LILAH KUHN – psicóloga e coach

LILAH KUHN – psicóloga e coach

Psicóloga formada pela UFBA, com MBA em Gestão de RH, curso em Gerenciamento de Projetos pela FGV, especialista em Terapia dos Esquemas e Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC, formação e Professional e Self Coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) e bacharelado em Música pela Faculdade Cantareira.

Atuação em clínica nas abordagens Terapia Cognitivo Comportamental, Terapia do Esquema e também com Orientação Profissional.

Profissional com 21 anos de carreira desenvolvida nas áreas clínica, coaching, desenvolvimento humano, recursos humanos, com experiência em todos os subsistemas de RH, atuando em empresas multinacionais e nacionais de grande porte nos segmentos de consultoria, varejo, tecnologia, indústrias (farmacêutica, alimentícia, móveis, aço e química). Perfil multicultural com atuação LATAM.

Experiência sólida com atendimento clínico, coaching de carreira, orientação profissional, treinamento, cursos, palestras, desenvolvimento e aplicação de conteúdos em T&D e educação corporativa, diagnóstico organizacional, avaliações comportamentais, por competências, clima organizacional, desempenho, 360 graus, assessments e planejamento estratégico.

Outras experiências: na área artística como cantora, Produtora Executiva da GUITARCOOP, coaching de carreira para músicos e artistas, trabalhos de Direção de Voz em estúdios para bandas, proprietária da MUSIC FOR FUN (empresa de eventos) e foi premiada com o Troféu Caymmi de Melhor Intérprete em 2003/2004.

TERAPIA DO ESQUEMA: o que é?

TERAPIA DO ESQUEMA: o que é?

A Terapia do Esquema é uma abordagem em psicoterapia que surgiu como expansão da terapia cognitivo comportamental. Isso se deu quando o psicólogo americano Jeffrey Young notou que a TCC tradicional se deparava com alguns limites frente a uma série de comportamentos, cognições e experiências emocionais que os pacientes apresentavam cristalizados ao longo de toda a vida. Na sua prática clínica e estudos com outros colegas (Young, 1990, 1999), ele observou que os diversos protocolos desta abordagem não davam conta de atender todas as necessidades e peculiaridades dos seus pacientes e que o processo terapêutico focado em curto prazo (16 a 20 sessões) necessitava de adaptações e inclusões de outras técnicas.

Os pontos que ele reconheceu como limitantes no trabalho com a TCC tradicional foram:

  • Transtornos de personalidade: padrões rígidos, inflexíveis e duradouros na forma de pensar, sentir, agir e se relacionar dos pacientes;
  • Distorções rígidas e persistentes na tríade cognitiva (percepção distorcida de si, dos outros, do mundo e de futuro ao longo da vida);
  • Prejuízos muito significativos nas relações interpessoais;
  • Estratégias de enfrentamento não assertivas e recorrentes dos pacientes com pouca ou nenhuma flexibilidade para a mudança;
  • Evitação de emoções, pensamentos, memórias de forma persistente;
  • Medo intenso (consciente ou inconsciente) de não suportar a dor de entrar em contato com conteúdos importantes ao processo;
  • Pacientes com relatos de problemas vagos, difusos, difíceis de definir, por muitas vezes só conseguiam perceber um mal estar geral, frequente, constante, mas sem conseguir identificar gatilhos desencadeantes específicos.

Young também observou que muitos destes pacientes apresentavam, em suas histórias de vida, experiências de negligência, abandono, abuso, privação emocional ou mesmo presenciaram situações violentas que poderiam inclui-los ou envolver outras pessoas. Estas situações poderiam acontecer de forma pontual e potente (traumas) ou recorrentes (estresse crônico), gerando impactos significativos em como estes pacientes percebiam e experienciam eventos similares posteriores, apresentando respostas emocionais, fisiológicas e comportamentais intensas ou mesmo incongruentes com estas situações.

A partir daí, este autor estruturou a terapia do esquema como uma abordagem integrativa, ou seja, promovendo expansão na abordagem da TCC e inclusão de técnicas de diferentes referenciais teóricos:

  • Psicodinâmica (psicanálise): olhar minuncioso para a história de vida do paciente, especialmente infância, adolescência, relações parentais e outros cuidadores, bem como contextos de desenvolvimento;
  • Gestalterapia: incluindo o trabalho com técnicas vivenciais;
  • Terapia cognitivo comportamental (TCC): inclusão de técnicas cognitivas e comportamentais para promover flexibilização e mudança e técnicas de regulação emocional;
  • Teoria do apego (Bowlby)e relações objetais (Klien, Winnicott): buscando compreender os vínculos iniciais estabelecidos (ou não) entre paciente e cuidadores, o impacto no comportamento, experiência emocional e suas outras relações
  • Terapia focada nas emoções (TFE): incluindo técnicas de ativação emocional, focalização, aprendizado e mudança a partir das emoções.

Esta abordagem de psicoterapia é especialmente recomendada para pessoas com transtornos crônicos psicológicos, transtornos de personalidade, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos de ansiedade (TAG, TOC, Fobia Social, Pânico, Fobias Específicas), transtornos alimentares e transtorno por uso de substâncias (alcoolismo, tabagismo, drogadição). Ela foca no tratamento dos aspectos caracteriológicos dos transtornos e não somente na remissão de sintomas agudos psiquiátricos, sendo um processo terapêutico de médio ou longo prazo (mais do que 20 sessões).

O ponto de partida de trabalho nesta abordagem integrativa é compreender como se deu a estruturação dos esquemas iniciais desadaptativos na infância e adolescência do indivíduo, a partir da sua relação com seus cuidadores e com o seu contexto de desenvolvimento, quais necessidades emocionais não foram atendidas e quais impactos destes EID’s no contexto de vida atual do paciente.

É um processo terapêutico colaborativo entre paciente e terapeuta, que progressivamente vão identificando problemas crônicos organizando-os e localizando-os ao longo da história de vida do indivíduo, enfatizando especialmente como eles se apresentam nos seus relacionamentos interpessoais, escolhas, tomadas de decisões, quais estratégias foram estruturadas por ele para sobreviver, conviver, lidar e/ou evitar tais problemas e impactos gerados na sua vida.

Esta terapia focaliza na relação terapêutica, nas dimensões cognitivo, experiencial, emocional e comportamental. Tem por objetivo mudar a forma de encarar, interpretar e reagir aos estímulos, mudar como o paciente se relaciona consigo mesmo e com outras pessoas. Auxilia o indivíduo a modificar suas percepções acerca dos seus relacionamentos, do mundo e de futuro, a processar emoções e conexões com eventos traumáticos, bem como estruturar estratégias de enfrentamentos mais saudáveis e adaptativas.

Para saber mais e aprofundar este tema, confira estas referências utilizadas na construção deste artigo:

YOUNG, J. E. Terapia cognitiva para transtornos da personalidade: uma abordagem focada no esquema. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

YOUNG, Jeffrey E.. Terapia do esquema [recurso eletrônico] : guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras / Jeffrey E. Young, Janet S. Klosko, Marjorie E. Weishaar; tradução Roberto Cataldo Costa. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008.