Em novembro de 2018, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) colocou em vigor a resolução n° 11 de 2018 que regulamenta a presentação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias da informação, revogando a resolução 11/2012.
Este foi um passo bem importante para expandir e tornar ainda mais acessível a psicoterapia, no que diz respeito a reduzir distâncias, deslocamentos, e viabilizar atendimentos online sem limite de número de sessões.
Mas ainda assim, há um grande debate sobre a qualidade do serviço de psicoterapia oferecido pelos meios de tecnologias da informação. Será que é possível? Será que compromete em algum aspecto a sessão de terapia? É possível todo mundo fazer sessão online? Estas são algumas dúvidas mais recorrentes que venho hoje aqui trazer alguns esclarecimentos.
É possível?
Sim, é possível fazer e experienciar uma sessão de terapia online, utilizando plataformas de vídeo transmissão. Mas é bem importante sinalizar alguns pontos fundamentais para a qualidade da sessão e requisitos éticos sejam assegurados:
- INTERNET DE QUALIDADE: é fundamental que tanto terapeuta quanto paciente tenham acesso a uma rede de internet de alta velocidade, para evitar perdas de sinal, ruídos no áudio e vídeo, assim como quedas e interrupções constantes da chamada;
- DOMÍNIO DA TECNOLOGIA: é fundamental que o terapeuta aprenda a utilizar a plataforma de vídeo conferência de sua preferência, de modo a não haver dificuldades no meio da sessão, ele esteja devidamente preparado e seguro para guiar a sessão, bem como permita ele compartilhar conteúdos reflexivos pertinentes ao trabalho da sessão. Se você é terapeuta/psicólogo, procure testar e treinar o uso da plataforma antes de agendar seus clientes.
- PERFIL: é importante que terapeuta e paciente se certifiquem se se sentem bem, à vontade de vivenciar a sessão online. Muitos clientes e terapeutas se sentem incomodados pelo fato de haver uma tela mediando a conexão e relação terapeuta-paciente. Não existe obrigatoriedade na realização da sessão online. É fundamental que seja de comum acordo para que o objetivo terapêutico seja alcançado. Caso você não se sinta bem em fazer uma sessão online, procure falar para seu terapeuta. E se você é terapeuta e não se sente bem em oferecer o atendimento online, deixe claro para seus pacientes e se para eles só for possível o online, não tenha receio de recomendar um colega da sua confiança.
Será que compromete em algum aspecto a sessão de terapia?
Uma vez que o terapeuta esteja devidamente preparado para a sessão, tanto no que diz respeito ao manuseio da plataforma, quanto ao tipo de técnica que ele trabalhará com seu cliente, os resultados se mostram com qualidade efetiva tão quanto sessões presenciais.
Somente chamo atenção para as técnicas vivenciais. Por elas serem técnicas que propõe o paciente experienciar de forma prática alguma temática, indução a conteúdos psicoemocionais, recomendo fazê-las em consultório, por ser um local seguro e preparado para qualquer intervenção profissional que se faça necessária caso a vivência seja demasiadamente mobilizadora para o paciente.
É possível todo mundo fazer sessão online?
A princípio sim, mas existem alguns critérios importantes a serem considerados. Seguem algumas perguntas para terapeuta e paciente refletirem:
TERAPEUTA/PSICÓLOGO
- Você (terapeuta) se sente à vontade para conduzir uma sessão de terapia online?
- Sabe utilizar com domínio a plataforma de videotransmissão escolhida?
- Consegue trabalhar com segurança dentro do seu referencial teórico e técnicas?
- Está num local reservado, que ninguém irá interromper você, nem ouvir o conteúdo das sessões de modo a preservar as questões éticas e de sigilo?
- Tem uma máquina/aparelho de uso exclusivo seu e com segurança digital de modo a preservar as questões éticas e de sigilo?
- Tem uma conexão de alta qualidade para que não haja interrupções durante a sessão?
- O seu paciente está em condições designadas na resolução CFP 11/2018 para o atendimento online? (leia e confira: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/05/RESOLU%C3%87%C3%83O-N%C2%BA-11-DE-11-DE-MAIO-DE-2018.pdf
PACIENTE
- Você (paciente) se sente à vontade para vivenciar uma sessão de terapia online?
- Você tem conexão de internet de alta qualidade e um espaço privativo que ninguém ouça o que falará, não seja interrompido e se sinta plenamente à vontade?
- Se sente mais à vontade no consultório, local seguro, preparado para que as sessões aconteçam, ou para você tanto faz presencial ou online?
Um ponto importantíssimo é que pessoas que precisem de atendimentos de urgência, estejam em crise ou demandem acompanhamento próximo do psicólogo, devem ser atendidas presencialmente de modo que a demanda seja acolhida sempre por profissionais devidamente qualificados e preparados para a necessidade psicoemocional e comportamental de cada paciente.
Portanto, você que deseja iniciar seu processo de terapia, não tenha receio de pesquisar com cautela sobre que abordagem melhor atenderá os seus objetivos de terapia e autoconhecimento. Experimente até que você de fato se conecte e se sinta à vontade com o profissional que ajudará você na sua jornada, seja online ou presencial, ou ambas.
A você terapeuta/psicóloga que esta buscando mais informações sobre como oferecer este serviço online, leia na íntergra a resolução, faça seu cadastro junto ao CFP de modo a estar com tudo em dia, inclusive seu CRP. Além disso, procure aprender e treinar o manuseio das plataformas de videoconferência de modo que você passe a oferecer mais este serviço de forma segura, ética e conduzindo suas técnicas com tranquilidade para ajudar seu paciente com assertividade.
Para saber mais: https://e-psi.cfp.org.br/resolucao-cfp-no-11-2018/
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