A proposta do artigo de hoje é convidar você a refletir: em que tempo você está neste exato momento? Você atualiza seu passado? Vive preocupado com o futuro? Que tal hoje refletir a respeito do tempo e como você se relaciona com ele?
Conhece alguém que costuma estar sempre se referindo a experiências passadas, atualizando-as, seja de forma parecida ou repetindo situações? Pessoas assim costumam se apresentar apegadas a experiências do passadas, sejam elas positivas ou negativas. Se positivas, costumam ser saudosistas e isto termina direcionando seu foco para o passado, para o que já viveu e não é possível voltar, e deixam de enxergar oportunidades no aqui e agora a serem vividas, descobertas a serem aproveitadas. Se negativas, como no caso de a pessoa ter vivenciado um trauma, ela pode assumir um padrão constante evitativo com medo de repetir aquela experiência traumática, também deixando de se abrir para novas oportunidades e experiências no presente. Ou seja, ela vive presa ou em função de um tempo em que já passou, o passado, e que não pode mudar o que houve, gerando sofrimento ou dificuldade para seguir em frente.
Exemplos de falas e/ou sentimentos que pessoas presas ao passado, ou reatualizam ele com frequência, costumam trazer no seu repertório são:
- “Naquele tempo, era tão diferente, tão bom…” – expressando saudosismo
- “Eu deveria ter… (feito/dito/sido/realizado/me permitido)” – expressando algum arrependimento
- “Me sinto culpado(a) por…” – expressando culpa por algo que tenha acontecido, algum erro ou falha que tenha cometido e não consegue se perdoar ou se permitir ir em frente sem este peso
- “Sinto muita raiva / mágoa por…(você mesmo(a) ou por outra pessoa que tenha feito algo que não tenha gostado e restou raiva, rancor ou mágoa)
- “E se eu tivess (feito/dito/sido/realizado/me permitido), será que seria diferente?” (presa a hipóteses que não poderão ser confirmadas, pois simplesmente não é possível mudar o passado, somente o aqui e agora).
Consegue perceber que nenhuma destas possibilidades é possível mexer lá atrás? Não temos o poder de mudar o passado. Mas é possível sim olhar para ele e se conectar com aprendizados a partir do que fez ou não, permitiu-se ou não, falou ou não.
Agora imagine ou lembre-se de uma pessoa que vive sempre preocupada com o que está por acontecer, com o futuro. Vejamos alguns exemplos de falas :
- “Será que se eu (fizer, disser, permitir, deixar…), vai dar certo?”- pensamentos que revelam hipóteses de como pode agir, buscando acertar, mas apenas se tratam de possibilidades, não há ação;
- “E se eu (fizer, disser, for, permitir, deixar…), o que acontecerá?”- expressando uma necessidade de previsibilidade, segurança, estabilidade, mas que não temos como controlar ou garantir eventos futuros;
- “Mas se eu (fizer, disser, for, permitir, deixar…), vai acontecer tal coisa / fulano(a) vai ficar decepcionado(a) comigo / vou fracassar.” – expressando previsão negativa de futuro, esperando algo de pior a partir das hipóteses pensadas, e que algo necessariamente ruim acontecerá.
Percebe que se tratam de pensamentos hipotéticos que paralisam esta pessoa ao invés de ativá-las a entrar em ação? Estar no futuro gera grande ansiedade física e mental, e também se trata de um tempo que não se tem como mexer, mudar, controlar, garantir.
O fato é que o único tempo a ser vivido é o PRESENTE. E este tem sido um grande desafio para muitas pessoas. O presente é o único tempo que podemos ser / fazer / agir / mudar . E é a partir dele, do que nos permitimos viver, sentir, realizar, transformar, que construímos nossa história e que teremos o futuro como consequência do nosso hoje.
Sempre estamos escolhendo, tomando decisões a todo momento, desde a hora que acordamos até quando vamos dormir. E algumas destas escolhas podem ser assertivas outras não. Mas é fato que com todas elas podemos aprender, gerar resultados, sejam os mesmos e já conhecidos, sejam diferentes a partir de novas ações e novas escolhas.
A cada escolha que fazemos teremos consequências e isto nos convida a autorresponsabilidade, ou seja, assumir as consequências positivas ou negativas das escolhas feitas. Escolher tornar mais leve a jornada aprendendo a agradecer pelos momentos e escolhas bem vividos e a se perdoar e perdoar outros frente àqueles com conseguências desagradáveis. Escolher seguir em frente apesar do que vivenciou de experiência, fazer diferente a partir de hoje.
A culpa, a mágoa, a raiva, o ódio, o rancor costumam prender a pessoa ao passado, a uma situação, tornando mais pesada a experiência emocional e deixando de se abrir para novas oportunidades no presente. É preciso fechar ciclos para iniciar novos, morrer para (re)nascer, é preciso errar para acertar, agir diferente para alcançar novos resultados, mudanças e transformações, e entender o quão importante é estar no presente, no aqui e agora. As estratégias de mindfullness e meditação, esportes, atividades artísticas, autocuidado, aceitação e compromisso, compaixão são chaves para desenvolver esta presença e desfrute do único tempo a ser vivido: o presente.
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