O transtorno do pânico (TP) é um dos tipos de transtornos de ansiedade caracterizado por crises de ansiedade intensa e repentina que provoca alto grau de angústia, medo, mal estar, com sintomas físicos, cognitivos e comportamentais associados. São crises que podem acontecer em qualquer lugar, com duração média de 15 a 30 minutos de duração, acarretando a pessoa intenso sofrimento psíquico e emocional.
Estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam para a ocorrência de transtornos relacionados à ansiedade em 9,3% da população brasileira e que acomete 33% da população mundial. Números mais que expressivos e que, em agosto de 2021, evidenciou que os brasileiros pesquisaram sobre ansiedade no google 48 milhões de vezes, superando marcas de buscas de países como Alemanha, Reino Unido, Espanha, ficando apenas atrás dos Estados Unidos. Além destes números, pesquisa recente realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP revelou que 4 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade, representando percentual de 12% do total da população nacional, estimando ainda que 23% dos brasileiros podem sofrer de algum distúrbio relacionado à ansiedade ao longo da vida.
Pessoas que sofrem de ansiedade têm suas vidas impactadas seriamente quanto à qualidade de vida, nas suas relações, escolhas e realizações. Quem sofre do transtorno de pânico pode ter maior agravamento deste impacto, especialmente quando a pessoa passa a viver em função das crises, tentando evitá-las ou evitar situações de medos irreais, imaginários ou desproporcionais à realidade, deixando de viver plenamente e impactando fortemente na sua saúde integral.
os principais sintomas do transtorno do pânico são:
- Taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos);
- Falta de ar;
- Pressão e/ou dor intensa no peito;
- Sudorese;
- Sensação de desmaio;
- Alteração da pressão sanguínea;
- Tontura;
- Náusea;
- Formigamento;
- Tremores;
- Calafrios ou ondas de calor;
- Medo de intenso de morrer, de enlouquecer, de perder o controle, de perder alguém importante, medo de que algo de pior aconteça (ex: ser atropelado, levar um tiro de bala perdida, adoecimento grave, etc.);
- Desmaios, vômitos no pico da crise.
*os sintomas podem variar de pessoa para pessoa em quantidade, intensidade e cognições
É possível vivenciar uma crise de pânico fruto de uma experiência estressante (perdas de pessoa querida, separação, conflitos, momentos de mudança de estágio de vida, violência urbana, etc). Mas quando as crises se tornam recorrentes e sem causas aparentes relacionadas, podem estar sinalizando a presença do transtorno do pânico. Outro aspecto importante a ser considerado é o histórico familiar, ou seja, pessoas com parentes que apresentem transtornos de ansiedade, ou outras doenças psiquiátricas relacionadas à depressão e ansiedade, mostram-se mais suscetíves a desenvolver este quadro. Mas é fundamental observar o histórico de desenvolvimento do próprio indivíduo e como se encontra seu contexto atual, se há presença de fatores que sirvam de gatilhos para suas crises contribuindo para a expressão do quadro.
Com o extender do tempo de isolamento social, trabalho em home-office, aumento de sobrecarga de tarefas, medo frequente de contágio do coronavírus, números assustadores de mortes por COVID-19, que no Brasil já ultrapassaram 584mil, que assolaram milhares de famílias, o nível de estresse elevou-se significativamente neste período de pandemia, impactando diretamente no aumento de casos de ansiedade, depressão e outros transtornos psiquiátricos, bem como o debate sobre a importância do cuidado com a saúde mental.
A boa notícia é que existe tratamento para o transtorno do pânico, sendo considerado como tratamento de primeira linha a associação de psicoterapia cognitivo comportamental com medicação sob orientação do psiquiatra. Mas é importante ressaltar que, tanto para que sofre de transtorno do pânico, como de outros quadros de ansiedade, depressão, a mudança de hábitos e de estilo de vida são chave para remissão de sintomas, recuperação das crises, assim como na prevenção de recaídas. Seguem algumas dicas importantíssimas de como lidar com este transtorno:
- Pratique atividade física: ela faz você sentir liberar neurotransmissores de prazer que auxiliam na regulação cerebral, acelera frequência cardio-respiratória promovendo bem estar, sensação de prazer e relaxamento.
- Evite uso de álcool e outras substâncias lícitas ou ilícitas para alívio da ansiedade, eles podem potencializar os sintomas e crises.
- Yoga, Meditação, Mindfullness, Pilates: são atividades que fazem você exercitar a atenção plena, desacelerar a respiração, focar em cada movimento feito, relaxar corpo e mente, agindo diretamente na redução da ansiedade e promovendo bem estar.
- Exercícios respiratórios: de modo a desacelerar progressivamente sua respiração, ampliar sua capacidade respiratório com o aprendizado da respiração diafragmática, promovendo bem estar e contribuindo para sair da crise.
- Aromaterapia, acupuntura, massagem e outras práticas intergrativas de autocuidado.
- Atividades manuais, artesanato, atividades artísticas, teatro, canto, arteterapia, musicoterapia, etc.
- Alimentação saudável, com presença e alimentos relaxantes, redução ou exclusão dos excitantes, com equilíbrio de nutrientes.
Se você se identificou com alguns dos sintomas presentes neste artigo, procure suporte profissional agora mesmo de um(a) psicólogo(a), psiquiatra e coloque em prática as dicas acima.
Para saber mais sobre o transtorno do pânico, confira os links abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ptesl_1Ly0g
https://www.youtube.com/watch?v=bQ6YoWtjgAg
https://www.youtube.com/watch?v=EphcMchveNA
https://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Transtornodopanico/not01.htm
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/o-que-e-transtorno-do-panico-e-como-tratar/
https://www.tuasaude.com/tratamento-natural-para-sindrome-do-panico/
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