Por que é tão importante registrar e monitorar emoções e pensamentos?

Por que é tão importante registrar e monitorar emoções e pensamentos?

Você já parou em algum momento de sua vida, por livre e espontânea vontade, para registrar emoções e pensamentos que você tem no dia a dia, sem que haja intervenção de algum psicólogo ou de um coach? Se sua resposta for sim, meus parabéns! Se for não, não entre em desespero porque você não está sozinho.

Dos anos que eu atendo como psicóloga e coach de carreira, conto nos dedos da minha mão aqueles que espontaneamente fizeram isso sem sugestão de algum terapeuta ou coach, como estratégia de enfrentar situações difíceis, ultrapassar desafios de vida, carreira, saúde, relacionamento ou qualquer outro tema. Veja este relato:

“No meu processo usei bastante o recurso de escrever, tipo, um diário (um caderno velho mesmo) para registrar os sentimentos, os motivos que eu achava que eram potenciais causas dos sentimentos – especialmente os que me incomodavam. A partir daí desenvolvi a lógica sobre o que não queria para meu futuro e qual seria o caminho que eu teria que percorrer para não cair na mesma condição que não havia gostado 😊. Meio que iniciei o caminho para entrar no prumo por exclusão, já que estava perdida, achei melhor começar pela certeza do que eu não queria para mim.” (V.B)

Este é um relato de uma pessoa que nunca tinha feito psicoterapia, mas que teve este insight  de registrar situações difíceis que viveu buscando identificar seus pensamentos, emoções, e o que ficou de aprendizado positivo daquelas situações, partindo do que não queria repetir até chegar ao que de fato deseja para sua vida. É um relato de uma pessoa com perfil de mindset de crescimento, aberto, curioso e voltado para solucionar problemas e que mostra quão assertivo este monitoramento pode ser na sua caminhada.

Benefícios e Resultados

Pois bem, a Terapia Cognitivo Comportamental, bem como a PNL e a metodologia do Coaching, propõem o registro de situações, pensamentos e emoções a elas associadas como ferramenta de trabalho junto aos pacientes e coachees. Cada uma utiliza desta técnica com objetivos bem específicos, mas com benefícios e resultados muito assertivos na identificação de:

  • Estratégias de enfrentamento
  • Mindset – programação mental (Fixo X de Crescimento)
  • Crenças Limitantes X Crenças Fortalecedoras
  • Pensamentos e comportamentos disfuncionais x funcionais
  • Fobias, transtornos de ordem emocional, psíquica, de personalidade, etc.

Esta ferramenta permite com que o paciente ou o coachee desenvolvam uma atitude ativa frente ao seu processo de transformação, responsabilizando-se diretamente pelos resultados que deseja alcançar.

Além disso, aguça sua autopercepção, desenvolve sua psicoeducação e, mais do que isso, contribui diretamente para ele modificar seu mindset de um perfil fixo para um de crescimento, procurando soluções e saídas assertivas, funcionais e positivas frente a momentos críticos e desafios de vida e carreira. Ou seja, aperfeiçoando cada vez mais sua tomada de decisão integrada, considerando aspectos racionais e emocionais, bem como perdas e ganhos envolvidos nos seus diários processos decisórios.

As 4 Forças da Psicologia

As 4 Forças da Psicologia

A ideia deste artigo surgiu fruto de dúvida muito recorrente que clientes que aparecem pela 1ª vez em sessão apresenta: “Lilah, por que existem várias linhas de terapia? Tem alguma diferença?”. E com o objetivo de clarificar um pouco mais esta dúvida sobre a psicologia, psicoterapia, resolvi escrever este texto sobre as 4 forças da psicologia, a visão metodológica por cada uma delas e seus principais autores.

A PSICOLOGIA

A Psicologia é uma ciência que estuda processos psíquicos, emocionais e comportamentais, e que conversa com diversas outras áreas relacionadas ao comportamento individual e de grupo, por exemplo a medicina, biologia, sociologia, antropologia, neurociências entre outras. Dentro da psicologia, existem diversas teorias que manifestam diferentes pensamentos, metodologias, técnicas, que revelam a multiplicidade de correntes, escolas, autores, e, mais do que isso, formas de observar, entender, explicar o fenômeno da existência humana, compreendendo o pensar, o sentir, o agir, o manifestar e o transformar.

1ª FORÇA: PSICANÁLISE

Esta linha teórica tem como seu principal autor Sigmund Freud (1856-1939), que era médico neurologista e primeiramente estudou fenômenos psíquicos, estruturando a teoria psicanalítica. Esta teoria trás uma proposta metodológica de escuta ativa (psicanalista) ao livre discurso e associação de ideias(paciente), sendo este discurso porta de acesso aos desejos, fantasias, impulsos e aos níveis da psiquê (ID, Ego, Superego, 3 níveis do Inconsciente) do indivíduo.

É uma linha entendida como psicodinâmica, isto é, que compreende o comportamento como resultado das manifestações psíquicas (desejos, impulsos, fantasias), estruturada com objetivo de tratar as psicopatologias através desta escuta ativa do livre discurso dos pacientes. Para Freud, o desejo sexual e as pulsões de vida (eros) e morte (tânatus) são as forças motriz e norteadora de toda a manifestação psíquica e comportamental. Além disso, esta linha foi a 1ª a se preocupar com as manifestações psicossomáticas de sintomas, ou seja, expressões no corpo de conteúdos psico-emocionais não nomeados e expressos pelo discurso.

2ª FORÇA: BEHAVIORISMO OU PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL

Esta 2ª força da psicologia trás o olhar científico para a psicologia, a partir dos estudos de John B. Watson (1878-1958), psicólogo americano, que estruturou a teoria comportamental, a partir de seus estudos de laboratório sobre condicionamento operante em ratos de laboratórios. Ele trás este olhar da psicologia com foco no comportamento, ou seja, no que é de fato manifesto pelo indivíduo, sem incluir os fenômenos internos que, segundo ele, não seriam mensuráveis à observação, daí o enfoque no comportamento expresso.

Nesta abordagem, o objeto de estudo e trabalho da psicologia é o comportamento e entende a psicologia como ramo das ciências da natureza, biológicas. Repudia os autores com viés mentalista, a introspecção e os fenômenos psico-emocionais.

Porém vale ressaltar que este é o primeiro autor e os primeiros estudos desta 2ª força da psicologia. Mas, como todas as áreas, houve contribuições de outros autores que levaram a evolução, melhoria contínua, e expansão de conceito.

E aqui vale chamar a atenção para o autor Aaron Beck (1921- ), psiquiatra que estruturou a metodologia da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), entendida dentro desta 2ª força da psicologia como parte da 3ª onda da TCC, sendo a 1ª onda, a linha comportamental behaviorista (acima comentada), a 2ª onda a terapia cognitiva, e a 3ª onda a proposta do Beck, da terapia cognitivo comportamental, que inclui o estudo e manejo das cognições (pensamentos), das emoções e do comportamento, como parte estruturante do fenômeno humano .

 3ª FORÇA: HUMANISTA

A 3ª força da psicologia – humanista – surgiu como uma reação direta à proposta comportamental da 2ª força, visto mais acima. Segundo a visão humanista, o behaviorismo via o ser humano como uma máquina, ignorando seus fenômenos internos, processos afetivos e emocionais, e isto era insuficiente para compreensão e manejo das questões humanas e existenciais.

Nesta abordagem, que se destacou a partir da década de 1950, o ser humano é entendido como ser criativo, dotado de habilidades e capacidades de autorreflexão, tomada de decisão, de fazer escolhas e com valores norteadores da sua existência, isto é, uma capacidade de promover autorrealização. Seu autor considerado fundador desta 3ª força é o Abraham Maslow, que já defendia a bandeira de que, muitas vezes, adoecemos não só por aspectos patológicos, mas também por bloquear ou inibir aspectos saudáveis.

O objetivo da psicoterapia nesta vertente é de desenvolver e promover indivíduos criativos e saudáveis. E Carl Rogers foi um dos autores de maior destaque com o seu enfoque de psicoterapia centrada na pessoa, chamando a atenção para a capacidade do ser humano de modificar e ressignificar conceitos sobre si mesmo, suas posturas, comportamentos, e suas realizações, especialmente em ambientes e contextos que favoreçam a expressão do seu potencial e desenvolvimento psíquico.

4ª FORÇA: TRANSPESSOAL

A abordagem transpessoal,que surgiu a partir da década de 1970, é entendida como a 4ª força da psicologia por promover uma visão mais integrativa, um sincretismo teórico que inclui as contribuições de Carl G. Jung (Psicologia Analítica), Abraham Maslow, Viktor Frankl (Logoterapia), Ken Wilber , Stanislav Grof, Fritz Pearls e Max Wertheimer (Psicologia da Gestalt). Neste sentido, a visão de homem era de que o indivíduo precisa transcender à sua psiquê para busca de integração e conexão com o todo e realidades maiores, mais abrangentes (transpessoais).

Nesta abordagem, o homem é visto como um ser parte de um sistema maior e que ambos exercem influência recíproca no desenvolvimento. A psicologia transpessoal promove o estudo e técnicas que promovam expansão da consciência, como a hipnose, meditação, técnicas de relaxamento, além de promover diálogo com a física quântica. Há aqueles que a nomeiam como linha espiritualista por promover este olhar de busca da transcendência e conexão com o todo, seja ele Deus, natureza, universo, as artes, ou contextos mais socioantropológicos, macro ou microssociais.

Considerações Finais

Esta contribuição de hoje serve para ampliar um pouco o conhecimento sobre a psicologia, especialmente para o público leigo e/ou curioso, que gosta de saber mais sobre autoconhecimento e desenvolvimento humano.

Mais importante ainda é chamar a atenção de que nenhuma das linhas de psicoterapia é melhor ou pior que outra. Elas estão ao nosso dispor para que possamos nos conectar com aquela que melhor faz sentido para o nosso “cavar” e “lapidar” contínuo que o autoconhecimento em processo de psicoterapia nos convida fazer diariamente. O texto ajuda a compreender um pouco mais sobre as diferentes abordagens e seus autores de referência, assim como visões e contextos sócio-histórico de estruturação.

DEPRESSÃO: o que é e quais sintomas

DEPRESSÃO: o que é e quais sintomas

Muita gente ainda tem receio de falar sobre depressão, mas ele é mais presente do que se possa imaginar no dia a dia dos brasileiros. E a pandemia só contribuiu para agravar casos de depressão e ansiedade no mundo. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), no Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, a depressão cresceu em 28% na população mundial e os casos de ansiedade elevam em 26% no último ano. No Brasil, os dados oficiais mostram um crescimento de 7,7%% para 14,8% dos brasileiros (entre jovens de 18 a 24 anos), sendo o Brasil o país com maior índice de pessoas ansiosas do mundo, 9,8%.

Estes números não só trazem um alerta da importância em falar e psicoeducar nossa sociedade sobre o que é esta doença, como melhor lidar com pessoas com este tipo de sofrimento, assim como buscar e promover ações socioeducativas e  na esfera de saúde pública para promover qualidade de vida, vida com sentido, autocuidado, saúde integral e bem estar.

A depressão é um distúrbio emocional, afetivo e que interfere na forma como a pessoa percebe a sua vida, a si mesmo, os outros e o mundo. Isto porque pessoas que sofrem de depressão, seja um evento episódico ou que acompanha ela por toda uma vida, apresentam comprometimento significativo no seu humor, nas suas relações, na sua energia, disposição física/mental e interesse, manifestando a diminuição significativa ou perda destes indicadores tanto no nível do pensar, do sentir como do agir.

Traduzindo em uma lista de sintomas mais comuns em adultos, a depressão costuma se apresentar a partir da expressão de pelo menos 5 ou mais sintomas dos listados a baixo por um tempo de duas ou mais semanas de forma persistente, incluindo os sintomas humor deprimido ou falta de interesse e prazer necessariamente:

  • Apatia e falta de motivação: para engajar-se em atividades e fazer as coisas no dia a dia. A procrastinação é uma expressão muito comum disto;
  • Medos: que antes não existiam e passam a existir e/ou serem potencializados;
  • Dificuldade de concentração e foco;
  • Perda ou aumento de apetite;
  • Alto grau de pessimismo: refletido na forma de pensar os eventos/situações do dia a dia, como enxerga a si e aos outros, sem perspectiva de futuro e com capacidade de sonhar rebaixada ou comprometida;
  • Indecisão: dificuldade para tomar decisões em diferentes campos de vida, muitas vezes sentido-se paralisada, sem saber o que fazer, como resolver suas dificuldades e problemas
  • Insegurança: muitas vezes se sentido incapaz ou sem forças para fazer as coisas do seu dia a dia, para sair de casa, trabalhar, socializar-se;
  • Sentimento de Culpa frequente;
  • Insônia ou Hipersonia: um dos sintomas de ansiedade muito comum que aparece em comorbidade com quadros depressivos. Dificuldade para relaxar, ter um sono de qualidade, dorme poucas horas ou tem sono interrompido. Ou pode também apresentar hipersonia (dormir demais) como forma de não suportar acessar os problemas e sofrimento emocional;
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas: perda sensação de prazer e desfrute;
  • Sensação de vazio: perda de sentido da vida
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimentos frequentes
  • Ansiedade: agitação mental (fluxo contínuo de pensamentos) e motora, fatores que drenam bastante energia e que potencializam no nível físico o desânimo e falta de disposição;
  • Angústia: refletida em sentimentos de tristeza diária, humor deprimido, por período prolongado de tempo;

Há casos em que a ideia de morte também se faz presente (ideação suicida) pelo nível de sofrimento causado à pessoa, comprometimento de seu funcionamento social, produtivo e especialmente por perda de sentido de vida associado ou não ao sentimento de culpa.

Um ponto muito importante a falar é que, ao contrário do que muitos de nós imaginamos, a pessoa que sofre com a depressão não necessariamente representa aquela imagem de pessoa que chora todos os dias, que não sai da cama, não faz sua higiene pessoal e está completamente prostrada.

Muitas delas continuam produtivas, fazendo as suas tarefas do dia a dia, e até mesmo sorrindo, porém seu sofrimento é intenso e perpassa pela sua cognição (seu pensar de si, dos outros, do mundo e do futuro), suas emoções (humor deprimido, irritabilidade) e anedonia (falta de interesse e prazer). Suas dimensões de corpo, mente e espírito sofrem impactos significativos, mas é importante sempre avaliar a mudança a partir da trajetória da própria pessoa, e não comparar ela com outros. Pois se ela sempre foi muito ativa no seu dia a dia, não necessariamente ela irá parar por completo, mas sim apresentar mudanças significativas no seu padrão comportamental, forma de pensar, sentir, agir, relacionar-se por um período a partir de 2 semanas de forma persistente.

A função da Terapia no manejo da Frustração

A função da Terapia no manejo da Frustração

Frequentemente ouço relatos de pessoas, sejam em sessão de terapia, seja em conversas familiares ou amistosas, trazendo sofrimentos relacionados à frustração. Algumas até colocam como uma inabilidade ou mesmo limitação a dificuldade em lidar com frustrações, sendo que as mais categóricas chegam a afirmar “eu não sei lidar com frustrações”. E algumas perguntas frequentemente surgem em minha mente: será que as pessoas sabem o que é frustração? Será que elas percebem quando acontecem, quando se frustram e quais fatores relacionados às suas frustrações? Daí surgiu o motivo para escrever estas linhas de hoje aqui no blog.

São diversas as definições que podemos encontrar do termo frustração, a exemplo:

  1. “estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingir a satisfação de uma exigência pulsional.” (dicionário Oxford Languange)
  2. “sentimento, uma emoção que ocorre quando algo que era esperado não ocorreu.” (https://www.significados.com.br/frustracao/)
  3. “sentimento desagradável que se produz quando as expectativas de uma pessoa não são satisfeitas por não poder conseguir aquilo que pretende.”(https://conceito.de/frustracao )

Só aqui temos três diferentes perspectivas a respeito do termo, porém o ponto em comum é: frustração gera insatisfação. Aprofundando um pouco mais, podemos identificar alguns tipos de frustração:

  1. Frustração por não ter necessidades atendidas: sejam elas emocionais, fisiológicas, materiais;
  2. Frustração por não alcance de um objetivo: seja qual for a meta, o objetivo, o indivíduo se sente frustrado ao não concretizar ou ser impedido por ele mesmo e/ou fatores externos de concretizar o que estabeleceu como objetivo;
  3. Frustração por elevadas e/ou distorcidas expectativas: quando o indivíduo não encontra na realidade, nas situações, nas interações, fatos congruentes com suas expectativas, termina se decepcionando consigo ou com o(s) outro(s), ou com o contexto, quando o que se apresenta é diferente do que ele esperava(expetava).
  4. Frustração por perda: seja de pessoas importantes, relacionamentos rompidos, perdas materiais, de um emprego, projeto, etc;
  5. Frustração dilemática: quando o sujeito necessita tomar decisão, fazer uma escolha e percebe que a escolha que fizer implicará em perdas e ganhos, ou seja, terá de escolher 1 entre diversas opções, o que o levará a abrir mão das outras e de alguns benefícios;
  6. Frustração por falta de reconhecimento: por falta de gratificação positiva, emocional e/ou material, ou seja, por não ser validado pelos outros em suas habilidades, talentos, resultados, desempenho ou mesmo por não ser promovido, premiado com bônus ou outro tipo de reconhecimento material.

São tantas? Pois é…O fato é que frustração é algo parte da vida, isto é, em algum momento (ou vários) nos depararemos com este sentimento, porque fatos acontecem, a maior parte deles estão fora do nosso controle, e muitos deles podem chegar de surpresa, de forma totalmente imprevisível, com menor ou maior impacto na nossa vida (ex. pandemia que nos levou ao isolamento social compulsório, perdas de familiares e amigos, perdas de emprego, crise econômica, limitação da liberdade, etc) . Daí a importância da terapia como estratégia no manejo da frustração.

A terapia é um espaço livre de qualquer julgamento. É aquele lugar que você chega e fala como quiser, rindo, chorando, com ou sem escárnio, raiva, perplexidade e outras emoções. Fala coisas que não se sentiria à vontade para falar com outras pessoas, mesmo as mais próximas e da sua confiança, seja por qual motivo for: sentir-se perdido(a), confus(a), receio de machucar, de ser mal compreendido, de não atender as expectativas, receio de perder ou alguém importante afastar-se por não gostar ou concordar com o que você disse.

Mas este falar exatamente o que você pensa e sente faz toda a diferença no manejo da frustração. É a partir do reconhecimento do que você acontece internamente a você, seus pensamentos, suas emoções, suas percepções, expectativas, fatores limitantes, tudo isso é material para a terapia. Porque é a partir deste conteúdo que você tem oportunidade de expressar suas verdades, sejam quão duras ou felizes elas sejam. E é a partir deste material que você tem, na terapia, a oportunidade de ampliar seu campo de visão sobre si  mesmo, os outros, as situações, o mundo e sobre o futuro.

Por estes princípios da ética, do não julgamento , da escuta ativa, do acolhimento, da empatia, do respeito, lugar de fala, da livre associação e expressão de ideias é que a terapia se torna importantíssimo espaço para toda e qualquer pessoa manjar e aprender a lidar com suas frustrações. É um espaço que provoca você a trabalhar a aceitação da frustração como algo parte da vida, mas que você poderá aprender e encontrar novos sentidos, ao compreender que fatores contribuíram para que se sinta frustrado(a), se eles são internos ou externos a você, se você tem ou não poder de ação para modificá-los ou modificar a realidade que se apresenta, desenvolver novas estratégias de enfrentamento para seguir e não ficar fixado na frustração, nem deixar de viver novas experiências por sentir-se frustrado(a) em algum momento.

A terapia auxilia você garimpar e levar consigo aprendizados a partir de cada momento de vida, sejam os mais felizes, sejam os mais limitantes, tristes, decepcionantes. Podemos aprender com cada situação que vivemos, a depender da nossa disposição e abertura emocional.

Por isso, deixo aqui este convite: FAÇA TERAPIA. Ao contrário do que muita gente ainda pensa, terapia não é coisa de gente louca ou com problemas mentais. Terapia é para pessoas corajosas e dispostas ao auto-enfrentamento, sejam elas com ou sem qualquer transtorno mais significativo. Qualquer pessoa pode e deve fazer terapia, exatamente por ser uma incrível estratégia de aprendizado, autoconhecimento, regulação emocional, desenvolvimento de habilidades sociais e outros muitos benefícios. Experimente e sinta você mesmo os benefícios e transformações que ela proporciona.

Qual a diferença entre Coaching e Psicoterapia?

Qual a diferença entre Coaching e Psicoterapia?

Esta é uma pergunta bem frequente entre pessoas que são curiosas sobre o que é Coaching ou estão em dúvidas se o melhor para ela é contratar um Coach ou fazer psicoterapia. E hoje eu quero ajudar a melhor esclarecer esta questão.

O que é o Coaching?

O Coaching é uma metodologia de desenvolvimento e capacitação de pessoas, lideranças e grupos. É voltada a potencializar e promover o poder de ação individual e de equipes, a partir da identificação do estado atual, incômodos, insatisfações, visualização do estado desejado, objetivo, e geração de uma rota, um plano de ação a ser trilhado rumo ao resultado a ser alcançado.

Tem um foco comportamental e voltado a resultado, mas sem um caráter clínico envolvido. A depender do enfoque dado, pode promover benefícios e estratégias de como melhor lidar com as emoções, saúde e equilíbrio geral.

No Coaching, o coach (o profissional) utiliza um arsenal de ferramentas e técnicas de diversas áreas como a psicologia, a administração, neurociências, gestão de pessoas, visando maior foco, planejamento, organização, poder de ação, otimização de resultados por parte do cliente (empresa ou pessoa = coachee) e melhoria contínua.

O tempo num processo de Coaching tem início, meio e fim, seja na estrutura das sessões, seja pelo fato de se percorrer um plano, uma rota, um número de sessões previamente estabelecido para o desenvolvimento do trabalho.

O que é Psicoterapia?

A Psicoterapia propõe um trabalho com o indivíduo ou com grupos focado no caráter clínico, buscando tratar desequilíbrios de ordem emocional e/ou comportamental que impactem no saúde integral do paciente. Durante a psicoterapia, é percorrido um caminho para identificar os por quês de tais desajustes psíquicos de modo a propor um tratamento visando recuperação da saúde mental, equilíbrio, alinhamento de emoções, bem estar integral.

Na Psicoterapia, a depender da linha de referencial teórico-clínico, o terapeuta irá se utilizar de técnicas com enfoque no discurso, comportamento e/ou  manifestações de sintomas no corpo (psicossomática), com objetivo de remissão de sintomas, cura integral e progressiva, promoção de equilíbrio e bem estar físico e mental.

A relação com o tempo, na Psicoterapia, é elástica e psicológica, ou seja, o paciente interage com seu passado, presente e futuro sem uma estrutura temporal cronológica previamente definida, mas sim a partir da sua queixa e discurso. Um outro aspecto é que a duração de um trabalho de psicoterapia não estipula um número prévio de sessões a serem realizadas, pois relaciona-se com o tempo de enfrentamento, aprendizado e reestabelecimento do equilíbrio por parte do paciente.

Espero que estas respostas propostas acima possam ajudar você a melhor direcionar sua busca seja por um Coach ou seja por um Terapeuta. Desejo que você alcance os melhores resultados e o seu equilíbrio seja qual for a sua decisão. E conte comigo para direcionar as melhores estratégicas na sua jornada de autoconhecimento e alcance de melhores resultados.

SEQUESTRO EMOCIONAL: o que é?

SEQUESTRO EMOCIONAL: o que é?

Sequestro emocional  diz respeito ao sentir e agir antes mesmo de qualquer organização e processamento de informações da experiência vivida, ou seja, antes de entender e nomeá-las. 

Isso significa manifestar comportamentos impulsivos, a partir de emoções vivenciadas frente a situações, sem medir consequências. Daí muitas pessoas podem manifestar arrependimento, provocar impactos negativos, perdas ou consequências graves posteriormente por suas ações impensadas.

Quem criou este conceito foi o psicólogo Daniel Goleman para descrever o processo onde impressões sensoriais são enviadas diretamente do tálamo à amígdala, antes de serem plenamente processadas pelo neocórtex. Mas quem identificou primeiramente este processo foi o neurocientista americano Joseph E. LeDoux, em 1993. 

O sequestro emocional pode resultar em comportamentos impulsivos e inapropriados, dos quais os indivíduos podem vir a se arrependerem posteriormente, por exemplo, um acesso de fúria que podem resultar em agressão ou assassinato, onde a pessoa age com base em um impulso intenso de raiva, sem refletir ou pensar nas consequências de seus atos no momento da ação. 

E como evitá-lo? Confira as dicas abaixo:

  • Autoconsciência e Autopercepção: procure tomar consciência das situações que para você são gatilhos de medo, raiva ou que provoque você agir impulsivamente. Nomeie elas antes de agir, por exemplo “neste momento sinto medo”, “estou ansioso”, “estou com raiva”;
  • Regulação gestão emocional: desenvolva maior tolerância às emoções, especialmente às agradáveis, melhor auto-observação e percepção do como elas se manifestam no seu corpo;
  • Respire e conte antes de agir: respire, conte até 6 ou até 10 antes de agir, seja para fugir da situação, seja para atacar, explodir, ou seja, antes de agir impulsivamente. Isto permite seu cérebro dissipar a cascata de neurotransmissores envolvidos antes de agir;
  • Mindfullness: exerecícios de mindfullness são excelentes para promover autoconsciência, regulação emocional, atenção plena e evitar o sequestro emocional;
  • Tenha uma válvula de escape: aqui os esportes, atividades corporais em geral, atividades artísticas, meditação, jardinagem e outras práticas são excelentes ferramentas para que possa liberar as emoções de forma assertiva;
  • Faça terapia: como estratégia de promover todas as outras acima, ampliar seu autoconhecimento, aprender estratégias de regulação emocional, identificação de emoções, treinamento de habilidades sociais, inteligência emocional entre outros conhecimentos e estratégias de promoção de saúde mental.
A primeira vez a gente nunca esquece

A primeira vez a gente nunca esquece

Hoje resolvi falar um poquinho sobre minha história e como iniciei meus primeiros atendimentos como coach. O primeiro desafio que me deparei era ter um espaço para realizar meus atendimentos. Isto envolvia custo e como ainda não tinha uma agenda lotada de clientes, precisava levar em conta até onde poderia dar o meu passo naquele momento, final de 2014 e início de 2015.

Ainda que eu já tivesse até ali 10 anos de experiência como psicóloga atuante no mundo corporativo, com seleção, gestão de pessoas, treinamento e desenvolvimento, atuar como autônoma foi algo que se mostrou desafiante, porque não foi algo que planejei para minha carreira. Foi algo que me deparei na jornada, lá em 2008, após ser demitida juntamente com outros colegas, em plena crise da bolha dos EUA. Na ocasião eu tinha como clientes somente empresas americanas, e elas, em virtude da crise, reduziram drasticamente os contratos com a multinacional que eu prestava serviços como consultora de RH. Resultado: caí no mercado.

Cheguei a prospectar vagas CLT, porém o que foi surgindo a partir dali, daquele momento totalmente fora do meu controle, foram oportunidades para atuar como prestadora de serviço, temporário ou não, mas como autônoma. Abracei estas oportunidades por ser com algo que sempre gostei de fazer: treinar e desenvolver pessoas.

A minha formação em coaching foi uma consequência deste momento de virada na minha carreira como psicóloga, assim como minha atuação como psicóloga clínica. Encarei e aceitei a realidade como ela se apresentava e foquei no que estava ao meu alcance para seguir. E não é que deu certo!?

Esta é uma imagem que mostra como foi o início dos meus atendimentos. Atendendo em cafés, coworkings, salas sublocadas de acordo com a demanda de novos clientes, dando um passo por vez, assim como você. Não era a melhor condição, os melhores recursos, o espaço perfeito, mas era o que eu tinha ao alcance naquele momento.

Por isso convido você a FOCAR NO QUE ESTÁ AO SEU ALCANCE, USAR OS RECURSOS DISPONÍVEIS NESTE MOMENTO E NÃO ESPERE AS CONDIÇÕES PERFEITAS PARA ENTRAR EM AÇÃO. Acredito que cada passo da nossa jornada importa e a junção de todos eles é a maior evidência de sucesso, de realização e do seu potencial em ação. BOA SEMANA e COMECE AGORA MESMO A VIABILIZAR AQUILO QUE DESEJA NA SUA JORNADA.

COACHING ASSESSMENT:  o que é?

COACHING ASSESSMENT: o que é?

Coaching Assessment uma avaliação comportamental que visa identificar qual o perfil predominante atitudinal do coachee. Além disso, é uma ferramenta que realiza um mapeamento de 21 competências  e como elas se expressam no seu atual momento de vida e carreira.

Trata-se de um software (sistema) com validação científica de mapeamento de tendências comportamentais com referencial teórico na metodologia DISC. É uma excelente ferramenta de autoconhecimento que permite verificar qual expressão predominante do coachee, se mais executor, comunicador, analítico ou planejador, ou mesmo se uma combinação de 2 ou mais destes estilos.

A partir desse mapeamento é possível detectar os pontos fortes e os pontos de desenvolvimento do cliente, bem como estilo de liderança e seu processo de adaptação às demandas do meio. Para fazer esta avaliação, o coachee é convidado a responder um questionário atitudinal, que poderá ser respondido online ou offline de uma forma prática e objetiva.

A avaliação leva em torno de 07 a 10 minutos para ser feita, sendo o ele orientado a dar respostas sinceras sobre seu comportamento e atitudes. A partir de suas respostas, o sistema fornece instantaneamente um relatório de Perfil Comportamental, com dados qualitativos e quantitativos.

Fazer o Coaching Assessment , como ferramenta parte do processo de coaching ,certamente ajuda você a potencializar  suas perspectivas de vida e carreira, ao conhecer melhor seu comportamento, seu perfil predominante, pontos fortes e de melhoria.  Ela permitirá você traçar estratégias a serem implementadas visando otimizar seu poder de ação, melhorar seus relacionamentos, lidar com demandas sob pressão, bem como seu posicionamento no meio para atingir mais e melhores resultados.

O Coaching Assessment somente é aplicado por Analistas de Perfis Comportamentais devidamente certificados pelo do Instituto Brasileiro de Coaching. Ele também pode ser feito extra processo de coaching, ao menos 1 vez por ano, como uma estratégia de autoconhecimento, desenvolvimento e monitoramento, para promover ajustes eventuais de atitudes e competências necessários em diferentes momentos da sua vida e carreira, assim como para desenvolver líderes e equipes .

Esquema de EMARANHAMENTO: características

Esquema de EMARANHAMENTO: características

O esquema emocional de emaranhamento é um dos 18 esquemas mapeados pelo psicólogo Jeffrey Young (2008) dentro da abordagem da terapia dos esquemas. Este esquema é parte do domínio Senso de Autonomia e Competência, ou seja, em que a necessidade emocional básica de autonomia e independência mostrou-se ausente ou prejudicado no desenvolvimento do indivíduo.

Isso pode ter se dado por diferentes motivos ao longo do desenvolvimento da criança na relação com seus pais e tendo eles como primeiros fornecedores de suas necessidades emocionais básicas.

Um exemplo disso são situações em que pais ou primeiros cuidadores, por excesso de zelo e superproteção, terminam por fazer e/ou decidir tudo pela criança. Este comportamento parental, de forma recorrente e continuada, acaba tirando da criança e do adolescente a oportunidade de explorar o ambiente, experimentar fazer as coisas por conta própria, desenvolver habilidades, descobrir interesses, inclinações próprias e talentos, aprender com eventuais falhas e desenvolver senso de identidade, autonomia e independência.

Há casos de pessoas que não desenvolveram este senso de self independente por conta de figuras parentais abusivas, opressoras, dominadores, controladoras em excesso, que podem ter isolado ou privado a criança e/ou adolescente de ampliar sua rede de relacionamento e desenvolvimento de habilidades, restringindo seu aprendizado ao contexto familiar por longos anos. Como consequência, estes indivíduos somente conhecem como certo, verdadeiro, como realidade, crenças, valores e comportamentos provenientes do seus pais, desenvolvendo uma autopercepção de incompetentes e/ou incapazes de tomarem decisões , fazerem escolhas e resolverem problemas sozinhos, dependendo excessivamente dos seus pais para se colocarem no mundo.

CARACTERÍSTICAS

Pessoas que apresentam este esquema emocional ativado costumam apresentar algumas características como:

  • Sensação de estar fundidos, emaranhados, com outras figuras próximas que podem ser parceiros, pais, amigos ou outros vínculos de importância;
  • Dificuldades de reconhecerem gostos, preferências, desejos e vontades próprias, assimilando como seus os interesses e opiniões dos outros de forma consciente ou inconsciente;
  • Self subdesenvolvido, ou seja, uma identidade não contruída ou não fortalecida, com dificuldade de reconhecer-se como indivíduo, a parte e/ou independente de pessoas que para elas são importantes;
  • Podem se sentir invadidas ou asfixiadas pela constante presença e interferência do outro em suas escolhas, decisões, rotina;
  • Podem se sentir frágeis, vulneráveis, incapazes de tomar decisões sozinhas com dificuldades de fazer escolhas, resolverem problemas e entrarem em ação;
  • Sensação de vazio constante por não conseguirem se reconhecer como identidade, não terem clareza de seus interesses, gostos, preferências, habilidades, talentos e inclinações naturais;
  • Podem evitar situações de tomada de decisão, de mudança, ou fazer escolhas baseadas no que outros acreditam ser importantes ou certo para elas, evitar conflitos, estabelecer ou fortalecer a dependência emocional em relação aos outros;
  • Inibição de opiniões, emoções, sentimentos, posicionamentos, falta de espontaneidade, por falta de clareza do que de fato é próprio ou por não saberem como agir;
  • Podem copiar comportamentos daqueles aos quais se encontram emaranhadas;
  • Podem sentir culpa ou senso de incapacidade de viver de forma autônoma e independente. (YOUNG, 2008, pág. 204-206)

A terapia do esquema é uma estratégia chave no tratamento deste esquema emocional, auxiliando a pessoa na tomada de consciência de seu esquema em funcionamento e suas estratégias de enfrentamento (evitativas, hipercompensatórias e de resignação). Permite trabalhar tanto no nível cognitivo, emocional e comportamental para fortalecer seu senso de identidade, trabalhar o autoconhecimento de interesses, gostos, preferências de forma independente, desenvolvimento de habilidades sociais, entrar em contato com seus talentos, e aprender a viver de forma plena, autêntica, espontânea, com autonomia e independência em relação aos outros.

Para ampliar a reflexão, segue sugestão de conteúdo e título que serviu de referência para este artigo:

YOUNG, Jeffrey E.. Terapia do esquema [recurso eletrônico] : guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras / Jeffrey E. Young, Janet S. Klosko, Marjorie E. Weishaar; tradução Roberto Cataldo Costa. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.