Transtorno de Ansiedade Generalizada: o que é TAG?

Transtorno de Ansiedade Generalizada: o que é TAG?

Vamos começar este artigo diferente dos outros. Proponho a você o seguinte exercício: respire fundo, 3 respirações profundas. Preste atenção no movimento de entrada e saída do ar dos seus pulmões, entrando pelas narinas e saindo pela boca. Inspire, expire, inspire, expire, inspire, expire. Apenas foque na sua respiração. Sinta a sensação de bem estar que sua respiração provoca. A partir daí, preste atenção em você mesmo, nos seus pensamentos e quais emoções você sente neste momento. O que você sente? Quais pensamentos  atravessam sua mente? Consegue observar quais fatores lhe geram ansiedade? Do que você tem medo, preocupação ou qualquer tipo de temor? Se trata de medos específicos ou difusos, indefinidos ou generalizados?  Agora que você prestou atenção em você , no seu corpo e mente em como eles reagem a esta pequena meditação, vamos falar um pouco mais sobre ansiedade.

Ansiedade

Ansiedade em si não é algo ruim. É algo parte do seu sistema de luta e fuga que, frente a um perigo, dispara toda uma  cascata de hormônios no seu organismo de modo a ativar este sistema de proteção, seja para enfrentar o perigo, seja para proteger-se, livrar-se dele. Ou seja, ativa respostas fisiológicas e comportamentos  frente a fatores reais ou imaginários de perigo ou estresse. Este é um sistema que desde que surgiu o primeiro humano na terra, desenvolvemos de modo a preservar nossa vida e nossa espécie.

A questão é quando esta ansiedade, muitas vezes expressas em formas de medos, receios, preocupações, tomam maior parte do seu tempo do que o viver propriamente. Quando ela te gera um estado constante de apreensão e, ao pequeno exercício de mindfullness (atenção plena) como este que fizemos acima, você percebe que não há perigo algum ameaçando você, mas ainda assim você se percebe vivenciando uma avalanche de pensamentos  de medo e/ou preocupação com algo de pior por acontecer.

Aí começamos a perceber uma alteração na funcionalidade do seu sistema de proteção e sobrevivência. Ou seja, quando você se percebe a maior parte do seu tempo (o mesmo todo ele) em constante apreensão, preocupação, com sensações de perigo iminente, significa que seu sistema de luta e fuga está em alerta constante, provocando emoções, reações fisiológicas e comportamentos de buscar lutar ou proteger-se ou preservar-se de algo que imaginário, que acontece somente dentro da sua mente.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

Reconheceu algo assim em você? Pois bem, aqui estamos falando do Transtorno de Ansiedade Generalizada ou TAG, que se caracteriza por este estado constante de medo, apreensão, preocupação que compromete o bem estar e rotina daqueles que sofrem deste transtorno, exatamente por se perceberem a maior parte do tempo dedicando tempo, energia, cuidados, pensamentos, emoções para lidar com estes medos e preocupações  não reais, sem qualquer associação com eventos e/ou objetos reais.

Isso leva a pessoa a vivenciar sintomas e incômodos psico-físico-emocionais no seu dia a dia sem justificativas reais, causando transtornos na sua rotina. Isto revela uma visão distorcida de realidade e de perigo, desproporcionais  ou mesmo desconectados aos fatos que vivencia no seu dia a dia. Ela se sente sempre em perigo, com medo, como se estivesse sendo observada, perseguida, invadida, mesmo sem qualquer fato, pessoa ou objeto manifestando efetivamente estes comportamentos. Ou seja uma apreensão e preocupação constante por algo que não existe.

Ansiedade Crônica

É uma ansiedade crônica e que toma a maior parte da vida da pessoa, comprometendo sua experiência no aqui e agora, sua percepção de prazer, desfrute, por constante receio de que algo possas acontecer. Estas pessoas também levam maior tempo para se recuperar de situações estressoras por remoerem elas e permanecerem mais tempo pensando no que poderia ter sido, nas possíveis alternativas de resolução ou outras catástrofes futuras imaginárias que podem surgir fruto daquelas situações estressoras. Vivem uma aflição constante no seu dia a dia, seja de que não darão conta de tudo, de que não fizeram tudo o que poderia ter feito, de que não tomou todos os cuidados, ou de que algo a qualquer momento irá acontecer de pior, incluindo o sentimento de morte iminente.

Sintomas frequentes

Entre os sintomas físicos mais presentes e associados ao constante estado de preocupação, ansiedade e  apreensão, estão:

  • Taquicardia
  • Dor no peito
  • Respiração ofegante ou sensação de asfixia
  • Sudorese
  • Náuseas
  • Arrepios
  • Dores musculares
  • Tremores
  • Ondas de calor ou calafrios
  • Adormecimentos
  • Insônia
  • Esgotamento físico e mental
  • Dificuldade de concentração
  • Nervosismo
  • Sensação de deslocamento, estranheza

Se você ou alguém próximo relata sintomas como estes e percepções distorcidas de perigo acerca da realidade, como mais acima exposto neste artigo por pelo menos 6 meses de duração, não hesite. Procure ajuda profissional, de modo a ajudar você a trabalhar na remissão dos sintomas, dos incômodos e desconfortos psico-físico-emocionais, e especialmente para ajudar você a quebrar este ciclo de pensamentos e percepções distorcidas da realidade, através da terapia e uso de medicação adequadamente prescrita por um médico psiquiatra.

Lembre-se sempre: pedir e procurar ajuda é o 1º passo e um grande gesto de coragem para seu autocuidado, promoção de saúde integral, qualidade de vida e bem estar.

Coaching Clínico: existe? O que é?

Coaching Clínico: existe? O que é?

Algumas pessoas têm me procurado comentando “Lilah, tenho pesquisado na internet e encontrado páginas sobre coaching clínico. Existe isso? Você sempre comenta que coaching e psicoterapia são metodologias diferentes…como é isso?”. Fruto de perguntas como estas, resolvi escrever este artigo de hoje.

O que é o Coaching Clínico

O que encontramos na internet e redes sociais falando sobre o coaching clínico nada mais é do que um tipo de life coaching, ou seja, um processo de coaching voltado para questões de vida como um todo. Isso porque os aspectos que costumam ser abordados em processos com este enfoque envolvem:

  1. Desenvolvimento de Inteligência Emocional: de modo que o coachee identifique suas dificuldades psicoemocionais e o que ele precisa fazer/entrar em ação para trabalhar elas, tornar-se mais resiliente e viver uma vida com mas leveza, menos estresse e mais otimismo;
  2. Mudança de mindset: provocando o cliente a reconhecer qual configuração do seu mindset, se fixo, resistente à mudanças  e com olhar pessimista sobre si, os outros, os fatos e o mundo, quais crenças limitantes o impedem de agir rumo à vida que deseja viver e o que precisa ser feito para mudar sua forma de pensar e agir de modo a tornar-se mais assertivo;
  3. Sentido da vida: promovendo reflexões e trabalhando técnicas que faça o coachee reconhecer qual sentido da sua vida, o que faz e porque faz as coisas /atividades/ações/tarefas/trabalho, qual seus valores de vida, o que o move , qual seu propósito e como ele pode a partir de agora viver uma vida com mais sentido.

Trocando em miúdos…

O que você tem encontrado por aí nomeado como Coaching Clínico nada mais é que um processo de coaching ontológico, ou seja, integrado sistêmico, que amplia o olhar e reflexão do coachee de forma holística acerca da vida, provocando ele enxergar seu estado atual, estado desejado, construir um road map e colocar-se em ação para viver com maior senso de realização, plenitude e felicidade.

É importante lembrar que o coaching é uma metodologia de ação e resultado, especificamente de aceleração de resultados. E o que isso significa dizer? Que necessariamente pessoas que fazem estão dispostas a reconhecer o que precisam mudar/ajustar/fazer para alcançar objetivos específicos que estão se propondo, seja de vida, carreira, transformação, bem estar, etc. É exatamente ai onde mora a diferença do coaching em relação a psicoterapia. No coaching, com ação, com resultados, sem ação sem resultados. Mais do que isso, a metodologia do coaching entende que as pessoas procuram-na não porque não conseguem gerar resultados, mas porque querem  fazer de forma mais assertiva e mais rápida aquilo que sozinhas elas não estão conseguindo alcançar de resultado / transformação.

Já na psicoterapia, quando você entra em ação ou não tudo se torna importante material de trabalho. E muitas vezes, você pode entender que sim faz sentido entrar em ação ou não, assim como há momentos que você poderá tomar decisões ou não, resolver problemas ou não. O que isso quer dizer? Que em terapia, o terapeuta irá no seu tempo conduzindo técnicas dentro do que faz sentido para você naquele momento ser trabalhado/desenvolvido, entendendo que o entrar em ação é consequência de insghts/respostas provenientes de reflexões que levam você encontrar/construir novos sentidos e ressignificar situações críticas, relações, histórias, perdas, etc.

Importante ainda ressaltar que é possível sim utilizar técnicas/ferramentas de coaching em processo de psicoterapia e vice e versa, com exceção apenas dos testes psicológicos e algumas técnicas de uso exclusivos de psicólogos e que exigem tal formação/qualificação/preparo/experiência. Não é em si a ferramenta ou técnica exclusiva de uma metodologia ou de outra. Tudo depende do que o profissional entende ser mais assertivo para trabalhar com seu cliente rumo ao que ele está se propondo alcançar de resultado, mudança, transformação, autoconhecimento, saúde, equilíbrio, etc. Seja através do coaching, seja através da psicoterapia.

Outro ponto chave a ser lembrado é: nem todo coach é psicólogo e nem todo psicólogo é coach. O que isso significa para você? Pesquise, conheça, avalie e busque profissionais tecnicamente preparados, qualificados, mas também experientes com a questão / objetivo / resultado / transformação que você quer trabalhar / alcançar.

Ou seja, não tenha receio de experimentar conhecer e pesquisar o currículo / histórico do profissional que você venha escolher como seu coach ou como seu psicólogo. É um direito seu. Você está investindo em você e isso requer identificar um profissional que você se sinta seguro, à vontade, que ele tenha atitude empática, escuta ativa e esteja preparado tecnicamente e experiencialmente para trabalhar com você na sua jornada de autoconhecimento e desenvolvimento.

Psicologia Transpessoal: o que é?

Psicologia Transpessoal: o que é?

A Psicologia Transpessoal é considerada como quarta força da psicologia, sucessora das outras 3: 1ª)Psicanálise, 2ª)Psicologia Comportamental 3ª) Psicologia Humanista . É uma abordagem que envolve a síntese de referenciais teóricos de outras escolas da psicologia, especialmente tendo como autores de referência  Carl G. Jung, Abraham Maslow, Viktor Frankl (Logoterapia), Carl Rogers (Psicologia centrada na Pessoa ACP), Ken Wilber e Stanislav Grof, e que surgiu em 1967 junto com outros movimentos como o o New Age o Movimento do Potencial Humano.

É uma linha de trabalho da psicologia que propõe estudo sobre a consciência e prática de estados não ordinários, incluindo técnicas da meditação, relaxamento, hipnose, e a contemplação da dimensão espiritual e busca de transcendência do ser humano.

Neste sentido a psicologia transpessoal é entendida por muitos autores como uma abordagem que considera a busca de sentido e aprendizados a partir das experiências, entendimento de causas x efeito de vivência incluindo fatores de transcendência, espiritualidade, de campo vivencial e bioenergético, entendidos como experiências transpessoais, que extrapolem o indivíduo e incluem seu contexto.

        As 5 Dimensões do Ser

A Constelação Familiar é uma das técnicas dentro desta 4ª força da psicologia, a transpessoal, por ela trazer na sua proposta estes aspectos acima citados. Isto é, o ser humano é compreendido de forma multidimensional (ser bio,psico, social, cultural, espiritual), que ele não existe isoladamente, mas sim faz parte de um contexto, influenciando e recebendo influências dele de modo recíproco, buscando sentido, aprendizados e entendimentos para sua existência a partir das experiências que vive enquanto indivíduo e parte de sua constelação.

 

Em termos práticos, ela propõe acessar conteúdos inconscientes do indivíduo e de sua constelação familiar a partir de pessoas que são convidadas a entrarem no campo e representarem pessoas do enredo familiar da pessoa que está constelando. É uma técnica vivencial e em grupo que trás muitos aprendizados a todos os participantes que as teorias do discurso não abarcam. Trás a luz entendimento experiencial de sentido, causa e efeito do contexto atual, resoluções de “nós energéticos” familiares, prática do perdão, inclusão, respeito, ordem sistêmica e outros aspectos ligados à dinâmica transpessoal.

A influência das Redes Sociais nos Hábitos Alimentares dos Jovens

A influência das Redes Sociais nos Hábitos Alimentares dos Jovens

Não é de hoje que vemos o quanto as notícias nos diversos formatos e mídias interferem no comportamento humano. Mas quando o assunto é redes sociais, hábitos alimentares e saúde, parece que este impacto é ainda maior, mais imediato e com as mais diversas consequências.

Com o advento das redes sociais, a voz e poder de influência, antes restrita aos especialistas das diversas áreas de conhecimento, foram democratizados. Aparentemente este é um ponto positivo, o fato de qualquer pessoa poder expressar suas ideias, opiniões, seus conhecimentos técnicos, suas habilidades no meio virtual, extrapolando suas ações no offline, na vida real.

Observamos o surgimento dos influenciadores digitais, de inúmeros(as) blogueiros(as) que passaram a compartilhar suas vidas e estratégias para superação de desafios para manter o corpo “ideal” e “ser feliz” com o “shape” que “você precisa alcançar”, além de outros supostos benefícios como “atrair o parceiro ideal”, “perder os quilos que tanto incomodam você”, entre outros “objetivos”.

O primeiro ponto de observação é o da ditadura do modelo ideal de corpo ser transmitido em mensagens e perfis com promessas de alcance destes objetivos acima citados. Não podemos esquecer que nós humanos modelamos nossos comportamentos desde a infância nos modelos que nos são apresentados como “certo”, como referência de comportamento “adequado” ao longo do nosso desenvolvimento. E isso se potencializa exponencialmente no mundo virtual, extrapolando as referências de família, escola, grupos sociais diversos do mundo offline. É preciso todo cuidado ao identificar e escolher tais referências.

Um segundo ponto importante a lembrar é que a relação corpo x saúde x bem estar extrapola um modelo X de visual e vai muito além de um corpo magro. Se este modelo ideal de fato fosse verdade, não teríamos tantos casos de pessoas magras e obesas com taxas hormonais e vitamínicas desreguladas, hábitos alimentares tóxicos nem tantos casos de distúrbios alimentares, compulsão, depressão e ansiedade associados à busca de um “copo ideal” como meio de sucesso e felicidade.

A relação corpo x saúde x bem estar é um todo, um contínuo, e uma construção identitária e comportamental. Envolve escolhas, formas de pensar e agir diárias e que precisam de fato de orientação profissional multidisciplinar como referencial de suporte para que a educação sobre saúde integral seja feita de forma assertiva e provoque os jovens a tomarem decisões efetivamente saudáveis, pensando na sua saúde integral. A saúde física é 1 das 5 dimensões do ser e precisa ser olhada e cuidada em sintonia com as outras.

As 5 Dimensões do Ser

As redes sociais em si não são o problema. Torna-se um problema a depender do como esta ferramenta é utilizada na transmissão de estilos de vida, hábitos, estratégias tanto relacionadas a alimentação, atividade física, relação com o corpo, autoestima, autoconfiança, escolhas, decisões sobre saúde e bem estar.

Outro importante ponto de reflexão é o fato de as pessoas cada vez mais buscarem informações para escolhas de suas vidas de forma cada vez mais rápida e sintética, sem aprofundamento e verificação de fontes. Entender que toda e qualquer informação de perfis, posts, blogs, vídeos postados são “a verdade” é um sério perigo quando falamos de promoção de saúde e bem estar. E é fundamental alertar a todos a importância de pesquisar antes de praticar as milhares de estratégias disponíveis no mundo virtual propostas como solução para uma vida saudável.

E aqui fica o meu convite. Você usuário, seguidor de perfis, pessoa que busca informação para contribuir no seu processo de transformação; convido você a pesquisar as fontes das informações que seleciona, identificar e descartar as fake news, desconfiar de promessas imediatas e mirabolantes. Procure consultar-se com profissionais especializados na mudança que você quer para sua vida e saúde integral. Nenhum perfil, post, blog exclui o acompanhamento da sua jornada de cuidados e promoção de saúde e bem estar por estes profissionais especializados e devidamente qualificados para ajudar você em seu processo.

E você influenciador digital, blogger, comprometa-se a compartilhar informações verídicas, profissionais, e não somente focadas em atrair seguidores com promessas mágicas de transformação. Comprometa-se com contribuições efetivamente relevantes para a promoção de saúde e bem estar da sociedade, e não somente com seus objetivos pessoas e de negócio.

Depressão na Adolescência: como identificar

Depressão na Adolescência: como identificar

Esta é uma fase de vida de intensas mudanças tanto físicas, corporais, hormonais, mas também sociais, relacionais e produtivas na vida de qualquer pessoa. Todavia é possível sim encontrarmos jovens que vivenciam a depressão exatamente por conta de como eles se sentem afetados, impactados pelas experiências vividas consigo, com os outros, no mundo e pela sua perspectiva ou não de futuro.

Na adolescência, muitas vezes o jovem apresenta dificuldades para expressar suas emoções, ficando ainda mais delicado e complexo chegar no diagnostico se de fato aquela menina ou menino está sofrendo um episódio depressivo ou se trata-se de mudanças comportamentais típicas  desta fase da vida. Todavia, os sintomas em nível físico e comportamental, incluindo os marcadores biológicos, ajudam bastante a entender a dinâmica psicoemocional deste jovem. Os 10 mais comuns sintomas em adolescentes, também numa expressão persistente por 2 ou mais semanas de forma persistente:

  • Alterações de apetite: seja o comer compulsivo, várias vezes e/ou em grandes quantidades, seja a falta de apetite;
  • Alterações no sono: seja insônia ou hipersonia;
  • Perda de interesse nas atividades que gostava e se dedicava: seja qual tipo for;
  • Tristeza e desânimo constante: apresentar humor deprimido a maior parte do dia e de forma persistente. Pode envolver o chorar com frequência ou não, mas uma expressão apática, sem vivacidade,  costuma ser frequente;
  • Dificuldades de concentração: muito comum esta queixa, porém ela sozinha não fecha um diagnóstico por estar presente em vários outros quadros. Pode expressar falta de foco, falta de engajamento nas atividades, dispersão, dificuldade de cumprir entregas, prazos, preparar-se para provas ou em situações rotineiras como uma conversa com familiares e amigos;
  • Queda no rendimento escolar: por consequência da falta de ânimo, falta de concentração e perda de interesse generalizada;
  • Comportamento irresponsável: seja envolvendo consumo ou não de drogas, mas algo que o exponha a riscos reais ou impactos relevantes em sua rotina. Pode esquecer-se de compromissos importantes, mostrar rebelde desproporcional aos eventos no dia a dia;
  • Isolamento social: perdendo o interesse por envolver-se em atividades de socialização, seja na escola, na família, com amigos, muitas vezes fechando-se por muitas horas e mesmo dias no quarto sem querer falar com qualquer pessoa;
  • Fadiga e falta de energia: sentindo-se cansado frequentemente e com muita dificuldade para recuperar-se independente de ter dormido muitas horas ou feito atividades de baixo impacto;
  • Dores: queixas frequentes em relação a dores de cabeça ou mesmo no corpo, (estômago, dores musculares);
  • Pensamentos e comportamentos suicidas: expressando real falta de sentido para continuar vivendo, falta de sentir-se uma pessoa de valor, indigna de amor e não pertencente a qualquer grupo, machucar-se ou expor-se a acidentes e riscos de morte e com frequência.

Acompanhar de perto os adolescentes e avaliar cuidadosamente é de suma importância, porque muitas vezes este quadro pode passar desapercebido por pais/cuidadores,  familiares, professores e amigos. Especialmente porque o índice de suicídio nesta faixa etária tem crescido ano após ano, na proporção de 2/3 ( 2 a cada 3 suicídios na adolescência aconteceram com jovens clinicamente diagnosticados como deprimidos). É uma proporção bem significativa e que não pode ser ignorada.

Adolescentes podem ter mais dificuldades de buscar ajuda do que os adultos, seja por dificuldade de expressar o que sentem seja por não entender que podem estar vivenciando algo que demande um acompanhamento profissional próximo.

Fique atento a você e às pessoas que ama à sua volta. Lembre-se sempre: pedir ajuda é um grande gesto de coragem e iniciativa. Não é vergonha alguma, não é símbolo de incapacidade, ainda que muitos assim vejam. Mas sim um valioso gesto de coragem, aceitação dos próprios limites, de que sozinho não se resolve tudo, e de entendimento de necessidade e direto à apoio e suporte / atendimento profissional.

Empoderamento: como conquistar

Empoderamento: como conquistar

Empoderamento é uma palavra bastante usada nos últimos tempos, especialmente em debates sócio-políticos e comportamentais. A palavra significar “dar poder” e isto pode ser feito de diversas formas.

Quando trazemos este debate para a esfera do coaching e também da psicoterapia, ela nos provoca refletir sobre dois conceitos: auto-estima e poder de ação.

Auto-estima

Falar de auto-estima é considerar a relação que a pessoa estabelece consigo mesma, ou seja, como funciona a estima que ela tem por si mesma. Isto se estrutura a partir do seu desenvolvimento psíquico e relacional, a partir de sua criação, dos estímulos recebidos a partir das suas interações com familiares, amigos, escola e outras esferas de relacionamento, bem como o quanto ela é incentivada a conectar-se consigo mesma, suas potencialidades e habilidades.

Quando falamos que alguém tem uma “auto-estima em dia”, sugerimos que ela está bem consigo mesma, com “auto-estima elevada” ou positiva. E dizemos que ela está empoderada de sua identidade, de seus recursos, para fazer e realizar o que se propõe. Do mesmo modo, quando alguém se autodeprecia, não confia na sua competência, nas suas habilidades e potencialidades, significa que esta pessoa está com uma “auto-estima baixa”, necessitando empoderar-se. Isto é, precisando resgatar sua identidade, apropriação de suas fortalezas e do que faz ela ser única no mundo.

Em suma, falar de auto-estima significa entender qual a avaliação que o sujeito faz de si mesmo, se positiva ou negativa, se fortalecedora ou depreciativa, e, consequentemente, perceber quais emoções associadas ele tem a partir desta autoavaliação, como ele se relaciona e se posiciona no mundo.

Poder de ação

Poder de ação é um conceito relacionado à capacidade que o indivíduo tem de entrar em ação, de mobilizar suas forças para agir, rumo a um posicionamento, mudança, transformação, resultado a ser alcançado.

Quando falamos de empoderamento, trazemos a reflexão de que uma pessoa empoderada é uma pessoa que tem poder de agir, de entrar em ação, de expressar suas necessidades, de lutar pelos seus direitos, e de seguir rumo aos resultados que deseja alcançar, fazendo o que for necessário para alcançá-los. De modo contrário, uma pessoa não empoderada, encontra-se com seu poder de ação limitado ou mesmo comprometido, tendo dificuldades de agir, de mobilizar esforços, de providenciar recursos e mesmo de buscar a ajuda necessária para conseguir o que deseja alcançar.

Como conquistar o Empoderamento?

Para conquistar o Empoderamento, a grande sacada é você desenvolver de modo integrado estes 2 conceitos na relação consigo mesmo: auto-estima e poder de ação.

Estabelecer uma relação de gostar de si mesmo, de suas potencialidades, de suas habilidades, incluindo aceitar suas imperfeições e limitações é o caminho de estruturar uma auto-estima positiva, saudável, e construir uma identidade integrada e fortalecida, criando condições psíquicas para que você possa entrar em ação.

À medida que você acredita no seu potencial, na sua competência, habilidades, diretamente contribuir para tomar consciência do quanto pode agir para gerar resultados, transformações e mudanças, seja para si mesmo, para ajudar outras pessoas e contribuir para o mundo.

O poder de ação acontece a partir desta relação saudável consigo mesmo, de reconhecer o que precisa ser feito para alcançar o que deseja, e de se propor a entrar em ação, fazendo o que precisa ser feito, apesar do medo e apesar das próprias limitações. É assim que se conquista o empoderamento, desenvolvendo sua resiliência, sua capacidade de superar as adversidades / desafios de jornada, numa relação positiva consigo mesmo e com sua capacidade de mobilizar esforços para entrar em ação.

Espiritualidade X Religião

Espiritualidade X Religião

Falar de espiritualidade é muito importante tanto num processo de coaching como de psicoterapia. Isto porque a espiritualidade é uma esfera de vida tão importante quanto outras na jornada de cada pessoa.

Muitos ainda acreditam que espiritualidade e religião são a mesma coisa, mas em verdade não são, ainda que se proponham falar e exercitar temas relacionados à transcendência e conexão como o divino ou algo maior do que o indivíduo.

Espiritualidade

Falar de espiritualidade é falar de uma busca incessante por aprimoramento constante enquanto ser no mundo, ponto de luz, energia, padrão vibratório, seja qual nome você queira dar, através do autoconhecimento e do exercício da vida em coletividade. Inclui o entendimento do nosso papel no mundo, junto às pessoas, pertencentes a um grande sistema, e como podemos contribuir para fazer da nossa existência individual e em coletivo um caminho de vasto aprendizado, melhoria contínua e contribuições para as próximas gerações.

Vivenciar a espiritualidade é uma jornada única para cada pessoa, mas que inclui experiências e temas (amor, compaixão, merecimento, ética, respeito, etc) que as religiões compartilham e promovem cada uma à sua maneira, mas não necessariamente é preciso estar inserido numa delas para exercitar sua espiritualidade.

Religião

Falar de religião é considerar um modo de viver a partir de padrões de conduta para um indivíduo e para uma coletividade que ele faz parte. As religiões, em geral, fornecem um caminho para vivenciar a espiritualidade, mas com regras, crenças e ritualística definidas por instituições, para nortear um grupo de pessoas e sua relação com o que ela entende ser divino, transcendente.

O fato é que cultivar a espiritualidade, através ou não de uma religião, é uma parte importante da vida. Permite o indivíduo nutrir-se de aprendizados existenciais e experienciais, valores, atitudes, comportamentos, buscando ser uma presença melhor no mundo. Amplia sua consciência sistêmica, enquanto ser parte de um universo, de quais papéis ele pode exercitar energética e ativamente para esta coletividade, gerar transformações e contribuições para o mundo ser um lugar melhor para se viver.

Quando este tema é debatido e incluído num processo de coaching e/ou psicoterapia, abre-se um importante espaço para entender como o sujeito estabelece sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Como ele estrutura seu pensamento, seus comportamentos, atitudes, sistema de crenças e valores, sendo uma oportunidade para reconhecer o quanto estes geram impactos positivos e/ou negativos na sua expressão, relações, auto-estima, poder de ação, posicionamento e enfrentamento dele no mundo e frente às diversas situações / conflitos.