Abrham Maslow (1908 – 1970), psicólogo americano, estruturou a ideia de que nós humanos temos necessidades a serem supridas ao longo da nossa vida, e que elas vão se modificando e sofisticando à medida que vamos satisfazendo aquelas mais básicas até às mais complexas.
Este conceito de hierarquia das necessidades foi desde sua criação propagado e muito contribuiu no estudo da motivação e comportamento humano no que diz respeito ao grau de realização, satisfação, felicidade e plenitude do indivíduo. Sob a ótica de Maslow, nós humanos estamos na jornada de nossas vidas buscando suprir as seguintes necessidades:
Hierarquia das Necessidades
1 – Necessidades fisiológicas: relacionam-se com o nosso aspecto do ser biológico, sendo as mais importantes: sobrevivência (manter-se vivo), de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc. Quando olhadas no âmbito do trabalho, reconhecemos elas nas seguintes necessidades: necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho, alimentação, etc.
2 – Necessidades de segurança: estão vinculadas com a necessidade de nos sentirmos seguros e amparados: sem perigo, em ordem, com segurança, preservação da espécie. No trabalho, reconhecemos elas nas seguintes necessidades: de conservar o emprego, emprego estável, plano de saúde, seguro de vida, contrato formal por tempo indeterminado (CLT), concurso público, boa remuneração, infraestrutura/ambiente adequados e seguros,etc.
3 – Necessidades sociais: necessidades de relacionamento, de busca de interação e pertencimento: sentir-se parte de um grupo, de uma família, ser membro de um clube, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto. No âmbito profissional, reconhecemos elas na nossa busca por:conquistar amizades, manter boas relações, relacionar-se bem com colegas e superiores, buscando atender suas expectativas etc.
4 – Necessidades de estima: a estima relacionada ao reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos (autovalidação) e o reconhecimento dos outros (validação do outro). Visualizamos estas necessidades na busca de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as necessidades de auto-estima.No trabalho identificamos elas na busca de: reconhecimento pelos resultados, boas contribuições e pelas interações de qualidade, reconhecimento por todos do grupo, promoções ao longo da carreira, feedback etc.
5 – Necessidades de auto-realização: são as necessidades de crescimento e desenvolvimento, de melhoria contínua. Isto se expressa na busca por realização, aproveitamento de todo o potencial, ser aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Estão intrinsecamente relacionadas com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o autocontrole. No ambiente profissional, vemos pessoas buscando satisfazer estas necessidades ao buscarem novos desafios profissionais, exercer influência nas decisões relevantes, autonomia, independência, etc.
Ponderações sobre a teoria
Por terem sido estruturadas sob a ótica de necessidades mais básicas às mais subjetivas, este constructo foi estruturado em formato de pirâmide, como na imagem abaixo:
Todavia, a partir de estudos do comportamento humano, em destaque para os dos estudiosos Wahba e Brigdwell, foi observado que nós humanos não necessariamente para ter necessidades de estima e autorrealização satisfeitas deveriam ter os níveis anteriores já resguardados.
O que cada vez mais tem sido observados em estudos sobre grau de felicidade e plenitude, especialmente na última década, é exatamente o relativizar destas conexões entre necessidades, ou seja, variando de cultura para cultura o que significa felicidades e quais aspectos materiais e subjetivos envolvidos na experiência de realização e plenitude de cada indivíduo e grupo. isto significa dizer que podemos encontrar indivíduos que tem os 3 ou 4 níveis da pirâmides satisfeitos, porém ainda vivenciando sentimento de insatisfação e infelicidade, assim como podemos encontrar outras pessoas super realizadas, satisfeitas e gratas, mas vivendo em condições mínimas ou mesmo precárias de necessidades fisiológicas, segurança atendidas.
De qualquer modo, entrar em contato com a pirâmide de Maslow nos propõe a reflexão: o quanto nos percebemos como felizes, realizados e satisfeitos? Como cultivamos estes sentimentos no nosso dia a dia? De onde alimentamos esta chama da motivação em nós? Quais necessidades percebemos serem mais chaves no nosso senso de realização e felicidade?
Fica aqui para você mais uma reflexão para ampliar seu processo de autoconhecimento, além de aprofundar conhecimento de técnicas e ferramentas de coaching.
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