sua saúde mental e psicoemocional neste contexto, para atravessar ele com menor impacto negativo possível:

  1. Pratique as estratégias de higienização pessoal e de ambientes, assim como de isolamento. FIQUE EM CASA;
  2. Resiliência: praticar a resiliência é trazer o olhar de curiosidade, do que se pode aprender com tudo isso que estamos vivendo, com todos os desafios diários físicos, psicoemocionais, materiais, etc. Ser resiliente é acolher o contexto que estamos vivendo, olhar para o que pode ser feito no momento, com os recursos disponíveis e promover a fé, a confiança de que tudo passará, aceitando o momento como eles se apresenta de forma ativa;
  3. Praticar atividade física: fazer exercícios em casa é muito importante para movimentar nosso corpo, trabalhar toda nossa química cerebral e ativar todos os processos fisiológicos. É uma atividade de alto impacto na promoção de bem estar e redução do estresse mental e físico, para combater a letargia que podemos sentir neste período de isolamento;
  4. Estruture uma nova rotina: procure manter seus horários de refeição, sono como antes, estabeleça um horário para seu trabalho remoto, estabeleça até 5 ações/tarefas para seu dia de modo a dar foco. Faça isso tanto para você como para seus familiares e filhos. Isto ajuda e muito a diminuir a sensação de incerteza, de estar perdido ou à deriva, de confusão mental com o passar dos dias de isolamento, por manter seu relógio biológico minimamente orientado;
  5. Restrinja o volume de informações: especialmente quanto ao que você assiste nos noticiários de tv, internet, redes sociais, e ao que recebe de parentes e amigos. Evite esta avalanche de noticias e escolha 1 canal oficial para informar-se apenas 1 vez ao dia. Isto ajuda a diminuir a ansiedade, a perda de confiança pela imprecisão das informações e a prevenir confusão mental e desconexão da realidade. Lembre-se que você se manter 24h ligado e informado não vai fazer você resolver ou sair da situação mais rapidamente. Só contribuirá para sua exposição a mais fatores estressores;
  6. Desligue o celular e todas as notificações de texto e sonoras: fazer isto contribui e muito para a redução de hiper vigilância, estado de alerta por esperar novas notícias, comunicações, e eleva sua presença e seu foco ao se concentrar no que você pode fazer no aqui e agora, sozinho ou com familiares;
  7. Conecte-se e consuma conteúdos positivos: leituras, vídeos, filmes, desenhos animados, músicas, podcasts, séries que nos façam desfrutar da melhor forma nosso tempo, com sentido, nos fazendo sentir que valeu a pena dedicar nosso tempo à aquela atividade e nos preencheu de sensações e informações boas, produtivas, tornando nossa experiência de isolamento mais leve. Foque em conteúdos que proporcione bem estar físico, mental, psicoemocional, espiritual;
  8. Pratique atividades manuais, artesanatos e arterapia: praticar atividades manuais é uma excelente estratégia de meditação ativa, ou seja, de fazer você direcionar seu tempo, energia e foco em algo produtivo e que faz você estar presente, com sua atenção focada, combatendo ansiedades, pensamentos negativos, pessimistas e fazendo bom uso do seu tempo de isolamento;
  9. Conecte-se!: o isolamento social forçado é apenas presencial, não total! Você pode e deve se manter conectado com familiares, amigos, utilizando plataformas e apps de vídeo (whatsapp, Skype, zoom, hangout), fazer lives nas redes sociais(instagram, facebook) para se conectar com as pessoas, compartilhar e receber algo de positivo desta experiência (boa música, orações, meditações, atividades físicas, dançar, mensagens reflexivas positivas, etc). Você pode e deve se manter conectado online para manter este senso de pertencimento e partilha com todos;
  10. Organização com sentido: se for para colocar em prática seu senso de limpeza e organização, então procure um motivo positivo para fazer, como mudar disposição de móveis e objetos de lugar, separar o que doar e o que descartar, dar novos sentidos aos objetivos ou mesmo customizá-los para novos usos. Enfim, faça isso como uma estratégia de promoção de bem estar, prazer, ressignificação, e não para potencializar seus medos e obsessões;
  11. Aprenda e desenvolva-se: aproveite este tempo para aprender novas técnicas, conhecimentos e desenvolver novas habilidades a partir de cursos onlines gratuitos ou não disponíveis pela internet. É uma estratégia também de bom uso do tempo, assim como manter seu cérebro em atividade e com foco;
  12. Peça ajuda: ao invés de se arriscar saindo para comprar o que precisa, peça ajuda a parentes e amigos; Este recado é especialmente para os idosos e grupo de risco mais sensível ao contágio. Se expor não vai resolver seu problema, só piorar. Quebre este automatismo de querer resolver tudo por conta própria e sozinho(a). Tem várias pessoas que estão aí para ajudar você, mas é preciso você querer e permitir-se se ajudado. Isto vale também para buscar ajuda profissional, por exemplo, buscar a psicoterapia online neste período como medida preventiva e de promoção de saúde mental e psicoemocional para atravessar este momento. Permita-se ser ajudado;
  13. Foque em atividades prazerosas: elas ajudam a promover maior bem estar, tornar mais leve seu período de isolamento, liberando hormônios do prazer no seus sistema;
  14. Ajude o próximo: isso você pode fazer de várias formas, seja se colocando disponível para comprar itens de necessidade pessoal e levar até sua porta, escutar o outro genuinamente, de forma empática e ativa, dar palavras de incentivo, manter-se emocionalmente e virtualmente conectado com ele(a) exercitando o apego, pertencimento, afeto, conexão de forma genuína, compartilhando de forma positiva esta temporada de quarentena. Ajudar o outro e ser ajudado gera um grande bem estar físico e psicológico;
  15. Seja criativo!: coloque sua criatividade em ação para pensar em diferentes atividades, criar brincadeiras, novos objetos, produzir artisticamente (escrever, compor, pintar, esculpir, encenar, etc) para fazer bom uso do seu tempo e promover muito bem estar físico e psicológico.

Espero que este texto possa ajudar você a atravessar de forma mais leve, presente, confiante, ativa este período de isolamento que a quarentena está nos impondo. Que você possa voltar seu olhar para o que há de positivo em tudo isso, aprendizados, oportunidades, criações, inovações, reflexões, conexões entre outros aspectos que podemos levar conosco para contar muitas histórias depois que tudo isso passar. Conte comigo e com todos à sua volta!

Para ampliar sua leitura sobre o assunto, confira os links abaixo:

https://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/2020/03/24/os-impactos-psicologicos-da-quarentena-e-como-reduzi-lo/

http://www.periodicos.usp.br/reeusp/article/download/129784/126368

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092015000200006

https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/view/266

 

AUTOCONHECIMENTO: o impacto na prática

AUTOCONHECIMENTO: o impacto na prática

Ouvimos diariamente o quanto é importante investir no autoconhecimento por diversos motivos, especialmente quanto à promoção de desenvolvimento, aprendizados e melhoria contínua. Mas qual impacto do autoconhecimento na prática? Vamos falar sobre este tema hoje.

CAMINHOS PARA O AUTOCONHECIMENTO

Podemos promover o autoconhecimento por diversos caminhos e estratégias: leituras, vídeos, podcasts, fazer terapia, retiros, meditação, coaching, alimentação, atividade física, atividades e vivências em grupo, trabalho, voluntariado, socialização, relacionamento, hobbies, espiritualidade. Todos estes caminhos permitem você ampliar sua visão e refletir sobre quem você é, o que tem feito, suas realizações, suas conquistas, qualidade de vida, realizações, sua saúde de forma integral.

Perdas e fracassos também são caminhos de autoconhecimento, ainda que muitos de nós resistamos lidar, enfrentar, acolher estes momentos como vias de aprendizados. Até porque nossa sociedade reforça muito a importância do trabalho, das conquistas materiais como caminhos para o sucesso e realizações. Mas você já parou para pensar o que é sucesso e realização para você? E que o trabalho faz parte da nossa vida? Você vive para trabalhar ou trabalha para viver ?

AUTOCONHECIMENTO NA PRÁTICA

Mas como é possível vivenciar o autoconhecimento na prática. Vamos a alguns exemplos dentro do que sinalizamos mais acima como caminhos de autoconhecimento.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA LEITURA, VÍDEOS E PODCASTS

Cada livro que lemos, cada artigo, reportagem que entramos em contato, se mostra como uma ferramenta de aprendizado e melhoria contínua. Talvez sejam os livros, assim como vídeos, podcasts as ferramentas mais acessíveis para promoção de autoconhecimento, por encontrarmos diversos destes materiais gratuitos ou mesmo a baixo custo.

Eles nos permitem ampliar nossa visão relação à nossa realidade, interna e externa, tanto em relação a nós mesmos, nosso estilo de vida, nossa prática profissional, como nos posicionamos no mundo, os grupos que fazemos parte, em relação ao mundo que fazemos parte, sociedade, o quanto estamos de fato contribuindo para melhorias e como ativamos nosso poder de ação no dia a dia com nós mesmos e com as pessoas à nossa volta para promover transformações.

São doses de reflexão que permitem você se perguntar “quem eu sou? O que eu quero ser? O que estou fazendo? Como estou fazendo? Como posso mudar, transformar a mim mesmo(a) e meu raio de ação? Como posso contribuir mais junto às pessoas da minha comunidade sendo quem sou, através do meu trabalho ou outra forma de agir no mundo?

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA PSICOTERAPIA

Fazer terapia é uma rica jornada de autoconhecimento. É fazer a escolha de conhecer a si mesmo como ferramenta de transformação. Fazer terapia é abrir-se para acolher vulnerabilidades, aprender com elas, superá-las, bem como conhecer suas forças pessoais e o que você pode fazer através de tudo isso, como você pode ativar  seu poder de ação para ser uma pessoa melhor e ajudar às outras à sua volta, assim como sua comunidade, natureza, política, economia.

Fazer terapia é um ato político e social, que parte do individual para o coletivo. Você pode fazer terapia individual ou em grupo. Seja qual for a metodologia, proporcionará muitos aprendizados a partir de sua jornada, quedas e vitórias, assim como ao se abrir para as histórias dos que estão à sua volta, ao escutar ativa e genuinamente o outro, suas dores, suas vulnerabilidades, conhecer suas fraquezas e fortalezas, assim como seus aprendizados e ressignificações de jornada.

Definitivamente, e quebrando o tabu que ainda existe em pleno 2020, TERAPIA É PARA TODOS,  e não somente para quem sofre de alguma doença, transtorno ou distúrbio psicoemocional, psiquiátrico. Permita-se este caminho de autoconhecimento e transformação.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DO COACHING

Fazer um processo de coaching é uma estratégia muito rica e prática de autoconhecimento, porque esta metodologia provoca você o tempo todo refletir para entrar em ação. Refletir de diversas formas, mas sempre tendo em mente um objetivo específico a ser alcançado de modo a direcionar seu poder de ação para realizar mais e melhor, com assertividade rumo aos resultados que está buscando.

As sessões de coaching sempre tem um caminho de reflexão, busca de sentido e motivos para entrar em ação, e alavancagem, ou seja, direcionar em forma de ações, passos estruturados o que você refletiu antes para se aproximar do que está buscando.

O coaching, assim como a psicoterapia, promove o desenvolvimento de habilidades e funções executivas, como tomada de decisão, e resolução de problemas, conduzindo você a ser, viver, realizar, alcançar, conquistar alinhado com o que você acredita, seus valores, sua visão de mundo.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA ALIMENTAÇÃO

Alimentar-se de forma saudável é também um caminho de autoconhecimento. Isto porque cada indivíduo é um sistema parte de um todo, mas com necessidades específicas.

Comer bem e saudável é um processo continuado de escolhas. Ele faz você aprimorar também seus processos de tomada de decisão, reforçando os motivos que levam você a uma alimentação saudável.

Há pessoas que escolhem comer bem e saudável para viver mais e melhor, outras por motivos estéticos, outras para se sentirem mais energizadas e terem alta performance, outras para lidarem com enfermidades crônicas e autoimunes. Não importa o seu porquê, o fato é que para você tomar a decisão de comer bem e saudável, você precisa se conectar com seus motivos, com o sentido de fazer sua escolha e transformação diária a partir da sua alimentação.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física é uma verdadeira jornada de autoconhecimento que faz você entrar em contato com seus limites, com a sua motivação ou falta dela, motivos para viver mais saudável, desenvolver resiliência física e psicoemocional ao lidar com os altos e baixos que temos ao longo de uma jornada de treinos e pausas, seja por qual motivo for.

Do mesmo modo que a alimentação, pessoas decidem praticá-las por diversos motivos: promoção de saúde e bem estar, energia para melhor performar, melhorar resistência e imunidade frente a enfermidades crônicas e autoimunes, viver mais e melhor. E de novo repito: seja qual for o seu motivo, fazer uma atividade física também envolve escolhas, tomar decisões diariamente e se conectar com seus motivos para ser, fazer, realizar e conquistar o que se propõe, alinhado aos seus valores e estilo de vida que está buscando.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DE VIVÊNCIAS EM GRUPOS E SOCIALIZAÇÃO

Participar de grupos, sejam eles terapêuticos, retiros, atividades culturais, atividades artísticas, atividades físicas, intelectuais e de aprimoramento técnico, entre outros, é uma rica jornada de autoconhecimento através do compartilhar de experiências, ideias, talentos, habilidades e conhecimentos.

É uma forma de conhecer a si e aos outros, promover conexões afetivas, vínculos, empoderamento que só o convívio social nos proporciona, a partir dos relacionamentos que estabelecemos.

É fundamental lembrarmos e termos sempre em mente que somos seres sociais, e isto quer dizer que para sermos enquanto indivíduos precisamos uns dos outros. Nos reconhecemos enquanto semelhantes e diferentes em muitos aspectos que constroem e fortalecem nossa identidade.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DO TRABALHO

O trabalho também é uma rica ferramenta de autoconhecimento. Quando fazemos uma escolha profissional, muitas pessoas buscam uma profissão conectando seus interesses pessoais com conhecimentos das disciplinas, habilidades comportamentais e técnicas, assim como outras tantas escolhem considerando o reconhecimento de determinadas áreas pelos seus familiares, amigos, pares, relevância no meio. O fato é que seja pelo caminho que for, toda escolha profissional fala de nós, de quem somos, dos nossos valores, necessidades emocionais, necessidades materiais, causas que nos conectamos entre outros motivos. E isto muda ao longo da nossa vida, das nossas transformações, vitórias, perdas, fracassos,  que nos servem como oportunidades de reflexão, reconexão com nossos valores e essência e ressignificação da nossa vida e carreira.

É importante lembrar que o trabalho também nos proporciona espaço para exercício de contribuições sociais, diretas ou indiretamente, de ajudar pessoas diretamente com nossas habilidades e talentos, ou mesmo através do próprio negócio, empregando pessoas, levado soluções, produtos, inovações, transformando a sociedade e o meio ambiente.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DO VOLUNTARIADO

O voluntariado nos permite aprender com o ajudar do outro, de quem mais precisa. Aprender com o fazer no social, com a promoção de bem estar e saúde para o outro, de inclusão social, promoção de dignidade à vida, respeito, desenvolvimento de habilidades e conhecimento por uma iniciativa, escolha, decisão de exercer sua contribuição social a partir de projetos e causas específicas.

Estas ações provocam ampliação de visão de mundo, transformações em sentidos de vida, ressignicações, desenvolvimento de empatia, escuta ativa, acolhimento, contato com o que é essencial à vida, com o que realmente importa, a partir desta jornada de colocar-se disponível para ajudar o outro.

Além disso, fazer voluntariado é um ato político e social, de colocar seu poder de ação diretamente na prática, no seu raio de ação, para superar desafios e lacunas que existem na nossa realidade sócio-político-econômica, de assumir responsabilidades e colocar-se como cidadão ativo no mundo.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA HOBBIES

Fazer uma atividade de hobby é um caminho de autoconhecimento através da criatividade, do lúdico e sem expectativas de retornos materiais. Alguns até transformam hobbies em trabalho ou mesmo empresas, mas quando falamos de praticar um hobby, falamos de decidir fazer algo diferente da sua rotina de trabalho, doméstica, e que permita você se conectar com o que gosta de fazer, interesses, desenvolver novas habilidades aprimorar sua expressão, comunicação, relacionamento, capacidade cognitiva, motora, socialização entre outros aspectos.

Você pode fazer um hobby ligada às áreas artísticas, esportivas, gastronomia, criação e inovação, natureza e meio ambiente. Não  importa qual for, você terá oportunidade de se conhecer ainda mais, reduzir o impacto do estresse e rotina na sua vida, melhorar sua regulação emocional, ampliar suas estratégias de lazer, diversão, desfrute, bem estar e qualidade de vida.

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA ESPIRITUALIDADE

A espiritualidade é uma dimensão de nós seres humanos que precisamos praticar, cultivar tão quanto as outras (social, biológica, psicológica e cultural). É uma dimensão que nos faz entrar em contato com o sentido de nossas vidas, quem somos, nossos valores, construção de identidade, por que e para que fazemos o que fazemos diariamente.

Podemos praticar autoconhecimento através da espiritualidade dentro e fora de templos, participando ou não de egrégoras e religiões. Não existe um formato “standard” para se cultivar a espiritualidade. Existem caminhos diversos, tanto individuais como em grupo, que nos provocam reflexões existenciais sobre SER, EXISTÊNCIA, PROPÓSITO, FÉ, VIDA, MORTE entre outros aspectos que nos mobilizam a pensar, mudar e transformar a nós mesmos, nosso microcosmos, provocar mudanças nos outros, no mundo, ao longo da nossa jornada de vida.

Muito bem, deu para ver com é o autoconhecimento na prática? Como ele pode acontecer por inúmeros caminhos? O fato é que todo processo de autoconhecimento tem grandes impactos na mudança de vida, promoção de saúde integral, bem estar e qualidade de vida, assim como pessoas mais felizes consigo mesmas, mais realizadas com seus trabalhos, seus relacionamentos, suas escolhas e atuando como cidadãs efetivas em suas comunidades e grupos.

Então, comece agora mesmo, escolha 1 caminho que para você faça sentido neste seu momento de vida e permita-se. Tenho certeza que valerá a pena e terá muitas histórias e aprendizados para compartilhar muito em breve!

ALCOOLISMO: qual a relação da família no tratamento

ALCOOLISMO: qual a relação da família no tratamento

Alcoolismo, ou Síndrome de Dependência do Álcool (SDAS),  como atualmente é nomeada, é um dos tipos de dependência química, ou seja relacionada ao uso de substância psicoativa que, no caso o álcool, age no sistema nervoso central e gera alterações de comportamento, humor e cognições.

É uma substância depressora, capaz de lentificar nossa atividade cerebral, diminuir a velocidade de processamento, provocando a redução de limites, e causando efeitos como desinibição, sonolência, desatenção, desconcentração, letargia.

É uma doença hoje considerada em níveis graves em termos de saúde pública, mas  que apresenta dificuldades ainda em seu reconhecimento e tratamento por questões culturais presentes na cultura brasileira que validam o uso social e recreativo do álcool. Muitas pessoas ainda não associam o uso abusivo e frequente do álcool a uma doença, a uma dependência química.

O alcoolismo, assim como outras doenças e dependências químicas, é um complexo fenômeno, já que envolve fatores de natureza biológica (componentes genéticos, hereditários), psicológica (temperamento, personalidade, recursos psicoemocionais), e social (interações sociais, relacionamentos, experiências pessoais, profissionais, cultura, etc). Existem alguns fatores que estimulam e/ou levam muitas pessoas ao uso do álcool de forma abusiva e/ou estabelecer a dependência química, são eles:

  • Curiosidade
  • Influência de amigos e familiares (incentivo sócio-cultural)
  • Busca de autoafirmação (baixa autoestima)
  • Desejo de fuga dos problemas (evitação)
  • Coragem para agir
  • Busca de prazer
  • Dificuldades para lidar com situações difíceis, dolorosas
  • Hábito (dependência)
  • Redução de ansiedade, raiva e/ou irritação (hiper-compensação)
  • Facilidade de acesso

E no âmbito das interações sociais, família e amigos, é importante reconhecer qual o papel deles , qual a relação que eles têm no sentido de incentivar o uso ou ajudar o paciente no seu tratamento.

AMIZADES

Como falamos mais acima, os amigos podem ser um dos fatores que estimulam o uso do álcool. Isto acontece quando grupos costumam se reunir com frequência e necessariamente sempre envolvendo o uso do álcool, o que para um dependente ou uma pessoa sujeita desenvolver a dependência química do álcool, este fator termina se configurando como gatilho para o uso abusivo que, com o passar do tempo, estimulam o desenvolvimento da dependência.

Isto não quer dizer que as amizades são sempre um fator de risco. Falar isso seria uma distorção de hiper-generalização. Mas o fato é que, é preciso que a pessoa que tenha a dependência ou esteja sujeita a desenvolver, amplie seu leque de relações de modo que ele possa encontrar pessoas que não façam uso do álcool e sirvam de apoiadoras no seu processo. E que aquelas que façam uso eventual, meramente recreativo, também possam ajudá-la a resistir e restringir o uso de álcool contribuindo positivamente no seu processo de recuperação e prevenção de recaídas, mostrando que é possível socializar-se e divertir-se sem necessariamente envolver o consumo de álcool.

FAMÍLIA

A família é um dos componentes mais complexos e multideterminante nos casos de alcoolismo. Seja pela presença do componente hereditário (base biológica), seja pela transmissão do comportamento (modelação e transmissão transgeracional), seja por gerar outros fatores de estímulo/incentivo ao uso abusivo e dependência (validação do uso do álcool no ambiente familiar , aspectos culturais, facilidade de acesso, frequência de uso x hábitos familiares, relações conflituosas, etc).

Muitos pacientes iniciam seu uso de álcool muito cedo e mesmo dentro do ambiente familiar, seja porque o alcoolismo já está presente e instalado naquela família, seja por fatores de incentivo a partir das interações sociais e familiares.

É muito comum também a presença do uso de álcool associado a outros processos de sofrimento ou adoecimento psicoemocionais (depressão, ansiedade, compulsões, etc). Se é um fator preexistente num contexto familiar, o risco é ainda maior para as crianças neste ambiente entenderem como algo normal, corriqueiro, habitual e mesmo benéfico o uso do álcool, facilitando assim o início cada vez mais jovem e a estruturação da dependência química a partir de influências familiares.

Outro componente importante a ser ressaltado é a resistência de muitos usuários  a encarar este hábito como doença, como dependência química,  e não entender a necessidade de busca de ajuda e tratamento profissional. Isto prejudica tanto a ele como às relações familiares à sua volta, já que seus familiares muitas vezes são expostos a seus sintomas, prejuízos, internações, acidentes de trânsito, situações difíceis, conflitantes, ou mesmo constrangedoras para eles e para o próprio usuário.

Uma informação de grande relevância sobre o impacto do alcoolismo na família está neste trecho extraído de artigo científico (mais abaixo):

“sobre os efeitos do alcoolismo na família, estudos demonstram que viver em um ‘ambiente alcoolista’ afeta negativamente os descendentes de alcoolistas e que, para cada alcoolista, cinco ou seis pessoas da família são afetadas. Problemas familiares como desavenças, falta de credibilidade e desconfianças são sentimentos despertados nas pessoas que já passaram pela experiência de ter um dependente e, quando há um dependente na família, todos adoecem.” (Filizola, Perón, Nascimento, Pavarini & Filho 2006)

Neste trecho, os autores nos elucidam o quanto o alcoolismo têm este potencial de acometer não só o usuário, mas toda a sua família, assim como a dependência relacionada a outras substâncias psicoativas e mesmo outros quadros de enfermidade. Isto trás a tona a importância de olhar o problema do alcoolismo como sistêmico, não só com foco no usuário, mas também incluir, acolher, ouvir, orientar e convidar os familiares a participarem ativamente do tratamento do paciente em questão, contribuindo para sua melhoria e a de todos envolvidos.

Assim como falamos das relações de amizades, a família exerce um papel chave no tratamento e prevenção.  Se o paciente tem uma família apoiadora, com relações mais saudáveis e que entende que de fato aquele familiar tem um problema de saúde a ser tratado, a família pode servir de “escudo” frente à situações de risco, ajudando o paciente a mapeá-las assim como evitá-las, contribuindo positivamente para o tratamento.

Porém, quando se tratam de famílias tóxicas, ou seja, com muitas relações conflituosas, turbulentas, adoecidas ou mesmo que contribuam para o sofrimento psicoemocional do paciente, potencializando quadros de ansiedade, depressão, angústia e inseguranças frequentes dos mesmos, esta família pode se tornar mais um fator de risco para o paciente, e incentivando a buscar alívio do seu sofrimento no uso contínuo do álcool como estratégia “relaxante” e/ou “anestésica” frente ao seu sofrimento.

Para saber mais sobre alcoolismo e compreendê-lo na família e seus impactos, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452006000400007

https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4579.pdf

 

PLANO DE VIDA X PLANO DE CARREIRA: como conciliar

PLANO DE VIDA X PLANO DE CARREIRA: como conciliar

Cada vez mais ouvimos as pessoas e empresas falando sobre a importância do trabalho com significado, do propósito, de gerar impactos e contribuições através do trabalho, projetos que fazemos parte. Mas o que isso de fato quer nos chamar a reflexão? Vamos falar sobre isto e especialmente sobre como conciliar plano de vida e plano de carreira.

TRABALHO FAZ PARTE DA VIDA

Um primeiro ponto que é fundamental lembrarmos é que o trabalho é uma dimensão da nossa vida. Vida e trabalho não são coisas separadas. Você não é mais de uma pessoa. Você é um ser único, que vive dimensões de vida e existência de forma integrada, sendo o trabalho uma destas dimensões.

Porém vivemos numa sociedade que supervaloriza o foco no trabalho, na performance, nos resultados através do trabalho, de que pessoas de sucesso necessariamente trabalho 12h ou mais horas por dia e que focam somente nesta esfera de vida.

Mas isto é uma distorção, totalmente disfuncional, que vem adoecendo física e psicoemocionalmente milhares de pessoas, já que somos seres que temos múltiplas dimensões e necessidades.

Veja nesta imagem que mostra as 5 dimensões do ser que precisamos promover e fazer florescer na nossa jornada:

 

“QUANDO EU …AÍ EU PODEREI…”

Se o trabalho é uma dimensão da nossa vida, então, como podemos estruturar um plano de carreira conciliando com o plano de vida? Esta pergunta surge exatamente porque não estamos habituados a pensar nossa vida como um todo, e para muitas pessoas simplesmente parece estranho pensar nesta pergunta. Porque estão automatizadas a focar no trabalho, a priorizar o trabalho e aquele velho pensamento “quando eu me aposentar”, ou “quando eu conseguir meu primeiro milhão”, ou mesmo “quando eu for reconhecido profissionalmente” ou “quando eu comprar meu apartamento e meu carro…, aí eu poderei focar na vida pessoal”.

Como podemos ver, estes pensamentos simplesmente fazem a gente viver focado numa perspectiva de trabalhar, direcionar esforços, para algo que está no nível das idéias, de hipóteses futuras que poderão se concretizar ou não, afinal, é simplesmente irreal a ideia de que podemos controlar todas as variáveis da nossa vida e que os planos sempre podem sair como os imaginamos.

Este movimento seriamente contribui para os altos índices de pessoas com sérias dificuldades de lidar com frustrações, dificuldades de regulação emocional, índices cada vez mais alarmantes de quadros de depressão, burnout, ansiedade e suicídio. Isto porque tal mentalidade estimula a criação de muitas expectativas, que poderão ou não serem concretizadas (o famoso meme “expectativa x realidade” representa bem isto) e dificulta o experienciar do presente, do aqui e agora, do como a vida real se mostra a cada instante.

CICLO DA REALIDADE

O fato é que é preciso lembrar do conceito de ciclo da realidade. Este conceito nos faz refletir que, antes de fazermos, de entrarmos em ação, é preciso termos clareza de quem queremos SER. Veja a imagem abaixo sobre como se estrutura o ciclo da realidade:

Quando primeiro pensamos o que queremos SER, estamos direcionando o nosso mental a pensar num senso de IDENTIDADE e numa VIDA COM SENTIDO. E naturalmente começamos a estruturar pensamentos que geram motivos para estruturarmos objetivos, metas, para entrarmos em ação, ou seja, uma congruência cognitiva e comportamental, isto é, pensamento congruente com atitude direcionado ao que se estruturou de mentalidade, de sentido de vida. Isto faz toda a diferença na estruturação de um plano de vida e de carreira bem alinhados, conciliados, contribuindo fortemente para melhor lidar com eventuais mudanças de rotas e frustrações.

CLAREZA PARA SER>>FAZER>>TER>>REALIZAR

Em suma, é preciso termos clareza do que queremos SER, para podermos FAZER ações congruentes com este sentido de existência, de viver. Daí ao entrarmos em ação, ao fazer o que precisa ser feito, nós chegamos no TER, ou seja, nos retornos e resultados das ações que fizemos e por fim alcançamos o REALIZAR, que é o senso de realização com o que desejamos ser, com o que fizemos ao longo da jornada, com as conquistas e resultados, tudo isso alinhado, congruente, contribuindo para a sensação de felicidade, plenitude, vida com sentido.

PROPÓSITO E CONTRIBUIÇÃO

E a história de que começamos falando sobre trabalho com sentido, propósito, contribuição?  Exatamente entra nesta mesma lógica. Quando falamos sobre trabalho com sentido estamos trazendo esta lógica de criar uma congruência entre o trabalho, o negócio e quem faz ele acontecer. Naturalmente o propósito vem como o sentido que se espera deste trabalho, o por quê trabalhar e para quê trabalhar, o por quê e o para quê de um negócio existir, gerar serviços, produtos. E a contribuição por trás de tudo isso se conectar com o incluir as pessoas, a comunidade, o meio ambiente, ou seja, qual impacto positivo e responsabilidade social se deseja gerar para construir um mundo melhor para se viver, preservar os recursos que hoje e contribuir com inovações para as gerações futuras.

E para concluir nossa reflexão de hoje, convido você a pensar o que você quer ser neste novo ano que está chegando. Procure visualizar a pessoa que você quer ser, como estará, quais sensações, emoções quer sentir, quais relações quer viver, construir, fortalecer, seja com você com outras pessoas, com os grupos e comunidades que você faz parte. Visualize o que você fará para estar alinhado com quem você quer ser, em todas as esferas de vida, incluindo seu trabalho, seu negócio.

A partir daí construa e/ou atualize o seu plano de carreira a partir desta ótica de quem você quer ser. E vá construindo uma rota do que você precisa fazer nos próximos 12 meses, 2 anos, 5 anos, 10 anos, 15 anos, 20 anos na sua jornada profissional para ser quem você quer ser e gerar as contribuições e impactos positivos no seu raio de ação a partir do seu trabalho. Fazendo isso você construirá um plano de carreira alinhado com sua vida, seu sendo de identidade, seus valores, seu propósito. Experimente fazer diferente neste novo ano que está se aproximando.

 

PS: Se precisar de ajuda, é só entrar em contato que fazemos esta rota de ação juntos em sessão.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: por que desenvolver

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: por que desenvolver

Falamos no artigo anterior sobre Educação Emocional. Agora vamos falar sobre como desenvolvê-la, incluindo o conceito de Inteligência emocional.

Segundo a psicologia, a inteligência emocional é um processo de reconhecimento de e avaliação das emoções e desenvolvimento de habilidades emocionais e comportamentais, tornando o indivíduo mais hábil no lidar com as próprias emoções, reconhecer as dos outros e promover estratégias de enfrentamento mais assertivas.

A inteligência emocional envolve a prática diária de reconhecimento de emoções e geração de estratégias assertivas de como  lidar com eles. Não quer dizer dar tratamento somente a emoções negativas, já que muitas pessoas quando em estado de euforia também podem perder a mão em suas entregas, comunicação e relacionamentos.

Gerenciar e desenvolver estratégias assertivas de como lidar com as emoções gera benefícios tanto no campo pessoal como profissional, sendo o principal deles o equilíbrio e bem estar.

São 5 os indicadores de Inteligência Emocional (IE):

  1. Autoconhecimento
  2. Gestão das Emoções
  3. Automotivação
  4. Relacionamento
  5. Empatia

A imagem abaixo resumo muito bem as características de pessoas que desenvolvem e praticam bem a inteligência emocional para viver com maior alinhamento, bem estar, saúde mental, equilíbrio, qualidade de vida e das suas relacionais. Veja:

Existem diversas práticas para você promover e exercitar o autoconhecimento, desenvolvendo, assim,  sua inteligência emocional. Seguem algumas dicas de atividades para que possa experimentar e sentir na prática seus resultados:

  • Psicoterapia individual e em grupo;
  • Coaching individual ou em grupo;
  • Leituras, filmes, vídeos e podcasts sobre autoconhecimento;
  • Terapias orientais (reiki, acupuntura, yoga, etc) e corporais;
  • Atenção Plena (exercícios de mindfullness e meditação)
  • Retiros espirituais e/ou terapêuticos;
  • Treinamentos e avaliações comportamentais.

O autoconhecimento é parte do desenvolvimento da inteligência emocional. É um processo que precisa ser cultivado e alimentado por toda a vida. Através dele aprendemos mais sobre nós mesmos, como nos relacionamos com os outros e nos posicionamos no mundo. Aprendemos técnicas e reconhecimento e regulação emocional, treinamento de habilidades sociais que super contribuem para que você desenvolva:

  • Maior percepção de suas emoções, sejam elas positivas e negativas;
  • Entendimento dos significados, eventos e situações a elas relacionados;
  • Estruturação e treinamento de estratégias assertivas de enfrentamento;
  • Treinamento e desenvolvimento da empatia;
  • Treinamento e desenvolvimento de autocompaixão;
  • Treinamento e melhoria nos processos de comunicação;
  • Otimização das relações pessoas e profissionais, garantindo expressão e respeito aos direitos e necessidades das pessoas envolvidas
EDUCAÇÃO EMOCIONAL: o que é e por que praticar

EDUCAÇÃO EMOCIONAL: o que é e por que praticar

Em tempos em que temos acompanhado tantas notícias difíceis, comportamentos e discursos bélicos, intolerância, preconceitos os mais diversos, além do aumento e casos de suicídio em todas as idades, bem como as estatísticas de adoecimento psico-emocional, em especial depressão, quadros de ansiedade, pânico, adicções, compulsões, falar sobre educação emocional torna-se fundamental. Hoje neste artigo vamos falar o que é e por que é importantíssimo praticar a educação emocional.

EDUCAÇÃO EMOCIONAL: O QUE É?

Educação emocional, como o nome em si já nos sinaliza, é um processo educativo direcionado a conhecer, nomear as emoções, reconhecer a presença delas, seus gatilhos, prestar atenção no que elas falam sobre nós, o que elas querem transmitir de informação. Como pode perceber, são várias ações envolvidas no processo, e isso não nascemos sabendo, é um processo que aprendemos ao longo do nosso desenvolvimento.

Nossas primeiras referências de como reconhecer e acessar emoções são os nossos cuidadores, isto é, pais, familiares, professores, sendo lá na infância nossas primeiras “aulas” de educação emocional feitas por eles de forma consciente e intencional ou não.

Antigamente não se falava muito sobre este assunto. Porém hoje, cada vez mais, se torna de suma importância falar sobre as emoções, educação, regulação e processamento emocional, como etapas e estratégias de saúde mental, treino e desenvolvimento de comunicação e expressão assertiva.

Todas estas ferramentas impactam nas relações que estabelecemos, e é melhor que aprendamos para fazer o impacto ser positivo, estabelecermos relações saudáveis e possamos conhecer mais sobre nós mesmos, os outros e o mundo que vivemos

REGULAÇÃO EMOCIONAL

A regulação emocional é uma estratégia que também aprendemos como parte da educação emocional. Consta de ferramentas práticas como exercícios respiratórios, de atenção plena, focalização, técnicas cognitivas e vivenciais, que nos ajudam a perceber nosso estado emocional e, mais do que isso, nos ajuda a despotencializar e regular emoções muito intensas.

Na regulação emocional, a proposta é perceber a presença da emoção, assessá-las e regulá-las, sem sucumbir a elas, entendendo que as emoções fazem parte de nossa experiência psico-emocional, de que não somos as emoções em si, mas que muito temos de aprender com elas. E para isso é preciso aceitar a presença delas, abrir-se e permitir-se senti-las.

Vivenciar processos emocionais são também estratégias de autoconhecimento e aprendizagem, mas que não passam pelas articulações racionais, lógicas, cognitivas. Aqui o aprendizado se dá através do sentir, do perceber.

POR QUE PRATICAR A EDUCAÇÃO EMOCIONAL?

Praticar a educação emocional é uma importantíssima estratégia de prevenção e promoção de saúde mental. Aprender a reconhecer e nomear as emoções abre portas para um aprendizado através do sentir, que muito contribui também para processos cognitivos e executivos, como a tomada de decisão, resolução de problemas, mediação de conflitos.

Incluir o aprendizado através das emoções como parceiro de processos executivos é de grande riqueza, pois as emoções ajudam a reconhecer sensorialmente o que nos faz bem e o que não nos faz bem.

É muito recorrente ouvir no consultório pessoas que sinalizam não conseguirem entrar em ação ou tomar uma decisão, por conta de um medo muito grande, uma vergonha, uma insegurança, um desamparo e falta de apoio. Quando elas começam a reconhecer as próprias emoções, isso abre portas para elas conhecerem as necessidades emocionais que desejam e precisam buscar suprir.

A partir daí poderão direcionar sua atenção para estratégias assertivas de comunicação interpessoal, ou seja, de modo a pedir o que precisa, quebrar possíveis distorções cognitivas (pensamentos disfuncionais automáticos, crenças limitantes) que a impedem de ser em sua plenitude.

Sendo assim, praticar a educação emocional proporciona alguns destes benefícios:

  • AUTOCONHECIMENTO
  • ATENÇÃO PLENA
  • AUTOPERCEPÇÃO
  • APRENDIZADOS através do SENTIR
  • AUTORRESPEITO
  • AUTOCUIDADO
  • REGULAÇÃO EMOCIONAL
  • EQUILÍBRIO
  • ASSERTIVIDADE na COMUNICAÇÃO e RELAÇÕES

COMO PRATICAR A EDUCAÇÃO EMOCIONAL

O processo de educação emocional envolver várias etapas e muita, muita prática. Mas para ficar mais claro e resumido o que aprendemos ao desenvolver estratégia, segue o abaixo etapas do processo:

  1. Conhecer e nomear as emoções;
  2. Aprender a reconhecê-las;
  3. Aprender que todas as emoções são importantes para nosso autoconhecimento, tanto as agradáveis como as desagradáveis, e que todas elas nos ensinal algo importante sobre nós;
  4. Identificar gatilhos que sirvam de precipitantes das emoções. Podem ser situações estressoras, conversas difíceis, relações, pessoas, perdas, avaliações, julgamentos, emoções, fatos, acontecimentos que nos sintamos impactados, afetados, emocionados a partir deles;
  5. Aprender a prestar atenção às emoções, estar presente, em estado de atenção plena, e aceitar a presença delas, assim como prestar ação ao que elas sinalizam sobre nós mesmos;
  6. Identificar quais automatismos reproduzimos com frequência, tanto de pensamento quanto de comportamento, e a quais emoções eles se conectam;
  7. Regular a intensidade, quebrar distorções de pensamentos associados;
  8. Propor novas e diferentes ações das que seu sistema já está habituado a fazer de forma automatizada, mas nem sempre deixa você bem, pleno, saudável e com plenas condições de lidar com os desafios cotidianos;
  9. Treinar e aprender com os resultados gerados;
  10. Persistir e voltar para sua rota a cada recaída.
  11. Desenvolver a continuidade;
  12. Fortalecer e firmar estes novos hábitos de prevenção e promoção de saúde.

Este aprendizado pode acontecer por diferentes estratégias, seguem algumas delas que deixo aqui para você como sugestão de práticas:

  • Terapia individual
  • Terapia em Grupo
  • Técnicas de meditação e mindfullness (atenção plena)
  • Life Coaching
  • Palestras psicoeducativas sobre educação emocional ou inteligência emocional;
  • Palestras sobre prevenção e promoção em saúde mental;
  • Palestras e workshops sobre regulação emocional;
  • Técnicas cognitivas (TCC);
  • Técnicas vivenciais (Terapia do esquema, TCC, TFE);
  • Técnicas de autocompaixão, perdão e compromisso (ACT);
  • Atividades físicas, especialmente que exigem atenção plena(ex. yoga);
  • Atividades artísticas que ajudam a trabalhar expressão através do corpo e voz (ex. teatro, dança, canto, etc);

Estas são algumas sugestões, mas é enorme o número de técnicas e possibilidade de praticar a educação emocional por conta própria, promover na sua empresa, na sua escola, faculdade, universidade. O fato é que quando aprendemos e praticamos a educação emocional, todos saem ganhando, pois amplia o autoconhecimento, melhora a comunicação e expressão de desejos, necessidades, direitos, consequentemente melhorando a qualidade das relações,  posicionamento, ações, tomadas de decisões, escolhas, contribuições no mundo.

Experimente, faça, aprenda muito com esta estratégia de autoconhecimento, convide e incentive as pessoas que ama e que estão à sua volta, promova na sua empresa, organização. Você mesmo verá na prática melhorias significativas na prevenção e promoção de saúde mental, processos decisórios, participação e engajamento, melhoria em comunicação, assertividade, qualidade, resultados, proporcionando mais equilíbrio, inteligência ao lidar com as emoções e desafios do dia a dia.

E para quem quer saber mais, ficam abaixo estas dicas de leitura e filme:

TRANSGÊNERO: o que significa?

TRANSGÊNERO: o que significa?

O debate sobre o preconceito tem sido cada vez mais ampliado, especialmente no que diz respeito às questões de gênero, violência e direitos humanos. Pensando em contribuir positivamente para esta reflexão, hoje falaremos sobre o que significa transgênero.

O CONCEITO

O termo transgênero diz respeito a uma identidade de gênero auto-atribuída pelo indivíduo que se percebe diferente seu sexo biológico. Por exemplo, um homem transgênero reconhece-se como homem, porém nasceu com sexo biológico feminino, assim como uma mulher transgênero se reconhece como mulher, porém nasceu com genitália e aparelho reprodutor masculino.

É importante ressaltar que o termo transgênero não se restringe apenas à oposição entre percepção identitária oposta à configuração biológica (sexo biológico, masculino x feminino). Este conceito inclui variações identitárias, ou seja, pessoas que não se reconhecem exclusivamente masculinas ou femininas, ou identidades de gêneros não-binárias, como é o caso dos bigênero, pangênero, poligênero, demigênero, gênero neutro, terceiro gênero, agênero, e gênero fluido.

HISTÓRIA DO CONCEITO

O termo transgênero foi definido pela 1ª vez em 1965 pelo médico psiquiatra da Universidade de Columbia John F. Oliven. Foi ele quem defendeu a ideia de diferença e dissociação do conceito de transgênero em relação aos conceitos de sexo biológico e orientação sexual. Ele trouxe esta visão de identidade, ou seja, daquilo que é visto, percebido, atribuído pelo indivíduo e pela comunidade. Nos anos de 1970, os termos “pessoa transgênero” e “pessoa trans” passaram a ser utilizados em termos gerais pela comunidade, sendo abreviado para a sigla TG em 1976, em materiais educativos.

Do termo transgênero evoluiu-se para criação do conceito de “comunidade transgênero”, em 1944, contribuindo para geração de apoio, pertencimento, defesa da causa e a estruturação de políticas e direitos da pessoa transgênero a partir do Conferência Internacional sobre Direito Transgênero e Política de Emprego em 1992.

TRANSEXUAL X TRANSGÊNERO

O termo transexual, ou transexualidade, diz respeito a aspectos mais materiais do sexo, ou seja, aspectos anatômicos, características físicas, biológicas, extrínsecas ao indivíduo. Já o termo transgênero diz respeito às características intrínsecas, ou seja, sua autopercepção identitária, sua autoimagem, desejo e relação com sua sexualidade.

Assim, é possível perceber pessoas transgênero que, na busca de congruência transgênero, ou seja, autenticidade, congruência genuína entre como se percebem, sua identidade, sexualidade com o corpo e características físicas, para se sentirem confortáveis com sua aparência física externa, terminam buscando por tratamentos hormonais, cirurgias de mudança de sexo e redesignação sexual e psicoterapia como estratégia de alinhamento entre aspectos intrínsecos e extrínsecos de sua autoimagem e identidade de gênero. Mas nem todos os transgêneros necessariamente passam por estes tratamentos, seja porque não sentem necessidade destas estratégias para se reconhecerem como tal e serem autênticos na sua expressão e vida, seja pelos custos envolvidos, especialmente nos tratamentos hormonais e cirurgia. 

Outro ponto importante a ser ressaltado quanto à esta questão é que o conceito de transgênero não se relaciona ao de orientação sexual, mas como falamos, a uma identidade, a uma autopercepção, a uma autoimagem. Isto significa dizer que existem pessoas transgênero que possuem e praticam diferentes orientações sexuais, a exemplo:

  • Heterossexual: pessoa relaciona-se com outras do sexo oposto;
  • Homossexual: pessoa relaciona-se com outras do mesmo sexo;
  • Bissexual: pessoa relaciona-se com outras de ambos os sexos;
  • Pansexual: pessoa que se sente atraída sexualmente por outras pessoas apenas por atributos psicoemocionais, não sexuais;
  • Assexual: pessoa que não sente qualquer interesse por atividades sexuais.

Obs: Esta classificação de orientação sexual vale tanto para pessoas transgênero como para as cisgênero (identidade de gênero correspondente ao sexo biológico).

PRECONCEITO

Infelizmente a maior parte das pessoas transgênero têm enfrentado muitos tipos de preconceito e discriminação, em questões de direitos, necessidades, respeito, pertencimento (família, escola, instituições, grupos sociais, etc) bem como no mercado de trabalho.

Isto reflete o quanto é importante falar cada vez mais sobre as questões de gênero no sentido de esclarecer dúvidas, quebrar mitos limitantes e preconceituosos, assim como contribuir para a sociedade caminhar e estruturar leis e regras de respeito efetivo à pessoa.

A transfobia é o preconceito à pessoa transgênero de forma geral. Se levarmos em conta que todos somos seres humanos, simplesmente não faz o menor sentido qualquer tipo de preconceito, já que todos fazemos parte de uma mesma espécie, homo sapiens. Sendo assim, toda forma de preconceito trás consigo aspectos de medo (fobia, aversão) ao diferente associado a ideologias e práticas de desrespeito, violência e exclusão.

Historicamente, ao nascermos, uma informação levada em conta para termos nosso primeiro registro (ex. certidão de nascimento) é a identificação do nosso gênero biológico. Por conta disso, o gênero costumou ser identificado, a partir da nossa genitália, do nosso sexo biológico, ou seja, de como viemos ao mundo e com quais recursos físicos (características físicas biológicas), enquanto corpo e ser da espécie humana.

Mas com o passar dos anos, a partir das contribuições dos diversos estudos nas áreas da psicologia, psiquiatria, comportamento, sociologia, antropologia, relacionados à questões de gênero, uma separação conceitual progressiva passou a ser estruturada e precisa seguir sendo fortalecida, passando o gênero (cisgênero ou transgênero) a ser relacionado à construção da identidade (individual, social, cultural), a sexualidade como uma esfera de expressão de aspectos identitários e físicos, a orientação sexual como a forma como o indivíduo se relaciona (consigo e com os outros) no exercício da sua sexualidade, e o sexo biológico relacionado a aspectos puramente físicos e anatômicos do sujeito.

Portanto, é preciso falar para refletir, compreender, esclarecer cada vez mais. O entendimento e a consciência levam a mudanças comportamentais efetivas. Pensar que falar sobre todas estas questões é estimular, promover é um erro grotesco, preconceituoso e enviesado, assim como falar de suicídio não estimula mais pessoas se matarem, mas, pelo contrário, incentiva-as serem acolhidas, ouvidas, respeitadas e estimuladas a pensarem em novos sentidos para continuar existindo.

A educação é e sempre será uma poderosa ferramenta para quebrar e vencer todo e qualquer tipo de preconceito, violência e exclusão. Pratique ela com as pessoas à sua volta e faça a sua contribuição direta para promovermos juntos o mundo como um lugar melhor para se viver.

COMO COACHING E PSICOTERAPIA PODEM JUNTOS MUDAR SUA VIDA

COMO COACHING E PSICOTERAPIA PODEM JUNTOS MUDAR SUA VIDA

Este artigo surgiu a partir de uma dúvida frequente de muitas pessoas que me procuram ou já são clientes atuais: é possível fazer coaching e psicoterapia ao mesmo tempo? Para que eles servem e como que eles podem me ajudar?

As pessoas costumam a procurar uma ajuda profissional quando estão com algum tipo de incômodo ou estão com dificuldades em superar um desafio ou atravessar um momento difícil. Mas será que estes incômodos podem ser tratados por qualquer profissional? A resposta categoricamente é NÃO.

A depender do que você esteja vivenciando no seu momento, pode ser importante procurar um médico, um psicólogo, um coach, um mentor, um sacerdote, um professor ou outro profissional especializado. Mas o ponto importante aqui é: é preciso ter clareza da sua questão para poder melhor direcionar seus esforços na busca de ajuda, alinhada ao que você necessita no momento, inclusive ações multidisciplinares em conjunto. Iremos aqui nos ater a explicar como o coaching e a terapia podem juntos contribuir para mudar sua vida.

COACHING

O coaching é uma metodologia de ação e resultado. Pessoas que fazer coaching buscam esta metodologia porque querem alcançar mais e melhores resultados de forma assertiva. Muitas vezes, elas sozinhas não estão chegando onde querem, seja porque não conseguem se organizar, ou por não conseguirem direcionar foco e poder de ação para atingir suas metas, seja porque não sabem por onde começar, seja porque são diversas suas possibilidades de escolha.

E isto significa dizer que elas, ao longo do processo, vivenciam reflexão, estruturação de ideias e recursos para entrarem em ação rumo ao que desejam alcançar, mudar, transformar, realizar. Elas têm poder de ação preservado e ativam ele para realizar o que precisa ser feito para alcançar seus resultados.

Mas, muitas vezes, nós coaches recebemos pessoas que até querem muito mudar algo em si mesmas (ex: emagrecer, autoimagem, comunicação, relacionamentos, etc), mas se deparam com aspectos extremamente limitadores (mentalidade, comportamentos, vícios, compulsões, etc), conscientes ou inconscientes, que lhes paralisam e lhes roubam o poder de ação.

Quando isto acontece, se elas entram somente num processo de coaching podem até mesmo piorarem em seus sofrimentos psico-emocionais relacionados às transformações e resultados que querem realizar, por aumentarem seus níveis de frustração ao não conseguirem entrar em ação. E aí é que entra a psicoterapia como estratégia complementar de alto impacto.

PSICOTERAPIA

A psicoterapia é uma poderosa estratégia de autoconhecimento, promoção de inteligência emocional, tomada de consciência de padrões repetitivos e autossabotadores. Ela ajuda você a lidar melhor com suas emoções, se conhecer melhor, trabalhar conflitos internos e estratégias de enfrentamentos não assertivas, assim como apoia você a encontrar novos sentidos para sua vida, para suas realizações, ressignificar experiências difíceis, superar perdas e mesmo situações traumáticas.

Para que tudo isso seja possível, é parte desta jornada a flexibilização de pensamentos reestruturação cognitiva, liberação emocional, treino progressivo de habilidades que, como consequência, leva você a experienciar mais bem estar, emoções agradáveis, mudar sua relação com você mesmo, com os outros e visão de mundo, assim como resgatar seu poder de ação.

Sendo assim, é possível perceber que, quando coaching e psicoterapia caminham juntos, você tem a oportunidade de otimizar o seu processo evolutivo e assertividade de ação e resultados. Isso muda a sua vida para muito melhor, por promover maior efetividade de suas ações, maior realização, bem estar, satisfação, maior desfrute, plenitude e felicidade.

Em psicoterapia, você deve focar trabalhar tudo que for relacionado aos aspectos psicoemocionais, que lhe provoca sofrimento: desregulação emocional, paralisia de ação, distorções perceptivas das situações e pessoas, traumas, conflitos e autossabotagens.

Já no coaching, você deve focar na identificação do que você quer realizar/mudar/transformar/alcançar, quais recursos, passos e ações são necessárias ao alcance deste seu objetivo de processo, deve estruturar planejamento e rota de ação com metas parciais progressivas, monitorar de seus resultados e efetivamente entrar em ação para que seu resultado se torne realidade.

A única ressalva que faço, caso você queira fazer coaching e psicoterapia juntos é que seu(a) coach e seu(a) psicólogo(a) sejam profissionais diferentes, mas que caminhem juntos como parceiros. Esta parceria torna o seu processo mais rico, assertivo e efetivo.

PERSONALIDADE, CARÁTER, TEMPERAMENTO: o que eles têm a ver?

PERSONALIDADE, CARÁTER, TEMPERAMENTO: o que eles têm a ver?

É muito comum, no cotidiano, observarmos pessoas utilizando estes termos – personalidade, caráter, temperamento – muitas vezes como sinônimos para expressar informações sobre comportamento, jeito de ser de alguém, forma de pensar, sentir e agir. Mas será mesmo que se tratam da mesma coisa? O que estes conceitos têm a ver?  É disso que hoje falaremos aqui no blog.

TEMPERAMENTO

Segundo o referencial teórico da TCC (terapia cognitivo comportamental), o termo temperamento se refere aos componentes da nossa base biológica, ou inata. Diz respeito às informações genéticas que herdamos dos nossos pais referentes a características afetivas e volitivas, como o humor, introversão ou extroversão, afetividade, inibição ou impulsividade.

Diz respeito, assim, aos fatores genéticos e hereditários transmitido por nossos pais e antepassados e que chegam até nós via transmissão transgeracional de código genético “printado” em nosso DNA.

Cloninger é um dos autores que propôs a existência de 4 dimensões de temperamento, conforme abaixo:

  1. EVITAÇÃO A DANO: caracterizada por uma natureza mais esquiva, passiva e tímida, com inibição de comportamento frente à possibilidade de ameaça e/ou frustração. São indivíduos mais cautelosos, planejadores, ou medrosos, tímidos, passivos, ou mesmo pessimistas, que sempre estão empenhando esforços para evitar que algum dano lhes aconteça ou aos que lhe são importantes;
  2. DEPENDÊNCIA DE RECOMPENSA: caracterizada por uma natureza mais sentimental, emocional, voltado ao apego e empatia. Costumam ser aqueles indivíduos mais calorosos, abertos às interações, afetivos, mas também podem ser aqueles mais conhecidos como “bonzinhos”, numa versão mais submissa e insegura;
  3. BUSCA POR NOVIDADE: caracterizada por uma natureza exploratória, curiosa, impaciente, impulsiva frente à possibilidade de satisfação. Normalmente vemos estas características em indivíduos mais impetuosos, que adoram novidades, inovações, entusiasmados, extravagantes, que buscam por recompensas e que, em contrapartida, também podem se mostrar mais impulsivos e irritadiços;
  4. PERSISTÊNCIA: caracterizada por natureza mais determinada, perfeccionista, capaz de persistir por longo tempo dedicada a tarefas de recompensa tardia. São pessoas dispostas a enfrentar desafios com insistência, costumam ser assíduos, seguir normas e regras, determinados, muitas vezes demonstrando rigidez e dificuldades adaptativas.

CARÁTER

Ainda sob este mesmo referencial da TCC, a estrutura de caráter é entendida como o conjunto de componentes aprendidos na nossa história de desenvolvimento, interações com o ambiente e outros seres humanos. São formas de pensar e agir consequentes da nossa experiência e influências de códigos culturais.

Estes componentes aprendidos envolvem nossos valores éticos e morais que exercem total influência sob nosso comportamento resultante e modulam também nossas predisposições biológicas (temperamentais).

PERSONALIDADE

Já o termo personalidade diz respeito ao conjunto de características psicológicas que determinam nossos padrões de pensar, sentir e agir, envolvendo, assim, tanto o temperamento (fatores hereditários / biológicos) quanto o caráter (fatores ambientais / aprendidos). Isto quer dizer que a personalidade é a resultante que envolve tanto aspectos inatos como aprendidos, que são expressos sinalizando o que há de mais marcante no nosso jeito de ser.

A personalidade é uma verdadeira organização de cognições (pensar), emoções (sentir) e condutas (agir) que determinam o comportamento de uma pessoa.

Não há como precisar o quanto de DNA e o quanto de fatores ambientais serão expressos por cada pessoa, uma vez que as diferentes culturas valorizam ou inibem determinados valores, comportamentos e outras questões que interferem no como expressamos nossa personalidade de forma mais espontânea, expressiva ou mais inibida. Além disso, estamos em permanente interação no meio, o que proporciona um grande dinamismo no vivenciar das experiências e desafios de vida, e que também interfere no como expressamos a nossa personalidade em diferentes momentos de vida.

DESENVOLVIMENTO PESSOAL: por quê e como investir

DESENVOLVIMENTO PESSOAL: por quê e como investir

Ouvimos muito falar sobre a importância de investir tempo, dinheiro, energia e dedicação no desenvolvimento pessoal. Mas por que exatamente tanto se fala nisso? Vamos falar hoje sobre este tema.

Desenvolvimento pessoal, como o próprio nome já fala, se trata de estratégias que promovem um processo evolutivo individual e de forma contínua. Os principais benefícios de vivenciar este processo é que ele gera:

  • Autoconhecimento
  • Melhoria contínua
  • Melhora nos relacionamentos (eu x eu, eu x outro, eu x mundo)
  • Crescimento e aprendizado
  • Clareza de critérios de felicidade, plenitude e realização

Mas aí vem a pergunta que muitos também fazem: como posso fazer desenvolvimento pessoal? Que tipo de ação ou atividade eu possa fazer que me permita investir no meu desenvolvimento pessoal? Aqui a coisa fica ainda mais interessante, porque o leque de verdade é infinito, mas eu resolvi separar algumas estratégias de maior impacto e que super recomendo você experimentar:

COACHING

Já falamos em outros artigos aqui no blog como o coaching é uma metodologia de ação >> resultado. Ele propõe em sessões o uso de ferramentas de coaching direcionadas para o seu desenvolvimento pessoal, ou seja, de forma a ajudar você acelerar o alcance de resultados, promover mudanças de alto impacto em diferentes esferas de vida. Isto porque vivenciar este processo provoca você a se colocar em ação, atuar com foco, direção, rumo a um resultado e/ou transformação específica que deseja alcançar.

É uma metodologia que ajuda você a realizar aquilo que você tanto adia ou sente que sozinho não está conseguindo alcançar aquele resultado, e que um apoio assertivo e profissional fará toda a diferença para alcançar seu objetivo e promover seu desenvolvimento pessoal.

AVALIAÇÕES COMPORTAMENTAIS

Você já experimentou alguma vez fazer uma avaliação de perfil comportamental? Pois bem, as avaliações comportamentais são uma estratégia muito rica de autoconhecimento, especialmente sobre seu estilo de agir, se relacionar, se comunicar, tomar decisões, liderar pessoas, experimentar e processar emoções, entre outros aspectos.

Muitas delas são utilizadas para ajudar empresas e pessoas a conectarem seus objetivos, ou seja, conectar resultados que o negócio queira alcançar, posição, cargo X talentos e habilidades das pessoas que querem encontrar um trabalho/área/profissão/negócio/empresa em que possam se identificar, gostar do que faz, gerar férteis contribuições e trabalhar com maior motivação e realização.

Você pode experimentar fazer uma avaliação comportamental como uma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, seja parte de um processo seletivo, ou parte de um assessment e construção de um PDI (plano de desenvolvimento individual), num processo de coaching ou de terapia. Vale a pena experimentar.

TERAPIA

Fazer terapia é uma das mais ricas estratégias de desenvolvimento pessoal porque promove uma verdadeira jornada de autoconhecimento, aprendizado de habilidades sociais, desenvolvimento de sua inteligência emocional para lidar com momentos de tempestades e desafios de vida, assim como melhorar seus relacionamentos intra e interpessoais.

É um processo que acontece procurando respeitar o seu tempo de tomada de consciência, de ação, decisão e resolução de conflitos/problemas, impactando diretamente no seu bem estar, qualidade de vida e relacionamentos, assim como no amadurecer e atualizar-se consigo mesmo, com os outros e com o mundo ao longo da sua caminhada.

TREINAMENTOS DE IMERSÃO

Participar de treinamentos de imersão, retiros, práticas vivenciais, é uma excelente estratégia de desenvolvimento pessoal porque são experiências de alto impacto comportamental e/ou técnico, que propõem aprendizado acelerado a partir de técnicas integrativas (razão + emoção). Costumam promover autoconhecimento, estimular o aprendizado através dos sentidos, provocar tomadas de decisão mais integradas e fazer você entrar em ação para gerar mudanças e melhorias.

MENTORIA

A mentoria é uma estratégia de aceleração de aprendizado e alcance de resultados a partir da técnica de modelagem. Ou seja, você aprende melhores práticas a partir das trocas de conhecimento técnico, aprendizados e experiências de jornada com seu mentor de forma que você entre em ação para alcançar resultados mais rapidamente e de forma assertiva.

ATIVIDADES ARTÍSTICAS

Aprender um instrumento, cantar solo ou num coral, tocar numa banda ou orquestra, são ferramentas de desenvolvimento pessoal que estimulam sua criatividade de forma muito prazerosa, colocam sua atenção no presente, potencializa seu foco, e proporcionam espaço de expressão e desenvolvimento de comunicação, trabalho em equipe, disciplina tudo de forma lúdica e com leveza. Além disso, ajuda você tirar seu mental do fluxo contínuo de pensamentos voltado a trabalho e performance, promovendo seu relaxamento, bem estar, assim como resolução de problemas e tomadas de decisões mais assertivas e criativas.

Seja qual for a estratégia de desenvolvimento pessoal que você vier escolher, permita-se vivenciar e colher o máximo de aprendizado com cada uma delas. Sugiro você inclusive alternar elas ao longo da sua jornada, de modo a experimentar estilos diferentes de processos que promovam autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Lembre-se que em todas elas o seu maior investimento é em você mesmo. Quem mais sai ganhando em toda esta história é você.