A função da Terapia no manejo da Frustração

A função da Terapia no manejo da Frustração

Frequentemente ouço relatos de pessoas, sejam em sessão de terapia, seja em conversas familiares ou amistosas, trazendo sofrimentos relacionados à frustração. Algumas até colocam como uma inabilidade ou mesmo limitação a dificuldade em lidar com frustrações, sendo que as mais categóricas chegam a afirmar “eu não sei lidar com frustrações”. E algumas perguntas frequentemente surgem em minha mente: será que as pessoas sabem o que é frustração? Será que elas percebem quando acontecem, quando se frustram e quais fatores relacionados às suas frustrações? Daí surgiu o motivo para escrever estas linhas de hoje aqui no blog.

São diversas as definições que podemos encontrar do termo frustração, a exemplo:

  1. “estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingir a satisfação de uma exigência pulsional.” (dicionário Oxford Languange)
  2. “sentimento, uma emoção que ocorre quando algo que era esperado não ocorreu.” (https://www.significados.com.br/frustracao/)
  3. “sentimento desagradável que se produz quando as expectativas de uma pessoa não são satisfeitas por não poder conseguir aquilo que pretende.”(https://conceito.de/frustracao )

Só aqui temos três diferentes perspectivas a respeito do termo, porém o ponto em comum é: frustração gera insatisfação. Aprofundando um pouco mais, podemos identificar alguns tipos de frustração:

  1. Frustração por não ter necessidades atendidas: sejam elas emocionais, fisiológicas, materiais;
  2. Frustração por não alcance de um objetivo: seja qual for a meta, o objetivo, o indivíduo se sente frustrado ao não concretizar ou ser impedido por ele mesmo e/ou fatores externos de concretizar o que estabeleceu como objetivo;
  3. Frustração por elevadas e/ou distorcidas expectativas: quando o indivíduo não encontra na realidade, nas situações, nas interações, fatos congruentes com suas expectativas, termina se decepcionando consigo ou com o(s) outro(s), ou com o contexto, quando o que se apresenta é diferente do que ele esperava(expetava).
  4. Frustração por perda: seja de pessoas importantes, relacionamentos rompidos, perdas materiais, de um emprego, projeto, etc;
  5. Frustração dilemática: quando o sujeito necessita tomar decisão, fazer uma escolha e percebe que a escolha que fizer implicará em perdas e ganhos, ou seja, terá de escolher 1 entre diversas opções, o que o levará a abrir mão das outras e de alguns benefícios;
  6. Frustração por falta de reconhecimento: por falta de gratificação positiva, emocional e/ou material, ou seja, por não ser validado pelos outros em suas habilidades, talentos, resultados, desempenho ou mesmo por não ser promovido, premiado com bônus ou outro tipo de reconhecimento material.

São tantas? Pois é…O fato é que frustração é algo parte da vida, isto é, em algum momento (ou vários) nos depararemos com este sentimento, porque fatos acontecem, a maior parte deles estão fora do nosso controle, e muitos deles podem chegar de surpresa, de forma totalmente imprevisível, com menor ou maior impacto na nossa vida (ex. pandemia que nos levou ao isolamento social compulsório, perdas de familiares e amigos, perdas de emprego, crise econômica, limitação da liberdade, etc) . Daí a importância da terapia como estratégia no manejo da frustração.

A terapia é um espaço livre de qualquer julgamento. É aquele lugar que você chega e fala como quiser, rindo, chorando, com ou sem escárnio, raiva, perplexidade e outras emoções. Fala coisas que não se sentiria à vontade para falar com outras pessoas, mesmo as mais próximas e da sua confiança, seja por qual motivo for: sentir-se perdido(a), confus(a), receio de machucar, de ser mal compreendido, de não atender as expectativas, receio de perder ou alguém importante afastar-se por não gostar ou concordar com o que você disse.

Mas este falar exatamente o que você pensa e sente faz toda a diferença no manejo da frustração. É a partir do reconhecimento do que você acontece internamente a você, seus pensamentos, suas emoções, suas percepções, expectativas, fatores limitantes, tudo isso é material para a terapia. Porque é a partir deste conteúdo que você tem oportunidade de expressar suas verdades, sejam quão duras ou felizes elas sejam. E é a partir deste material que você tem, na terapia, a oportunidade de ampliar seu campo de visão sobre si  mesmo, os outros, as situações, o mundo e sobre o futuro.

Por estes princípios da ética, do não julgamento , da escuta ativa, do acolhimento, da empatia, do respeito, lugar de fala, da livre associação e expressão de ideias é que a terapia se torna importantíssimo espaço para toda e qualquer pessoa manjar e aprender a lidar com suas frustrações. É um espaço que provoca você a trabalhar a aceitação da frustração como algo parte da vida, mas que você poderá aprender e encontrar novos sentidos, ao compreender que fatores contribuíram para que se sinta frustrado(a), se eles são internos ou externos a você, se você tem ou não poder de ação para modificá-los ou modificar a realidade que se apresenta, desenvolver novas estratégias de enfrentamento para seguir e não ficar fixado na frustração, nem deixar de viver novas experiências por sentir-se frustrado(a) em algum momento.

A terapia auxilia você garimpar e levar consigo aprendizados a partir de cada momento de vida, sejam os mais felizes, sejam os mais limitantes, tristes, decepcionantes. Podemos aprender com cada situação que vivemos, a depender da nossa disposição e abertura emocional.

Por isso, deixo aqui este convite: FAÇA TERAPIA. Ao contrário do que muita gente ainda pensa, terapia não é coisa de gente louca ou com problemas mentais. Terapia é para pessoas corajosas e dispostas ao auto-enfrentamento, sejam elas com ou sem qualquer transtorno mais significativo. Qualquer pessoa pode e deve fazer terapia, exatamente por ser uma incrível estratégia de aprendizado, autoconhecimento, regulação emocional, desenvolvimento de habilidades sociais e outros muitos benefícios. Experimente e sinta você mesmo os benefícios e transformações que ela proporciona.

FELICIDADE COMO CAMINHO: conheça suas preferências e essência

FELICIDADE COMO CAMINHO: conheça suas preferências e essência

Num outro artigo que escrevi aqui no blog comentei o quanto este tema da felicidade desperta interesse de pessoas em rodas de conversas, redes sociais, livros diversos, assim como de áreas do conhecimento como filosofia, psicologia, espiritualidade. Hoje vamos falar sobre a felicidade como caminho e sobre a importância do autoconhecimento neste processo.

Quando falamos do termo felicidade, podemos encontrar diversas definições estruturadas por filósofos e autores que despertam a reflexão sobre sentido da vida, por que vivemos e fazemos o que fazemos, motivações para a existência, sobre o que realmente importa para entendermos que a vida que vivemos está valendo a pena e possui sentido.

E isso provoca emoções positivas, que nos fazem nomear alguns eventos da nossa jornada como felizes, em que nos sentimos plenos, realizados, preenchidos por sensações agradáveis como alegria, paz, plenitude, como por exemplo o nascer de uma criança, quando ela dar seus primeiros passos e palavras, quando passamos num vestibular, concurso público, quando conseguimos aquele trabalho que tanto queríamos, quando vivemos relacionamentos agradáveis com familiares amigos, quando fazemos uma viagem dos sonhos, quando realizamos um projeto, um casamento, quando encontramos alguém que amamos e que estava distante fisicamente há anos, entre outros tantos belos momentos de vida.

A verdade é que a felicidade não está nestas situações em si, mas sim no como vemos e nos relacionamos com estes momentos ao longo da nossa vida, com o que eles significam para nós. E isto fala muito mais de nós mesmos do que dos fatos que acontecem.

AUTOCONHECIMENTO X FELICIDADE

Para termos clareza do que é felicidade para nós, é preciso ter clareza do que nos faz feliz. E para isto é preciso se conhecer, percorrer a jornada do autoconhecimento para que possamos acessar nossa essência, nossos valores, interesses, gostos, preferências e experienciar situações que nos provocam alegria, realização, paz, plenitude alinhadas a estes pontos.

Mas, muitas vezes, podemos começar a entender o que é felicidade a partir de eventos e situações trágicas ou ruins, como perdas, falecimentos, separações, conflitos, enfermidades, pois elas também nos colocam em direto contato com o que nos falta, com nossas dores, nossos motivos de infelicidade e que nos provocam a mudar de rota, ajustar planos, ressignificar relações e vida como um todo, rumo a viver com mais sentido.

Por estes pontos é que dizemos que felicidade é um caminho. E que para seguir nele é preciso entrarmos em contato com nossa essência e preferências. Momentos em que nos percebemos fazendo o que gostamos, seja profissionalmente ou não, agindo coerente com valores que tomamos como referenciais da nossa existência, tomando decisões e fazendo escolhas também alinhadas a eles e as sensações agradáveis de alegria, paz, plenitude certamente nos ajudam a entender o que é felicidade para nós e servem de referenciais para buscar cada vez mais momentos como estes em nossa vida, assim como superar desafios e momentos difíceis, promover mudanças, seja no nosso jeito de ser, no nosso estilo de vida, relacionamentos, hábitos, ações sociais, trabalho, entre outros aspectos.

E com objetivo de ajudar você na sua jornada de busca da felicidade, deixo aqui algumas perguntas para que possa fazer a si mesmo sobre o assunto:

  • Quem é você? Qual a sua essência?
  • O que move você?
  • O que faz você acordar e viver seus dias?
  • Por que você vive, para que você vive? Como você vive?
  • Por que você faz o que faz? Para que você faz o que faz? Como você faz o que faz?
  • Quais seus interesses, gostos e preferências?
  • Quais seus valores?
  • Qual seu propósito?
  • Quais pessoas são referências positivas para você? Por quê?
  • Quais os momentos mais felizes que viveu até aqui? O que aconteceu que deixou você feliz nestas situações?
  • Quais piores momentos que viveu até aqui? O que aconteceu? O que faltou nestas situações?
  • O que você faz hoje que deixa você feliz, pleno, em paz e realizado?
  • Em quais situações você se sente completo? Como?
  • O que realmente importa para você?
  • Felicidade para você é… (complete a frase)

Espero que você faça este exercício e que esta pequena reflexão ajude você a ampliar sua visão sobre se mesmo, os outros e o mundo, sobre o que é felicidade para você e de modo que possa realizar ajustes e melhorias na sua jornada de autoconhecimento e realização.

Para saber mais:

https://mamtra.com.br/felicidade-o-que-te-faz-feliz/

O que é Coaching Ontológico?

FELICIDADE: como identificar o que te faz feliz

FELICIDADE: como identificar o que te faz feliz

O que é felicidade? Você sabe o que faz você feliz? Pois bem, estas perguntas constantemente são temas de conversas prolongadas, em qualquer lugar, inclusive nas redes sociais. São perguntas que provocam a gente entrar em contato com o sentido de nossa vida, nossas escolhas, o que somos, o que fazemos, por que somos e fazemos o que fazemos, para quê, para quem. Pensando em contribuir com mais uma reflexão sobre vida e plenitude, hoje vamos falar sobre como identificar fatores que promovam felicidade na sua jornada.

FELICIDADE: o que é?

Primeiro ponto importante a ressaltar é que não existem um conceito único sobre o que é felicidade. Se pararmos para considerar os grandes pensadores e filósofos, de cara já encontraremos diferentes definições sobre este conceito. Eis abaixo algumas que mais me chamam a atenção e gostaria de compartilhar com você:

“Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade” (Epicuro : 341 a.C. – 271d.C.)

“A felicidade é o sentido e o propósito da vida, o único objetivo e a finalidade da existência humana.” (Aristóteles: 384 a.C.–322 a.C)

“A felicidade é frágil e volátil, pois só é possível senti-la em certos momentos. Na verdade, se pudéssemos vivenciá-la de forma ininterrupta, ela perderia o valor, uma vez que só percebemos que somos felizes por comparação” (Friedrich Nietszche: 1844–1900)

“Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia.” (Mahatma Gandhi: 1869–1948)

“Todo mundo quer a felicidade sem qualquer dor, mas você não pode ter o arco-íris sem um pouco de chuva.” (Bob Marley: 1945–1981)

“Somos o resultado das circunstâncias da existência. Não só da genética que herdamos, como do processo intrauterino, quanto ao processo de nascimento e das experiências que passamos. Se quisermos um estado de bem-estar, que o budismo chama de nirvana, não significa a ausência de dores e insatisfações, elas existem.” (Monja Coen: 1947- )

“Felicidade é um bom projeto de vida. E não perca tempo com bobagens.” (Leandro Karnal: 1963 – )

Fiz questão de compartilhar definições de felicidade por diferentes autores, de diferentes momentos históricos, desde antes de Cristo até os que ainda são vivos hoje. Isto porque de cara já nos faz perceber que este conceito não é único e quebrar o mito de busca da felicidade sob um “formato X”, “modelo y”, que infelizmente muitas pessoas ainda têm em mente nos dias atuais, em pleno século XXI.

O fato é que, como ponto comum a todas as definições, estamos falando de como as pessoas vivem, de busca de sentido da vida, isto é, a percepção de felicidade está relacionada a uma visão de mundo e valores norteadores de forma de pensar, sentir e agir no mundo.

WHP e o FIB

A psicologia positiva é um campo recente da ciência do comportamento humano. A partir da década de 1990, estudos foram estruturados e pesquisas feitas em diversos países por pesquisadores das universidades de Harvard, Yale, Pensilvania, Michigan, buscando entender o que levariam o ser humano à felicidade, se existiriam fatores de felicidade e quais seriam eles.

O resultado de décadas de pesquisa, levaram a estruturação de um ranking mundial dos países mais felizes do mundo, atualizado anualmente desde 2016, em 156 diferentes países, o  World Happiness Report (WHP) , com dados da ONU e da Consultoria Gallup, que monitoram o estado de felicidade nos países pesquisados.

Em 1972, o rei do Butão estruturou 9 indicadores de felicidade, como forma de indicar o crescimento do país sem considerar o aspecto econômico, mas sim, psicológico, espiritual, cultural, ambiental. Daí estruturou-se o índice FIB (Felicidade Interna Bruta), tomado pela ONU como referência nas pesquisas sobre felicidade mundo. São eles:

  1. Bem-estar psicológico: Mede o otimismo que cada cidadão tem em relação a sua vida, relativo à autoestima, nível de stress e espiritualidade;
  2. Saúde: Avalia medidas de saúde implantadas pelo governo (exercícios físicos, nutrição e autoavaliação da saúde);
  3. Uso do tempo: Tempo que o cidadão perde no trânsito, carga horário de trabalho, divisão de horas entre o trabalho, descanso, lazer e estudos;
  4. Vitalidade comunitária: Relacionamento e das interações entre as comunidades. Analisa a segurança dentro da comunidade, assim como sensação de pertencimento e ações de voluntariado;
  5. Educação: Verificação de itens como participação na educação informal e formal, valores educacionais, educação no que se refere ao meio ambiente e competências.
  6. Cultura: Análise de tradições culturais locais, festejos tradicionais, práticas culturais, desenvolvimento de capacidades artísticas e discriminação de raça, cor, ou gênero.
  7. Meio ambiente: Relação entre os cidadãos e os meios naturais como solo, ar e água. Estuda a acessibilidade para áreas verdes, sistemas para coletar o lixo e biodiversidades da comunidade.
  8. Governança: Estuda a maneira da relação entre a população e a mídia, poder judiciário, sistemas de eleições e segurança.
  9. Padrão de vida: Análise da renda familiar e individual, seguridade nas finanças, dívidas e qualidade habitacional.

Entrar em contato com o ranking WHP e o índice FIB também é uma evidência que o conceito de felicidade não é único e que a sua percepção varia nas diferentes culturas e economias, assim como é fundamental incluir fatores subjetivos como a espiritualidade, a cultura, interações sociais, saúde física e psico-emocional, valores, comportamentos como constituidores do que é felicidade para cada pessoa, cada povo.

COMO IDENTIFICAR O QUE TE FAZ FELIZ

Agora que já percebemos que felicidade não é única para todos, e que vivenciá-la é uma percepção e experiência particular para cada ser humano, vamos então ao objetivo principal da nossa reflexão de hoje: como identificar fatores que fazem você feliz.

Ao trazer as diversas definições de felicidades dos pensadores e filósofos de diferentes períodos históricos, percebemos que falar de felicidade inclui valores e o sentido da vida. E isso é algo bem variado, particular para cada pessoa, comunidade, povo.

Mas é possível aqui elencar algumas estratégias que contribuem para você se conectar com o sentido da sua vida, seus valores, senso de pertencimento, identidade, necessidades emocionais, necessidades materiais e direitos:

  1. Leituras e Filmes: que proponham reflexões sobre sentido da vida, felicidade, autoconhecimento, o que realmente é importante para você e te gera um senso de realização e plenitude;
  2. Socialização: como oportunidade de compartilhar, ouvir, ser ouvido, relacionar-se, comunicar-se a partir de relações saudáveis e que te gere sendo de pertencimento e identidade. Ex: encontros familiares, encontros com amigos, coletivos de identidade social, de gênero, de empreendedorismo, artísticos, espirituais, etc;
  3. Voluntariado: como estratégia de você ajudar o outro, contribuir diretamente para o bem estar do outro, seja ele psicoemocional, físico, material, saúde, educação, moradia, alimento, escuta ativa, roupas, etc. Isto gera sentimento de ser parte de um todo maior, autorresponsabilidade, contribuição social, empatia, gratidão;
  4. Psicoterapia: que pode ser individual ou em grupo. Uma estratégia de autoconhecimento, aprendizado de habilidades sociais, enfrentamento de medos, dilemas, perdas, superações, que gera muitos aprendizados consigo mesmo e na interação com os outros parte do grupo;
  5. Coaching Ontológico: um processo de life coaching que faz você refletir sobre o que realmente importa para sua vida, valores, senso de identidade, pertencimento, contribuição social e gerar uma rota de ação com o que você está disposto a entrar em ação para viver uma vida com sentido, alinhado a tudo isso;
  6. Atividades Culturais e Esportivas: como forma de desenvolver habilidades criativas, físicas, mentais, autoconhecimento, visão de mundo, identidade, expressão, pertencimento e contribuição social.

Convido você a começar agora mesmo a investir no seu processo de autoconhecimento, seja ele qual for, para entrar em contato com o sentido da sua vida, seus valores, o que realmente importa para você, para que possa dar novos passos para viver uma vida com sentido, realização, plenitude, uma vida feliz.

Para saber mais:

https://mamtra.com.br/o-que-e-coaching-ontologico/

https://mamtra.com.br/o-que-e-coaching-criacional/

https://exame.abril.com.br/mundo/estes-sao-os-paises-mais-felizes-do-mundo-em-2019/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Mundial_da_Felicidade

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/fibfelicidade-interna-bruta.htm

COACHING X DESENVOLVIMENTO HUMANO

COACHING X DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Coaching, por se tratar de uma metodologia de ação e resultado, é uma ferramenta de promoção de desenvolvimento humano. Isto porque, ao longo de um processo coaching, o coach provoca o coachee a refletir sobre seu estado atual, seus aprendizados de trajetória até o momento presente, para promover alavancagem, isto é, provocar o cliente a entrar em ação rumo ao que ele está buscando realizar (objetivo, transformação, mudança de hábitos, estilo de vida, etc).

Quando falamos de desenvolvimento humano, levamos em conta processos que nos possibilite evoluir, crescer, mudar e nos transformar. Ao longo da vida, passamos por diversas fases e situações que nos proporcionam oportunidades para aprender novas habilidades, competências, enfrentar e resolver problemas, tomar decisões. Ou seja, inúmeras experiências que nos levam viver diferentes momentos, fazer diferentes e novas escolhas, buscando sobreviver, superar desafios, ser mais felizes e plenos, fazer e realizar mais, com melhor qualidade, maior produtividade, eficiência e eficácia, maior assertividade.

A ideia é que o coachee, ao longo de um processo de coaching, acesse informações preciosas sobre si mesmo (autoconhecimento) especialmente sobre seu jeito de ser (perfil comportamental, temperamento, estratégias de enfrentamento, sabotadores, etc), suas fortalezas e fraquezas, pontos a melhorar, habilidades, competências técnicas e comportamentais, ligando todos os pontos de modo a promover expressão máxima do seu potencial e aproveitar as oportunidades que estão à sua volta, no seu contexto, relações e conexões, para alcançar o resultado que está focando no momento.

Vale lembrar que o coaching, enquanto estratégia de desenvolvimento pessoal, possibilita você desenvolver a habilidade da auto-observação como parte do seu processo de melhoria contínua. E esta habilidade ajuda você a reconhecer incômodos, insatisfações, gatilhos e situações que contribuíram para que eles surgissem, assim como direcionar você a identificar e elencar o que precisa ser feito para mudar/ajustar, quais recursos acionar, assim como eleger critérios que balizem suas novas tomadas de decisões de forma mais assertivas.

A Roda da Vida: suas funcionalidades e benefícios

A Roda da Vida: suas funcionalidades e benefícios

A Roda da Vida é uma ferramenta de coaching que propõe o coachee entrar em contato com 12 áreas da sua vida, convidando ele a fazer uma reflexão de como ele entende cada uma delas e avaliar como elas se encontram no estado atual.

Indicadores

A grande sacada de fazer a Roda da Vida num processo de coaching ou mesmo psicoterapia é trazer indicadores de satisfação, realização e felicidade para o cliente se apropriar e provocar uma tomada de consciência de como está sua vida de modo integral, sistêmico, no presente momento. Sendo assim, é possível entender a Roda da Vida como uma ferramenta de auto-feedback com foco no autoconhecimento.

Alavancagem e Plano de ação

Uma vez que o cliente tenha avaliado a si mesmo nestas 12 esferas, ele passa para uma segunda etapa de reflexão que chamamos tecnicamente de alavancagem. Ou seja, a partir da reflexão feita através da Roda da Vida, ele é convidado a reconhecer quais áreas estão ok e quais estão lhe gerando incômodos ou precisam de ajustes, provocando-o a propor pelo menos uma ação para cada esfera que ele percebe precisar fazer algo para mudar, ser e viver melhor, mais feliz, satisfeito e com saúde integral.

Esta etapa de alavancagem é finalizada com a construção do Plano de Ação, de modo que o coachee saia da sua sessão com sua rota do que fará, a partir de hoje, para entrar em ação e seguir em busca de sua vida com mais equilíbrio, realização, felicidade, de forma integral, sistêmica.

Benefícios e funcionalidades

Outra funcionalidade e benefício que a Roda da Vida proporciona para o cliente de coaching ou psicoterapia é que ele entre em contato com habilidades e dificuldades, por exemplo, reconhecendo áreas que ele se destaca e áreas outras que não tem tanto engajamento e/ou boa performance. A ideia é que ele se pergunte por que isso acontece e como ele pode buscar equilibrar ou mesmo trazer uma habilidade/talento que ele tem numa esfera e propor direcionar nesta outra esfera que esteja dificuldade de gerar melhores resultados.

Esta ferramenta também serve como ótimo indicador de progresso do cliente no seu processo, para ser feita no início e final do trabalho, de modo que ele se depare com seu processo evolutivo, com as ações que ele se propôs realizar x realizadas, ou seja, gera um “antes x depois” bem direto gerando impacto nele do quanto vale a pena investir em si mesmo e do quanto ele consegue agir para fazer melhorias em sua vida.

Como consequência, ela também serve ao cliente como ferramenta auto-motivacional, uma vez que ele vendo e reconhecendo seu próprio progresso, certamente terá seu sistema retroalimentado com dados da realidades que comprovam seu sucesso no empenho de esforços para mudança, fortalecendo sua autovalidação, sua crença em si mesmo como alguém que pode ser e realizar muito mais, basta querer e colocar-se em ação.

 

Sua felicidade vai muito além do Carnaval

Sua felicidade vai muito além do Carnaval

Quarta-feira de cinzas. Muita gente ainda passou o dia nas ruas, aproveitando até o último segundo o fim de festa carnavalesca. Mas a maior parte de nós já retomou a rotina de trabalho desde cedo ou a partir das 12hs de hoje.

Acabei de voltar de alguns compromissos externos e atendimento a clientes e fiquei impactada com a quantidade de pessoas com rostos sisudos, emburrados, falando o estrito necessário para a convivência e muitos até sem olhar nos olhos dos outros. Seria uma “síndrome pós carnaval”? Será que tudo isso é ressaca? Enfim, seja o que for este comportamento, convido você para falarmos sobre Felicidade.

2 semanas de Carnaval

Por acaso você também notou que o Carnaval  já vem há alguns anos indo além dos dias efetivamente considerados carnavalescos (domingo, segunda e terça de carnaval)? Eu sou baiana e por muitos anos aqui em São Paulo e outros estados eu ouvia ” eh, baiana, na sua terra o carnaval começa 1 semana antes e ainda tem as micaretas o ano inteiro” .

Sempre ouvi sem muito me manifestar, até porque Carnaval nunca foi a minha festa predileta. Mas sempre percebi, na minha terra, um hábito de incluir e viver muitas festividades sacras e profanas como parte da vida cotidiana, ao longo do ano, sem que isso significasse deixar de trabalhar, acordar cedo, dar conta das metas, cumprir entregas, enfim, sem que impacte na produtividade. O impacto efetivo e positivo dá-se mesmo no índice de felicidade, receptividade, acolhimento e alegria deste povo.

E eis que passaram-se anos e hoje vemos o carnaval sendo realizado em várias partes do país seguindo o seguinte “plano de produção executiva”: pré-carnaval (1 semana) + carnaval (1 semana) + pós carnaval (4 finais de semana seguinte com festas + micaretas). E o que isso revela? O que mudou de lá pra cá?

Carnaval: tempo de felicidade

O fato é que, historicamente, as pessoas estabelecem com o Carnaval uma relação de “tempo de felicidade”, onde tudo pode, tudo é permitido, todas as ideias, expressões, comportamentos, sejam eles tranquilos, exagerados, arriscados ou não. É das poucas festas que a coletividade encara de verdade o “tempo de parar e viver o presente, como se não houvesse amanhã”.

Veja que interessante isso. São inúmeras as reportagens, artigos e pesquisas científicas que lemos, sejam com enfoque mais científico, psicológico, meditativo, espiritualista, entre outras vertentes que nos deparamos ao longo dos anos e que crescem cada vez mais chamando a nossa atenção para a importância de parar, descansar, quebrar rotina, incluir o lazer, atividades físicas, técnicas de mindfullness como estratégias para aumentar a produtividade e a criatividade. Aí eu pergunto: por que então muitos de nós só se permitem este parar e este extravasar efetivo no carnaval? Será que faz sentido isso quando falamos e procuramos viver uma vida mais equilibrada, incluindo todas as esferas de vida e relacionamento que vão muito além do trabalho e estudo? Convido você a refletir comigo.

Alegria x Felicidade

A Neurociência e a Psicologia Positiva são referenciais teóricos que pode nos revelar informações importantes sobre este tópico. Segundo pesquisas de neurocientistas do mundo inteiro, inclusive brasileiros, o nosso cérebro tem áreas que sua atividade impacta diretamente no nosso índice de felicidade, porém de formas diferentes: a imediata (alegria) e a duradoura (felicidade).

A alegria, segundo algumas destas pesquisas, está diretamente ligada à produção de dopamina na região do hipotálamo, neurotransmissor ligado à produção do estado de euforia e satisfação de necessidades básicas. Por ter este caráter mais intenso e efêmero, o efeito e duração é de curta duração. E explica certamente as “carinhas simpáticas” que hoje encontrei na minha rápida saída para providências.

Já a felicidade funciona de um modo diferente. Ela não é entendida como uma emoção (como é o caso da alegria), mas sim como um comportamento e uma visão de mundo. Sob a luz da psicologia positiva, a felicidade está diretamente relacionada ao como se dá a estruturação do mindset do indivíduo, se voltado ao aprendizado a partir de todas as experiências que ele vive ao longo da sua vida, sejam elas imediatas ou não, intensas ou brandas. Isto é, diz respeito ao como a pessoa processa e dar sentido às suas experiências vividas. Isto inclui a atividade do hipocampo (responsável pelo arquivo de nossas memórias passadas), da amigdala (onde nossas memórias visuais ganham intensidade e teor de emoção e onde nosso sistema reconhece o que nos faz bem x o que nos machuca) somada à atividade racional e de processamento de dados destas duas primeiras que se dá no lobo frontal esquerdo.

Observação e Pesquisa

Observe. A pessoa que se reconhece como feliz não parte de uma situação imediata, circunstancial. Se você perguntar para ela “por que você é feliz?” ela prontamente irá acionar seus arquivos do hipocampo e lobo frontal esquerdo para trazer à luz evidências de sua felicidade, a partir de fatos, experiências, motivos, que estruturam sua argumentação e evidência auto-perceptiva de “uma pessoa feliz”.

E isto é tão verdade que você pode encontrar pessoas felizes em diferentes lugares, cidades, estados, países, culturas, com ou sem dinheiro, fartura, infraestrutura de vida e carreira, que se reconhecem como felizes. E se você rapidamente der uma pesquisada (seguem alguns links ao final para ampliar sua reflexão), também encontrará pesquisas com validação científica sobre índices de felicidade em diferentes países e culturas no mundo, como evidência da contribuição direta do referencial da psicologia positiva.

Voltando às perguntas que fiz para você lá em cima e as “2 semanas tradicionais” de carnaval que agora oficialmente passamos a ter: para você, 2 semanas intensas de farra, parada, “sem pensar no amanhã”, relaciona-se mais com a alegria (efêmera) ou com a sua felicidade (longo prazo, duradoura)? Será que vivermos mais e melhor momentos de lazer, pausa, quebra de rotina, finais de semana com maior desfrute, ao longo do ano, contribui mais para experiências imediatas de prazer ou para gerar um histórico de diferentes boas memórias para a sua “biblioteca mental e emocional”? A sua vida e trabalho têm sentidos que extrapolam o dinheiro? Quais seus indicadores de felicidade?

Lembre-se: perceber-se como uma pessoa feliz, de sucesso, realizada, vai muito além de ter uma conta gorda e investimentos financeiros diversificados. Está sim diretamente relacionado ao seu comportamento de equilíbrio entre as diversas esferas de vida, promoção de saúde integral, ao vivenciar situações e relacionamento de forma saudável, promovendo um “estoque” de memórias racionais e afetivas positivas e de bem estar você consigo mesmo, você com os outros, você com o mundo, estruturar ou mesmo “reprogramar” seu mindset focado para aprendizados, sejam a partir de experiências ruins ou incríveis. Não precisamos deixar de ter um carnaval bem gostoso todos os anos. Mas podemos sim entender e reconhecer que a nossa felicidade vai muito além do carnaval.

Dicas de leituras para ampliar sua reflexão:

http://tioflavio.com/site-tio/wp-content/uploads/2014/07/fib_-_qual_o_seu_indice_de_felicidade.pdf

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/view/34637

http://let.aedb.br/seget/artigos08/323_Indice%20de%20Felicidade%20Interna_SEGeT.pdf

https://veja.abril.com.br/revista-veja/para-nao-acabar-na-folia/

https://exame.abril.com.br/revista-exame/carol-duek-defende-em-livro-a-importancia-de-valorizar-o-esforco/

https://exame.abril.com.br/carreira/o-mindset-e-as-empresas/