A comunicação interpessoal envolve troca de informações entre pelos menos 2 pessoas, sendo uma a emissora (quem emite a informação) e a outra a receptora (quem recebe a informação). Parece simples o processo à primeira vista, porém se lembrarmos que cada um destes participantes pode ser de culturas, línguas e localidades completamente distintas, a comunicação em alguns casos pode se tornar extremamente limitada ou mesmo não acontecer.
Isso porque o maior desafio da comunicação interpessoal é gerar o entendimento, ou seja, fazer com que o receptor entenda a mensagem exatamente como ela foi emitida pelo emissor, com todos os sentidos preservados. Isto se torna de fato um desafio, uma vez que este entendimento passa tanto pelos filtros de quem emite a mensagem (o como fala, como informa) como do receptor (se ouve, como ouve).
Disponibilidade Emocional
Falo muito em sessões de terapia e coaching sobre disponibilidade emocional, sempre perguntando o quanto cada cliente está de fato disposto a encarar a realidade, a se deparar com as evidências do que foi feito e do que não foi feito. E isto é importante ser trazido para este diálogo sobre comunicação interpessoal, uma vez que esta (in)disponibilidade emocional interfere totalmente, seja no falar (ou não falar) como no ouvir (ou não ouvir) uma informação.
Isto é rapidamente confirmado se lembramos exemplos de conflitos familiares, de relacionamento, entre colegas de time e com chefia em que muitas destas situações de conflitos eram eclodidas seja por conta do como se falou (agressivo, desqualificador, desrespeitoso, indiferente, opressor, etc) seja por conta de como se ouviu (sem atenção, sem interesse, com interrupções, etc).
Filtros culturais e ideológicos
Muitas destas indisponibilidades (emocionais ou não) para a comunicação passam também por questões culturais, ideológicas, de valores, intolerâncias (religiosa, de opinião, crenças, sexo, grupos, etc).
Isso podemos totalmente vivenciar em grande intensidade nas últimas eleições para presidente, verificando a “olho nu” o quanto pessoas se digladiavam online ou offline para emitir suas opiniões, sem necessariamente estarem abertas a ouvir e acolher a do outro, muito menos as diferenças de posicionamento, chegando a muitos casos de agressividade física, separações e distanciamentos familiares, episódios de espancamento e mesmo assassinato. Uma triste realidade que exacerbou quem somos enquanto sociedade e evidenciou a nossa indisponibilidade para efetivar de forma assertiva uma comunicação interpessoal.
Muitos dos que opinavam se colocavam em verdadeiro “campo de guerra”, cada um com suas “armas” e defesas. E muitos que não opinavam calavam-se para evitar conflitos, evitar explodir com quem tanto gosta e respeita, evitar se expor e outros tantos comportamentos evitativos.
Este exemplo serve para ilustrar o quanto a comunicação interpessoal pode ser prejudicada por conta dos filtros ideológicos, culturais e emocionais. E nos chama a atenção para como é importante termos cuidado e sermos empáticos na hora de estabelecer uma comunicação com nosso interlocutor.
Como podemos melhorar
Se exercitamos a empatia, se pelo menos nos colocamos no lugar do outro mentalmente considerando quem é esta pessoa com a qual conversamos, como ela gostaria de ser tratada, como ela receberia com maior abertura nossa informação, isto nos permite não só ajustar o nosso como emitimos, mas especialmente o como ouvimos o outro a partir do que falamos. Não significa falar o que o outro quer ouvir, mas sim falar com respeito a si e ao outro. Consequentemente, a comunicação, ao invés de se tornar ponto de mais um conflito, ela se torna espaço de conexão, esclarecimento, entendimento, amor, paz.
Sendo assim, uma comunicação interpessoal de sucesso acontece quando emissor e receptor se colocam interessados e disponíveis emocionalmente, ideologicamente e culturalmente para falar e ouvir respeitando e incluindo o outro no processo, entendendo que ela só é real de fato quando este circuito emissão >> recepção >> retroalimentação acontece com abertura e respeito.
Psicóloga e Coach de Carreira
MAMTRA – Psicologia, Coaching e Desenvolvimento Humano
Psicoterapia, Coaching, Mentoria, Consultoria em Desenvolvimento Humano
Treinamentos, Palestras, workshops, cursos
+55 11 97664-1629
contato.mamtra@gmail.com