COACHING: regulamentação X criminalização

COACHING: regulamentação X criminalização

No início de abril, foi iniciado um debate sobre a criminalização da prática do coaching, a partir da sugestão legislativa feita pelo cidadão William Menezes, publicada oficialmente na plataforma do senado em 15 de abril de 2019. Confira abaixo o que foi alegado na ideia legislativa de n° 122.217 :

“Se tornada lei, não permitirá o charlatanismo de muitos autointitulados formados sem diploma válido. Não permitindo propagandas enganosas como: “Reprogramação do DNA” e “Cura Quântica”. Desrespeitando o trabalho científico e metódico de terapeutas e outros profissionais das mais variadas áreas.”  (Menezes, W. em 15/04/2019)

Este debate chamou atenção, num primeiro momento, pelo fato de que, em menos de 7 dias, ter alcançado o número mínimo de apoiadores para ser dada entrada no senado trâmite oficial desta sugestão legislativa, o que parece revelar um número significativo de cidadãos descontentes com a prática do coaching, ou ao menos apoiando pessoas que assim se mostram, ainda que sem muito aprofundamento técnico sobre o assunto.

Num segundo momento, chama atenção pelo fato de propor criminalização de uma prática profissional que vem trazendo inúmeros benefícios às pessoas e organizações, contribuindo para transformações de vida, melhoria de resultados pessoais, profissionais, de negócios, relacionamentos e outros objetivos específicos, por ser uma metodologia de enfoque prático, voltada a ação e aceleração de resultados.

Foi muito bem pontuado pela secretaria de apoio à CDH, em entrevista ao jornal Estadão (17/05/2019), que o coaching é utilizado como ferramenta por diversos profissionais de diferentes áreas de formação, mas que “ como em toda área de atuação do ser humano,(…) existem pessoas bem e mal intencionadas, ou sem a perícia necessária para atuar em determinada área, inclusive regulamentada, fazendo o mau uso do coaching. Desta forma, a regulamentação, ou não, desta prática profissional deve ser debatida de forma democrática pelo parlamento, considerando seus bons e maus usos.”

O fato é que, partir para criminalizar a profissão, entendendo que todos os coaches são charlatães e promovem práticas enganosas, é simplesmente de um radicalismo absurdo, reforçando mentalidade e comportamentos bélicos que temos visto cada vez mais se propagarem no cotidiano, cometendo verdadeiras distorções cognitivas e de fatos.

A generalização neste debate, incluindo todos os coaches como criminosos, entendendo que a metodologia é algo sem propósito com a vida, ética e responsabilidade social, revela grandiosamente a falta de conhecimento técnico e sobre o histórico de literatura acerca da metodologia, suas contribuições práticas feitas por profissionais devidamente certificados, qualificados e comprometidos com a prática responsável do coaching.

O que é preocupante não é a profissão em si, mas o fato de inúmeras pessoas se nomearem coaches sem mesmo terem qualificação técnica, certificação devida e completa, ou seja, sem o devido preparo para lidar com vidas. Este ponto sim é digno de penalização adequada, pois muitos colocam vidas e negócios em risco por prometerem entregarem algo e não cumprirem ou mesmo colocarem em risco estas vidas e resultados destas organizações.

Como muito bem pontuado pelo Sulivan França da SLAC (Sociedade Latino Americana de Coaching), em entrevista para o jornal Estadão, a discussão é importante, mas “não vejo a criminalização como o caminho certo. Fazer isso é inibir todos os profissionais, inclusive aqueles que fazem um excelente trabalho em grandes empresas” (França, S. em 17/05/2019)

Fica aqui mais um apelo: pesquise, aprofunde seu conhecimento, conheça o histórico do profissional que deseja contratar para apoiar você na sua jornada de transformação e aceleração de resultados. Mas não caia nas afirmações superficiais por falta de conhecimento técnico, muito menos nas generalizações promotoras de distorções cognitivas e de fatos.

O coaching é sim uma metodologia de alto impacto e eficácia para pessoas que se propõem entrar em ação de forma assertiva para promover mudanças e alcance de melhores resultados. Entender que coaching é crime é uma completa distorção e falta de entendimento sobre esta metodologia e prática profissional.

Faça coaching com coaches qualificados, éticos, responsáveis e com histórico real de resultados de qualidade.

E para saber mais, confira:

https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,proposta-popular-quer-tornar-coaching-crime,70002833036

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=122217

https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/136547