AVALIAÇÃO DOS ESQUEMAS: como acontece?

AVALIAÇÃO DOS ESQUEMAS: como acontece?

A terapia do esquema, estruturada pelo psicólogo Jeffrey Young (2003), propõe um processo terapêutico integrativo, respaldado por conceitos e técnicas das abordagens cognitivo-comportamental (TCC), Teoria do Apego (Bowlby, Ainsworth), Gestalt, Psicodinâmicas e Terapia Focada nas Emoções (TFE). Este processo envolve as seguintes etapas de forma geral:

  1. Psicoeducação: a respeito da terapia dos esquemas, o que são esquemas adaptativos e desadaptativos, estilos de enfrentamento, necessidades emocionais básicas, modos;
  2. Avaliação dos Esquemas: que tem por objetivo identificação e reconhecimento dos esquemas desadaptativos, estilos de enfrentamentos e modos, como eles são estruturados durante a infância e adolescência do paciente, e como eles se relacionam com os problemas atuais dele;
  3. Mudança: etapa que envolve técnicas cognitivas, vivenciais, comportamentais, relação terapêutica, com foco na mudança de padrões disfuncionais desadaptativos, auxiliando o paciente compreender suas necessidades emocionais básicas, aprender a solicitar, comunicar e buscar nutrir elas nas suas diversas relações, reduzir a potencia de ativação dos seus esquemas a partir de mudanças emocionais e da sua relação com memórias/eventos estressores, bem como estruturar novas estratégias de enfrentamento saudáveis e adaptativas.

Avaliação dos Esquemas

Como vimos acima, esta é a 2a etapa do processo terapêutico da terapia do esquema. Segundo Young (2008), “o terapeuta ajuda os pacientes a identificar seus esquemas, entender as origens destes na infância ou adolescência e a estabelecer relações com seus problemas atuais” (Young, 2008, p.69).

Nesta etapa, o terapeuta convida o paciente a participar de forma ativa e colaborativa, orientando-o a engajar-se às técnicas propostas de modo a gerar um mapeamento de quais esquemas, no momento atual, se encontram mais ativos, quais esquemas iniciais desadaptativos, esquemas condicionais, estratégias de enfrentamento (resignação, hipercompensação, evitação), assim como aprendizado com seus estilos parentais e modos.

Ao longo do processo de avaliação, são geradas hipóteses que permitem organizar as informações levantadas progressivamente e testá-las em busca de evidências e identificação de pontos de mudança que irão nortear o processo terapêutico.

Para que esta avaliação aconteça, algumas técnicas e ferramentas são utilizadas, a seguir:

  • Anamnese Psicológica (Multimodal Life History Inventory)
  • Questionários de Esquemas (YSQ)
  • Questionário de Estilos Parentais
  • Inventário de Estilos de Enfrentamento Evitação (YRAI)
  • Inventário de Estilos de Enfrentamento Evitação (YCI)
  • Questionário de Modos (YAMI)
  • Imagens mentais de avaliação
  • Baralho das Necessidades Emocionais Básicas
  • Baralho dos Esquemas e Domínios
  • Baralho de Modos
  • Relação Terapêutica

Uma vez realizado, ao longo de sessões, todo este levantamento de informações relevantes acerca da história de vida do paciente, seus padrões de funcionamentos disfuncionais, a partir das técnicas acima propostas, o terapeuta irá reunir e organizar estas informações numa conceitualização de caso.

Young afirma que nela o terapeuta “inclui os esquemas do paciente, as conexões com os problemas atuais, os gatilhos ativadores de esquemas, as hipóteses sobre fatores temperamentais, os modos, os efeitos dos esquemas sobre a relação terapêutica e as estratégias de mudança” (Young, 2008, p.71).

A conceitualização, sendo assim, encerra a etapa de avaliação dos esquemas e será importantíssima na tomada de consciência do paciente a respeito de seu funcionamento até o momento, identificação de pontos de mudança e proposição de um plano de tratamento personalizado.

Para saber mais a respeito da Terapia do Esquema, seguem livros de referência para este artigo:

YOUNG, J. E. Terapia cognitiva para transtornos da personalidade: uma abordagem focada no esquema. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

YOUNG, Jeffrey E.. Terapia do esquema [recurso eletrônico] : guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras / Jeffrey E. Young, Janet S. Klosko, Marjorie E. Weishaar; tradução Roberto Cataldo Costa. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.

Young, Jeffrey E. Reinvente sua vida [Reinventing Your Life]/Jeffrey E. Young e Janet S. Klosko; [tradução Rafaelly Bottega Pazzin] — 2. ed. — Novo Hamburgo : Sinopsys, 2020.

TERAPIA DO ESQUEMA: o que é?

A RELAÇÃO TERAPÊUTICA NA TERAPIA DO ESQUEMA