Transtornos Alimentares: 8 sintomas mais comuns e influências

Transtornos Alimentares: 8 sintomas mais comuns e influências

Falar dos transtornos alimentares é cada vez mais importante. Cada vez mais cedo ouvimos pessoas trazendo histórias de relação entre corpo, autoestima e alimentação com distorções significativas e provocando alto grau de sofrimento emocional, alto impacto para saúde geral, convívio social e relacionamentos.

Com o objetivo de esclarecer, prevenir e ampliar o olhar sobre os transtornos alimentares, resolvi escrever este artigo para falar de alguns sintomas mais comuns no nosso dia a dia, mas que por influências multifatoriais (cultural, social, psicológica, e fatores biológicos transgeracionais) terminam sendo “normalizados” como comportamentos desejados a serem praticados em busca de autoestima, afeto, aprovação, aceitação e reconhecimento social.

Os transtornos alimentares usualmente se expressam por uma insatisfação com a imagem corporal (magreza ou obesidade), mas também podem estar associados a outros comportamentos, por exemplo, como estratégias protetivas, de defesa, frente a medos conscientes ou inconscientes.

Os transtornos mais conhecidos ao público em geral são a Anorexia e a Bulimia Nervosa. Ambos envolvem uma distorção da imagem corporal que leva a comportamentos compulsivos compensatórios de uma insatisfação com esta imagem ou medos revelados ou não.

A anorexia se configura como um quadro de preocupação excessiva com o peso (a perda dele o medo de ganhá-lo) a partir de uma imagem corporal distorcida (superestimada), ou seja, supervaloriza e dá importância fixadamente à aparência e imagem corporal. Ao olhar-se no espelho, ainda que magra, a pessoa se reconhece como obesa e passa praticar comportamentos compulsivos (ex. dietas extremamente severas, excesso de atividades físicas, uso excessivo de laxantes, vômitos induzidos).

Já a bulimia se configura por quadro com episódios recorrentes de ingestão em 2h de grandes quantidades de alimentos que normalmente a maioria das pessoas não comeria ou não suportariam comer em condições saudáveis ( grandes quantidades de alimentos gordurosos, carboidratos, doces e outras “junky food”). Nestes casos, a preocupação com a imagem corporal, com a aparência é subestimada e a pessoa passa a não apresentar maiores preocupação (ou nenhuma) com a qualidade da sua alimentação, saúde em geral, cuidados físicos, estéticos, entre outros fatores de autocuidado e autoestima.

O fato é que estes quadros de transtornos alimentares, ainda que diferentes, apresentam pontos de conexão. Saber o que influencia na expressão destes quadros e sintomas mais recorrentes ajudará você ficar mais atento e buscar ajuda profissional (médico, nutricionista, psicólogo, psiquiátricas, entre outros), assim como a prestar atenção a pessoas que você ama à sua volta e que de repente estejam precisando desta ajuda.

Sintomas mais comuns no nível cognitivo, comportamental e emocional são:

  1. Perfeccionismo excessivo
  2. Baixa autoestima
  3. Ansiedade elevada,
  4. Pensamento dicotômico (tudo x nada, certo x errado, feio x bonito, “serve” x “não serve”, sucesso x fracasso, etc)
  5. Incapacidade de encontrar satisfação
  6. Medo mórbido de engordar e ideias fixas sobre emagrecimento e saúde
  7. Impulsividade e baixa tolerância à frustração
  8. Comportamento compensatório através da comida (restringir ou comer em excesso, evitar ou aliviar sofrimento).

Existem fatores que extrapolam o indivíduo e sinalizam como o contexto sociocultural influencia no estimular de um ou mais comportamentos relacionados aos transtornos alimentares. Aspectos reforçados pela sociedade como:

  • Família: agente de socialização, transmissão de mensagens sobre aparência da criança (comparações, críticas, foco no peso)
  • Pares: comentários na escola sobre o corpo da criança, brincadeiras de mal gosto
  • Cultura: imagens veiculadas na mídia, incentivo do culto ao corpo, a prática de atividade física em excesso, uso de hormônios, diuréticos, suplementos, medicamentos e dietas restritivas

Existem muitos outros fatores relacionados aos transtornos alimentares, sintomatologias específicas, comorbidades com outros quadros clínicos e outros aspectos. Este texto não pretende esgotar o assunto, mas sim chamar atenção ao que mais comumente observamos na prática clínica e nas interações sociais, comportamentos muitas vezes bem aceitos, estimulados ou “normalizadas” como exemplo seja de sucesso, bem estar, e prazer no viver. Procure informar-se com critério e não tenha receio de buscar ajuda profissional. Você pode sim construir uma nova jornada de vida e relação entre você x você, você x os outros e você x o mundo.

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