Depressão na Adolescência: como identificar

Depressão na Adolescência: como identificar

Esta é uma fase de vida de intensas mudanças tanto físicas, corporais, hormonais, mas também sociais, relacionais e produtivas na vida de qualquer pessoa. Todavia é possível sim encontrarmos jovens que vivenciam a depressão exatamente por conta de como eles se sentem afetados, impactados pelas experiências vividas consigo, com os outros, no mundo e pela sua perspectiva ou não de futuro.

Na adolescência, muitas vezes o jovem apresenta dificuldades para expressar suas emoções, ficando ainda mais delicado e complexo chegar no diagnostico se de fato aquela menina ou menino está sofrendo um episódio depressivo ou se trata-se de mudanças comportamentais típicas  desta fase da vida. Todavia, os sintomas em nível físico e comportamental, incluindo os marcadores biológicos, ajudam bastante a entender a dinâmica psicoemocional deste jovem. Os 10 mais comuns sintomas em adolescentes, também numa expressão persistente por 2 ou mais semanas de forma persistente:

  • Alterações de apetite: seja o comer compulsivo, várias vezes e/ou em grandes quantidades, seja a falta de apetite;
  • Alterações no sono: seja insônia ou hipersonia;
  • Perda de interesse nas atividades que gostava e se dedicava: seja qual tipo for;
  • Tristeza e desânimo constante: apresentar humor deprimido a maior parte do dia e de forma persistente. Pode envolver o chorar com frequência ou não, mas uma expressão apática, sem vivacidade,  costuma ser frequente;
  • Dificuldades de concentração: muito comum esta queixa, porém ela sozinha não fecha um diagnóstico por estar presente em vários outros quadros. Pode expressar falta de foco, falta de engajamento nas atividades, dispersão, dificuldade de cumprir entregas, prazos, preparar-se para provas ou em situações rotineiras como uma conversa com familiares e amigos;
  • Queda no rendimento escolar: por consequência da falta de ânimo, falta de concentração e perda de interesse generalizada;
  • Comportamento irresponsável: seja envolvendo consumo ou não de drogas, mas algo que o exponha a riscos reais ou impactos relevantes em sua rotina. Pode esquecer-se de compromissos importantes, mostrar rebelde desproporcional aos eventos no dia a dia;
  • Isolamento social: perdendo o interesse por envolver-se em atividades de socialização, seja na escola, na família, com amigos, muitas vezes fechando-se por muitas horas e mesmo dias no quarto sem querer falar com qualquer pessoa;
  • Fadiga e falta de energia: sentindo-se cansado frequentemente e com muita dificuldade para recuperar-se independente de ter dormido muitas horas ou feito atividades de baixo impacto;
  • Dores: queixas frequentes em relação a dores de cabeça ou mesmo no corpo, (estômago, dores musculares);
  • Pensamentos e comportamentos suicidas: expressando real falta de sentido para continuar vivendo, falta de sentir-se uma pessoa de valor, indigna de amor e não pertencente a qualquer grupo, machucar-se ou expor-se a acidentes e riscos de morte e com frequência.

Acompanhar de perto os adolescentes e avaliar cuidadosamente é de suma importância, porque muitas vezes este quadro pode passar desapercebido por pais/cuidadores,  familiares, professores e amigos. Especialmente porque o índice de suicídio nesta faixa etária tem crescido ano após ano, na proporção de 2/3 ( 2 a cada 3 suicídios na adolescência aconteceram com jovens clinicamente diagnosticados como deprimidos). É uma proporção bem significativa e que não pode ser ignorada.

Adolescentes podem ter mais dificuldades de buscar ajuda do que os adultos, seja por dificuldade de expressar o que sentem seja por não entender que podem estar vivenciando algo que demande um acompanhamento profissional próximo.

Fique atento a você e às pessoas que ama à sua volta. Lembre-se sempre: pedir ajuda é um grande gesto de coragem e iniciativa. Não é vergonha alguma, não é símbolo de incapacidade, ainda que muitos assim vejam. Mas sim um valioso gesto de coragem, aceitação dos próprios limites, de que sozinho não se resolve tudo, e de entendimento de necessidade e direto à apoio e suporte / atendimento profissional.