DEPRESSÃO: o que é e quais sintomas

DEPRESSÃO: o que é e quais sintomas

Muita gente ainda tem receio de falar sobre depressão, mas ele é mais presente do que se possa imaginar no dia a dia dos brasileiros. E a pandemia só contribuiu para agravar casos de depressão e ansiedade no mundo. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), no Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, a depressão cresceu em 28% na população mundial e os casos de ansiedade elevam em 26% no último ano. No Brasil, os dados oficiais mostram um crescimento de 7,7%% para 14,8% dos brasileiros (entre jovens de 18 a 24 anos), sendo o Brasil o país com maior índice de pessoas ansiosas do mundo, 9,8%.

Estes números não só trazem um alerta da importância em falar e psicoeducar nossa sociedade sobre o que é esta doença, como melhor lidar com pessoas com este tipo de sofrimento, assim como buscar e promover ações socioeducativas e  na esfera de saúde pública para promover qualidade de vida, vida com sentido, autocuidado, saúde integral e bem estar.

A depressão é um distúrbio emocional, afetivo e que interfere na forma como a pessoa percebe a sua vida, a si mesmo, os outros e o mundo. Isto porque pessoas que sofrem de depressão, seja um evento episódico ou que acompanha ela por toda uma vida, apresentam comprometimento significativo no seu humor, nas suas relações, na sua energia, disposição física/mental e interesse, manifestando a diminuição significativa ou perda destes indicadores tanto no nível do pensar, do sentir como do agir.

Traduzindo em uma lista de sintomas mais comuns em adultos, a depressão costuma se apresentar a partir da expressão de pelo menos 5 ou mais sintomas dos listados a baixo por um tempo de duas ou mais semanas de forma persistente, incluindo os sintomas humor deprimido ou falta de interesse e prazer necessariamente:

  • Apatia e falta de motivação: para engajar-se em atividades e fazer as coisas no dia a dia. A procrastinação é uma expressão muito comum disto;
  • Medos: que antes não existiam e passam a existir e/ou serem potencializados;
  • Dificuldade de concentração e foco;
  • Perda ou aumento de apetite;
  • Alto grau de pessimismo: refletido na forma de pensar os eventos/situações do dia a dia, como enxerga a si e aos outros, sem perspectiva de futuro e com capacidade de sonhar rebaixada ou comprometida;
  • Indecisão: dificuldade para tomar decisões em diferentes campos de vida, muitas vezes sentido-se paralisada, sem saber o que fazer, como resolver suas dificuldades e problemas
  • Insegurança: muitas vezes se sentido incapaz ou sem forças para fazer as coisas do seu dia a dia, para sair de casa, trabalhar, socializar-se;
  • Sentimento de Culpa frequente;
  • Insônia ou Hipersonia: um dos sintomas de ansiedade muito comum que aparece em comorbidade com quadros depressivos. Dificuldade para relaxar, ter um sono de qualidade, dorme poucas horas ou tem sono interrompido. Ou pode também apresentar hipersonia (dormir demais) como forma de não suportar acessar os problemas e sofrimento emocional;
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas: perda sensação de prazer e desfrute;
  • Sensação de vazio: perda de sentido da vida
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimentos frequentes
  • Ansiedade: agitação mental (fluxo contínuo de pensamentos) e motora, fatores que drenam bastante energia e que potencializam no nível físico o desânimo e falta de disposição;
  • Angústia: refletida em sentimentos de tristeza diária, humor deprimido, por período prolongado de tempo;

Há casos em que a ideia de morte também se faz presente (ideação suicida) pelo nível de sofrimento causado à pessoa, comprometimento de seu funcionamento social, produtivo e especialmente por perda de sentido de vida associado ou não ao sentimento de culpa.

Um ponto muito importante a falar é que, ao contrário do que muitos de nós imaginamos, a pessoa que sofre com a depressão não necessariamente representa aquela imagem de pessoa que chora todos os dias, que não sai da cama, não faz sua higiene pessoal e está completamente prostrada.

Muitas delas continuam produtivas, fazendo as suas tarefas do dia a dia, e até mesmo sorrindo, porém seu sofrimento é intenso e perpassa pela sua cognição (seu pensar de si, dos outros, do mundo e do futuro), suas emoções (humor deprimido, irritabilidade) e anedonia (falta de interesse e prazer). Suas dimensões de corpo, mente e espírito sofrem impactos significativos, mas é importante sempre avaliar a mudança a partir da trajetória da própria pessoa, e não comparar ela com outros. Pois se ela sempre foi muito ativa no seu dia a dia, não necessariamente ela irá parar por completo, mas sim apresentar mudanças significativas no seu padrão comportamental, forma de pensar, sentir, agir, relacionar-se por um período a partir de 2 semanas de forma persistente.

TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO

TERAPIA DA ACEITAÇÃO E COMPROMISSO

A terapia da aceitação e compromisso é uma abordagem bastante recente criada por Steven C. Hayes. A partir de seus estudos, bem como da sua experiência pessoal com o transtorno do pânico, o autor notou que a intensidade do sofrimento psicológico estava diretamente relacionada ao como o indivíduo se relaciona e responde a seus eventos internos (cognições, emoções, reações fisiológicas), e não diz respeito aos fatos e situações em si que lhes acontece. Ou seja, ele identificou que, apesar da pessoa sentir grande desconforto emocional e experienciar distorções cognitivas, ainda assim era possível viver com sentido, aprendendo a aceitar e lidar com o que acontece com ela e com o que está fora do seu alcance, o controle e ou mudança. (HAYES & LILIS, 2012, APUD PERGHER & MELO, 2014).

O principal pilar desta proposta terapêutica é o conceito de ACEITAÇÃO. Melo (2014) define que “aceitar não é concordar ou achar bom. Da mesma forma, não é assumir uma postura conformista e resignada. Aceitar implica receber as coisas como são apresentadas, sem tentar controlar as emoções.” (PERGHER & MELO, 2014, p.344). Neste sentido, aceitar envolve acolher as situações como elas de fato acontecem, sejam os pensamentos, as emoções, as reações fisiológicas, seja o que acontece no contexto, no ambiente, e está fora do seu poder de ação controlar ou modificar.

O outor pilar é o COMPROMISSO, que nos convida a “praticar ações que possibilitem uma vida mais significativa, independente da presença de eventos internos ou externos indesejáveis” (HARRIS, 2009, APUD PERGHER & MELO, 2014, p.345). E isto significa ativar o nosso poder de ação no processo, no colocar em prática estratégias de promoção de bem-estar, qualidade de vida, vida com sentido, saúde mental, saúde física, saúde integral, autocuidado, autorrespeito, no presente, e não no futuro, muito menos no atingir de metas específicas.

A ideia proposta pela ACT é trabalhar o indivíduo para que ele aceite a existência de eventos pessoais negativos, sejam eles pensamentos, emoções, memórias, vivências, mas sem ativar a esquiva ou evitação frente a eles. Por exemplo, diante de um paciente deprimido, que se encontra apático, descrente e com baixa energia, o terapeuta irá convidá-lo a aceitar como ele se apresenta neste momento, respeitar seus limites e vulneravilidades, e assumir o compromisso de dar pequenos passos para promover bem-estar e mudanças progressivas na sua rotina.

Se não está com energia para organizar toda a casa, que tal organizar apenas uma gaveta, ou lavar um copo, e ir incluindo novas ações progressivamente? Se não consegue escrever um artigo acadêmico inteiro, que tal propor ler 1 página, escrever 1 frase ou um parágrafo, dividindo em tarefas mínimas que respeitem seu estado de ânimo e vulnerabilidade do momento?

À medida que realiza estes pequenos passos, ele se sentirá melhor, mais energizado, a partir da sensação agradável de ter realizado estas pequenas ações e que vão impactando de forma positiva na melhora do seu humor, bem-estar, senso de autoeficácia e realização.

Sendo assim, a proposta de intervenção da ACT parte do comportamental, ou seja, não lutar contra seus pensamentos e emoções desagradáveis, mas sim reconhecer a presença deles, aceitar, e assumir um autocompromisso de fazer o que é para ele possível neste momento, estimulando-o a lidar e enfrentar o desconforto progressivamente, despontencializando-o e seguindo rumo a uma vida com sentido, maior bem-estar e qualidade de vida.

Uma técnica importante para a ACT é o mindfullness que propõe exercícios simples para praticar o estado de presença, que estimula o paciente a aumentar seu foco, sua atenção no que está fazendo “aqui-agora”, minimizar ou mesmo excluir qualquer expectativa ou idealização referente a si mesmo, suas capacidades e seu processo de melhora, que possa estar afetando e intensificando seu sofrimento. Com a prática progressiva, ele vai sentindo e refletindo sobre as sensações novas, emoções agradáveis, aprendizados experienciados, passando a fazer novas escolhas com foco na aceitação e compromisso de viver bem, apesar dos desafios internos e externos com os quais se deparar.

Para saber mais e aprofundar seus conhecimentos sobre a ACT, confira a referência bibliográfica utilizada neste artigo:

MELO, Wilson V. …[et al]; Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva / organizado por Wilson Vieira Melo …[et al] – Novo Hamburgo: Sinopsys, 2014.

EQUILÍBRIO DE VIDA: pessoal e profissional

EQUILÍBRIO DE VIDA: pessoal e profissional

Estamos na reta final de mais um ano, ano este que foi de grande turbulência para todos, em virtude da pandemia do COVID-19. Fomos forçados a parar, mudar rotinas, trabalhar de casa, sem falar nos inúmeros impactos relacionados a perdas de muitos entes queridos para muitas famílias, perdas materiais, demissões, fechamentos de empresa, impactos na saúde mental, física, emocional, relacional, financeira, entre muitos outros aspectos.

Muita coisa? Sim, não dá para minimizar ou negar que vivemos muitas situações desafiantes este ano, talvez mais que outros anos, mas que nos convida mais uma vez a repensar na importância do equilíbrio em nossas vidas.

Ouço em muitos atendimentos o quanto machuca, adoece e gera prejuízos à saúde e aos relacionamentos este velho hábito tão validado e reconhecido socialmente de privilegiar o trabalho, de buscar ser “o sucesso”, destacar-se profissionalmente, “ganhar bem”, conquistas materiais, etc. Mas você já parou para pensar que o trabalho faz parte da vida? Que não são vidas distintas como o discurso muitas vezes apresenta?

Em verdade, ser humano envolve desenvolver, aflorar e cultivar 5 dimensões de existência: biológica, psicológica, emocional, social, cultural e espiritual. Mas e o trabalho, onde fica? Ele faz parte deste todo que somos nós, ele é uma forma de expressar quem somos, nossos talentos, habilidades, desenvolver competências, gerar contribuições sociais, realização, senso de pertencimento, sobrevivência, geração de recursos, relacionamento, e muitos outros pontos.

O trabalho não caminha independente da sua vida pessoal. O trabalho faz parte da sua vida e é fundamental esta busca de equilíbrio. Praticar hábitos saudáveis de cuidado com o corpo, mente, espírito, trabalhar com algo que faça sentido e valha o tempo e energia dedicado diariamente, que gere contribuição social e não só pelo dinheiro, vivenciar relacionamentos recíprocos, afetivos, empáticos, respeitosos, autênticos com familiares, amigos, colegas, chefias. Permitir-se descansar, desconectar com momentos de lazer e diversão, socializar-se ainda que por meios virtuais. Aguçar sua curiosidade para aprender continuamente coisas novas, como forma de desabrochar seu potencial continuamente, energizar-se, renovar-se, motivar-se.

Estas ações são apenas alguns exemplos do que se pode ser feito para promover equilíbrio na sua vida. Mas para tanto é preciso ter clareza das suas necessidades, direitos e dos limites realistas, para poder negociar com você mesmo e, consequentemente, partir para negociar com todos à sua volta.

O fato é que trago esta reflexão hoje para você aproveitar esta reta final de 2020 para pensar como anda sua relação com o trabalho e como anda a sua vida como um todo, de modo a aproveitar este momento reflexivo para tomar consciência do seu estado atual, identificar o que precisa fazer de ajustes, mudanças, transformações ou mesmo eliminar para viver com sentido. Então, seguem algumas perguntas para auxiliar você na sua busca de equilíbrio:

  1. Qual o sentido que você quer dar para a sua vida daqui para frente?
  2. Quem você quer ser daqui para frente?
  3. Como tem cuidado das suas 7 saúdes: física, emocional, espiritual, social, intelectual, profissional, financeira?
  4. Quais aprendizados teve neste ano que está acabando?
  5. Quais lições você levará deste ano para viver com mais sentido, saúde integral, senso de realização, satisfação e plenitude?
  6. O que está ao seu alcance ser ajustado, mudar, transformar, eliminar?
  7. Quais impeditivos hoje se apresentam para fazer estes ajustes e mudanças?
  8. O que para você significa bem estar, qualidade de vida? Como implementar isto na sua vida de forma integral e equilibrada?

São 8 perguntas poderosas que certamente se você se propor dedicar um tempo a elas e escrever suas respostas, ainda que não construa um plano de ação estruturado, só de você entrar em contato com estas suas respostas, algo já reverberará e iniciará um movimento em você de prestar mais atenção em como tem vivido sua vida, como são seus hábitos, seus automatismos, suas crenças limitantes, o que suga você, adoece, mas também o que deixa você feliz, leve, pleno, saudável.

Desejo de verdade que você perceba que este exercício é uma forma de autocuidado. Porque só você pode promover estas mudanças na sua vida para viver de forma saudável, com equilíbrio, desfrutando e desabrochando todas as suas dimensões de existência. Esta missão não é possível terceirizar: viver. E já que isso não é possível, outra pessoa viver em seu lugar, aproprie-se da sua existência, busque sentido para ela, faça ela valer a pena, aflore seus potenciais e talentos. As suas maiores contribuição no mundo e para as pessoas à sua volta parte deste gesto de autocuidado. Permita-se viver com equilíbrio!

MINDSET ESCASSEZ

MINDSET ESCASSEZ

Você costuma se preocupar frequentemente que faltará suprimentos para você e sua família? Que ganha pouco e que é preciso trabalhar muito para ser bem remunerado? Você tem pensamentos frequentes de que algo de pior possa acontecer e que ativam o seu medo de perder pessoas importantes, dinheiro, coisas que para você tem um valor? Tem hábito de estocar alimentos, objetos para que não falte? Tem medo de perder seu emprego, de falir, de não ter rendimentos suficientes para pagar seus compromissos e ter uma vida próspera? Reflita como está a qualidade dos seus pensamentos e comportamentos, eles falam do seu mindset, ou seja, como sua mentalidade está estruturada.

Escolhi hoje fazer esta reflexão com você, por perceber o quanto o medo está ativado de forma intensificada em muitas pessoas, especialmente neste momento de pandemia. Um dos pensamentos que mais tenho ouvido nas sessões de psicoterapia e coaching é: “E se não der certo? E se eu tiver que começar tudo de novo?”

Todas estas perguntas propostas estão revelando o mindset de escassez. E o que isso significa? Significa que o seu “farol” está direcionado para o que pode acontecer de pior, a falta, o medo, riscos, perdas. E isto ativa todo o seu sistema para permanecer em estado de hipervigilância, em alerta constante, de modo a evitar que tudo isso aconteça.

Alguns comportamentos são bastante presentes no mindset de escassez: paralisar frente às situações e problemas, consumo para estocar coisas para que não falte, gastar sem poupar porque a vida pode acabar no próximo momento ou porque não se sente digno, merecedor, capaz de construir uma vida próspera.

O mindset de escassez não tem consciência do todo, das infinitas possibilidades, é unidirecional, individualista, negativista. Está presente em pessoas focadas nas dificuldades, nos problemas. Comportamentos de resistência, compulsividade, estado de alerta constante, ansiedade, medo, preocupação excessiva com o fracasso, com o falhar, o errar como o fim de tudo, competição, comparações, são exemplos desta mentalidade focada na escassez, de que não haverá espaço nem suprimentos para todos, e que os problemas são o fim, o pior de tudo, não conseguindo enxerga-los como oportunidades para criar novas ideias, inovar, muito menos focar na resolução de problemas e ver os erros e falhas como etapas de um processo evolutivo.

Pessoas com mindset de escassez preocupam-se excessivamente em ser avaliados, rejeitados, demitidos, criticados negativamente, por preocupar-se com frequência e de forma intensa com a possibilidade de errar, fracassar, perder, ser excluído. Sentem-se vigiadas o tempo todo e direcionam toda a energia para evitar o pior, ao invés de buscar novas e melhores possibilidades, soluções, criações e conexões.

O mindset de escassez faz você ter medo do novo, medo da mudança, enxergar a oportunidade como obstáculo, apegando-se à zona de conforto, ainda que ela não seja nada confortável, mas pelo simples fato de ser conhecida para você, estar habituado com o que acontece nela, conhecer e saber como lidar, com uma série de automatismos, resistindo a novos aprendizados, expansão de sua consciência, de suas habilidades e conhecimentos, resistindo, assim, ao seu desenvolvimento, progresso, melhoria contínua, à abundância, a ativação do seu potencial infinito, à mudança, às transformações.

Já parou para pensar: “E se der certo?” Pois é, pode dar muito certo, muito diferente, melhor ou maior do que você imaginava. Mas é preciso se permitir, se abrir para o novo, abraçar as falhas e erros como oportunidades para novos começos diferentes, buscar ajuda para ampliar a reflexão e compartilhar ideias e soluções.

Se você se identificou com alguma passagem deste texto, convido você a ampliar sua reflexão e saber mais sobre o Mindset de Crescimento ou de aprendizado. Vou aproveitar e deixar algumas sugestões de conteúdo para que possa saber mais. Ah, e mais uma dica: faça terapia, faça coaching, participe de cursos de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, mentorias. Ou seja, tudo o que possa servir para você de ferramenta para sua flexibilização e ressignificação cognitiva para promover sua mudança de mentalidade e viver de forma plena, com sentido e felicidade.

 

https://www.youtube.com/watch?v=epN6elf4otU

https://www.youtube.com/watch?v=VqipaMrttps&t=25s

https://www.youtube.com/watch?v=pa-KZdDRcWA

https://www.youtube.com/watch?v=H9CdT5cFRnI

https://www.youtube.com/watch?v=qZyDpIonMBM

https://www.youtube.com/watch?v=ai_RP-C1qBI

https://www.youtube.com/watch?v=uONp5_cy9cs

https://www.amazon.com.br/Mindset-Carol-S-Dweck/dp/8547000240

O que podemos aprender com a DEPRESSÃO, a DOR, PERDAS, DIFICULDADES

O que podemos aprender com a DEPRESSÃO, a DOR, PERDAS, DIFICULDADES

Se tem uma afirmação realista é que ninguém sai o mesmo de uma depressão, de perdas e ou dificuldades. Este é um tema que tem permeado muitas sessões de psicoterapia nos últimos 6 meses.

Muitos pacientes chegam trazendo seus diversos sofrimentos: perdas de parentes e amigos queridos fruto do COVID-19 ou outras enfermidades, acidentes, suicídios, dores por conta de adoecimentos na família, violência doméstica, relações abusivas em casa, no trabalho (home-office ou presencial), sobrecarga de demandas, exaustão, dificuldades financeiras, fechamentos de negócios, perdas de clientes, dívidas, fome, privações, etc. Sofrimentos estes que levaram muitas pessoas a quadros depressivos, transtornos de ansiedade, gatilhos para crises, luto, agravamento de transtornos de personalidade, abuso de substâncias, compulsões, entre outros.

Em algum momento, elas perceberam como suas realidades internas e externas se tornaram mais pesadas, exaustivas, adoecedoras, limitantes, paralisantes, dolorosas. Tiveram a coragem de dar um primeiro passo importante: buscar ajuda profissional de psicólogos, médicos, psiquiatras, nutricionistas, educadores físicos, entre outros profissionais de saúde, dentro das especificidades de cada caso, dentro do que elas entendiam necessitar de auxílio, orientação, cuidado, escuta, estratégias e ferramentas para atravessarem suas jornadas.

Estamos sendo testemunhas de muitas destas realidades de sofrimento, direta ou indiretamente, como parente, amigo, profissional que acompanha, orienta, dá suporte e ajuda a estas pessoas. Mas um ponto muito importante a trazer à luz na reflexão de hoje é: como é possível aprender a partir de momentos críticos. 

Situações como estas acima citadas levam cada pessoa a acessar suas vulnerabilidades, seus limites, suas necessidades emocionais, físicas, materiais não atendidas ou faltantes neste contexto, a sentir a intensidade de suas dores, que, num primeiro momento, parecem-lhes não ter fim, serem insuportáveis, limitantes, dilacerantes, cada um ao seu modo, expressando através de emoções, pensamentos, comportamentos, linguagem verbal, não verbal, num grande esforço de buscar sobreviver, tolerar, lidar, aceitar, superar, seguir em frente em suas jornadas.

Pode parecer o fim, pode até mesmo parecer contraditório, por estarmos acostumados a viver numa sociedade que estimula a supressão de dores, sintomas e sofrimentos; mas é exatamente neste encontro com as nossas vulnerabilidades que temos a oportunidade de acessar nossas centelhas de aprendizados. 

Quando vivenciamos momentos de vulnerabilidade e nos colocamos abertos a acolher nosso sofrimento, reconhecer e nomear nossas dores, perdas, temos condições de acessar no nosso sistema o que necessitamos para sobreviver, superar e seguir em frente. Temos condições de acessar nossa capacidade adaptativa, de perceber que as dores e sofrimentos são passageiros e nos trazem inúmeros ensinamentos dentro do que necessitamos aprender, tanto individual, quanto como casal, família, coletivo.

A depressão, o luto, perdas e dificuldades convida-nos a parar, desacelerar, nos colocando de frente com o não saber como seguir, com a necessidade de respeito ao tempo do corpo, da mente. Trás a oportunidade de reflexão das insatisfações, frustrações, perdas, reavaliação da vida, do que se trilhou até aqui, o que realizamos, perdas e ganhos. Chama-nos a olhar e reconhecer as mudanças de contextos, de necessidades atuais, de buscar e encontrar novos sentidos.

Por mais difícil e demorado que toda esta jornada pareça ser, certamente cada pessoa sairá diferente de como iniciou seus processos. Sairá mais resiliente, com muito mais recursos internos, com novas estratégias de enfrentamento e de regulação emocional, mais conscientes sobre suas necessidades e direitos, das escolhas a serem feitas, das responsabilidades a assumir, dos “sim” e dos “não” que deverá dizer daqui para frente,  para si mesma e para outras pessoas à sua volta. Enfim, cada indivíduo sairá com novos sentidos, novas respostas, novas possibilidades para construir um novo começo, um novo capítulo da sua jornada.

Sugestões para você continuar lendo e refletindo:

5 Estágios da Mudança

5 estágios da Mudança – parte 2

5 Estágios da Mudança – parte 3

Confinamento e seus efeitos no corpo, mente e alma

O poder do PERDÃO

COACHING DE EMAGRECIMENTO: benefícios, vantagens e desafios

COACHING DE EMAGRECIMENTO: benefícios, vantagens e desafios

Todo fim de ano, encontramos muitas pessoas engajadas no chamado “projeto verão”, buscando resultados de emagrecimento e definição muscular num curtíssimo intervalo de tempo. Mas aí vem a pergunta: até que ponto este resultado é sustentável. Pensando em ampliar nossa conversa sobre coaching de emagrecimento, hoje vamos falar sobre benefícios, vantagens e desafios deste processo.

BENEFÍCIOS

Como abordei noutro artigo aqui no blog, o coaching de emagrecimento é um dos tipos de health coaching, ou seja, processo de coaching voltado a mudança de estilo de vida e promoção de saúde integral.

Como principais benefícios deste processo de transformação temos:

  • Mudança de hábitos alimentares;
  • Eliminação de sedentarismo;
  • Inclusão de atividade física na rotina semanal;
  • Promoção de autocompromisso, disciplina, limites realistas;
  • Aumento de autoestima;
  • Aumento da autoconfiança, segurança;
  • Promoção de inteligência emocional x hábitos alimentares;
  • Viver com maior bem estar e qualidade de vida

VANTAGENS

Como vantagens do processo de coaching de emagrecimento, temos:

  • Orientação profissional para sua mudança de mentalidade e comportamental;
  • Apoio e fortalecimento constante da sua motivação
  • Identificação gatilhos de maus hábitos e compulsões;
  • Promover mudanças saudáveis e positivas na relação autoimagem x comida x emoções x autossabotagem;
  • Auxílio no planejamento de rotina alimentar, de treinos e de enfrentamento de situações desafiantes (festas, viagens, confraternizações, etc);
  • Promover mudança sustentável em estilo de vida;
  • Promoção de saúde integral;
  • Mudança na relação consigo mesmo e com a comida;Maior foco e direção para sua mudança e como colocar em prática seu poder de ação x emagrecimento.

DESAFIOS

No coaching de emagrecimento, temos como foco principal metas ligadas a emagrecimento, perda de peso. Mas para que isso aconteça de forma saudável, sustentável e integral, é fundamental que iniciemos o trabalho com a mudança de mentalidade, ou mudança de mindset.

Sempre falo sobre a importância do ciclo da realidade, porque ele nada mais é do que uma metáfora dos nossos esquemas emocionais, incluindo nossa tríade cognitiva. Ou seja, o ciclo da realidade revela como nossa visão de nós mesmos, dos outros, do mundo, nossas “lentes emocionais”, assim como estabelecemos relacionamento nestes 3 níveis (eu x eu; eu x outro; eu x mundo).

O principal desafio do coaching de emagrecimento é exatamente trabalhar a mudança de mentalidade. Como muitas pessoas querem resultados o quanto antes, de forma acelerada, elas esquecem ou mesmo não estão conscientes de que nosso comportamento é reflexo do que pensamos e sentimos.

Outro desafio recorrente no processo de coaching de emagrecimento, também relacionado a mentalidade, é o processo de autossabotagem. Ele pode acontecer de diferentes formas, seja fazendo você sair da sua rota de emagrecimento (burlando cardápio, deixando de fazer os treinos, cometer exageros), seja fazendo você não dar continuidade as ações de melhorias implementadas na sua rota de ação, ou fazendo você não retomar sua rota de ação (cardápio da dieta, treinos) após uma “escorregada”.

Mas eles têm 2 pontos em comum: falta de autocompromisso e falta de confiança em si. Observe, todo processo de sabotagem em processos de emagrecimento envolve estes 2 pontos, seja porque a pessoa não acredita em em si mesma e que tem poder de tornar realidade seu resultado desejado, seja porque ela espera que outro faça as mudanças nela, na sua vida, nos seus resultados, isto é, ela delega a terceiros a responsabilidade pela sua mudança. Isto simplesmente inviabiliza o processo.

Outros desafios que costumam aparecer no processo de coaching de emagrecimento são:

  • Baixa disposição física e cansaço recorrente que dificultam a motivação e iniciativa de iniciar a jornada;
  • Falta ou pouca prática no dia a dia de ações de autocuidado;
  • Recaídas x “fome emocional”: associando comida a alívio de situações estressoras, frustrações, compensações por resultados alcançados, busca de completude de vazios existenciais, etc.
  • Oscilações de humor, ansiedade ou mesmo humor deprimido por falta de nutrientes necessários a produção de hormônios ligados ao bem estar psicoemocional que terminam potencializando a falta de engajamento, desmotivação e autossabotagem.

Daí que, para termos resultados sustentáveis de emagrecimento, o ponto de partida está em tornar consciente esta mentalidade, este estado atual de como você pensa sobre você mesmo, sobre a comida, sobre sua autoimagem, seu peso, seu corpo, sua autoestima, quais emoções, estes pensamentos provocam, o quanto você se incomoda com a visão e opinião dos outros sobre você e quais comportamentos associados a ele você executa no dia a dia. Isto quer dizer tornar consciente o estado atual de sua mentalidade e comportamentos associados para que possa identificar quais pontos de ajustes a serem trabalhados durante o processo.

ALCOOLISMO: qual a relação da família no tratamento

ALCOOLISMO: qual a relação da família no tratamento

Alcoolismo, ou Síndrome de Dependência do Álcool (SDAS),  como atualmente é nomeada, é um dos tipos de dependência química, ou seja relacionada ao uso de substância psicoativa que, no caso o álcool, age no sistema nervoso central e gera alterações de comportamento, humor e cognições.

É uma substância depressora, capaz de lentificar nossa atividade cerebral, diminuir a velocidade de processamento, provocando a redução de limites, e causando efeitos como desinibição, sonolência, desatenção, desconcentração, letargia.

É uma doença hoje considerada em níveis graves em termos de saúde pública, mas  que apresenta dificuldades ainda em seu reconhecimento e tratamento por questões culturais presentes na cultura brasileira que validam o uso social e recreativo do álcool. Muitas pessoas ainda não associam o uso abusivo e frequente do álcool a uma doença, a uma dependência química.

O alcoolismo, assim como outras doenças e dependências químicas, é um complexo fenômeno, já que envolve fatores de natureza biológica (componentes genéticos, hereditários), psicológica (temperamento, personalidade, recursos psicoemocionais), e social (interações sociais, relacionamentos, experiências pessoais, profissionais, cultura, etc). Existem alguns fatores que estimulam e/ou levam muitas pessoas ao uso do álcool de forma abusiva e/ou estabelecer a dependência química, são eles:

  • Curiosidade
  • Influência de amigos e familiares (incentivo sócio-cultural)
  • Busca de autoafirmação (baixa autoestima)
  • Desejo de fuga dos problemas (evitação)
  • Coragem para agir
  • Busca de prazer
  • Dificuldades para lidar com situações difíceis, dolorosas
  • Hábito (dependência)
  • Redução de ansiedade, raiva e/ou irritação (hiper-compensação)
  • Facilidade de acesso

E no âmbito das interações sociais, família e amigos, é importante reconhecer qual o papel deles , qual a relação que eles têm no sentido de incentivar o uso ou ajudar o paciente no seu tratamento.

AMIZADES

Como falamos mais acima, os amigos podem ser um dos fatores que estimulam o uso do álcool. Isto acontece quando grupos costumam se reunir com frequência e necessariamente sempre envolvendo o uso do álcool, o que para um dependente ou uma pessoa sujeita desenvolver a dependência química do álcool, este fator termina se configurando como gatilho para o uso abusivo que, com o passar do tempo, estimulam o desenvolvimento da dependência.

Isto não quer dizer que as amizades são sempre um fator de risco. Falar isso seria uma distorção de hiper-generalização. Mas o fato é que, é preciso que a pessoa que tenha a dependência ou esteja sujeita a desenvolver, amplie seu leque de relações de modo que ele possa encontrar pessoas que não façam uso do álcool e sirvam de apoiadoras no seu processo. E que aquelas que façam uso eventual, meramente recreativo, também possam ajudá-la a resistir e restringir o uso de álcool contribuindo positivamente no seu processo de recuperação e prevenção de recaídas, mostrando que é possível socializar-se e divertir-se sem necessariamente envolver o consumo de álcool.

FAMÍLIA

A família é um dos componentes mais complexos e multideterminante nos casos de alcoolismo. Seja pela presença do componente hereditário (base biológica), seja pela transmissão do comportamento (modelação e transmissão transgeracional), seja por gerar outros fatores de estímulo/incentivo ao uso abusivo e dependência (validação do uso do álcool no ambiente familiar , aspectos culturais, facilidade de acesso, frequência de uso x hábitos familiares, relações conflituosas, etc).

Muitos pacientes iniciam seu uso de álcool muito cedo e mesmo dentro do ambiente familiar, seja porque o alcoolismo já está presente e instalado naquela família, seja por fatores de incentivo a partir das interações sociais e familiares.

É muito comum também a presença do uso de álcool associado a outros processos de sofrimento ou adoecimento psicoemocionais (depressão, ansiedade, compulsões, etc). Se é um fator preexistente num contexto familiar, o risco é ainda maior para as crianças neste ambiente entenderem como algo normal, corriqueiro, habitual e mesmo benéfico o uso do álcool, facilitando assim o início cada vez mais jovem e a estruturação da dependência química a partir de influências familiares.

Outro componente importante a ser ressaltado é a resistência de muitos usuários  a encarar este hábito como doença, como dependência química,  e não entender a necessidade de busca de ajuda e tratamento profissional. Isto prejudica tanto a ele como às relações familiares à sua volta, já que seus familiares muitas vezes são expostos a seus sintomas, prejuízos, internações, acidentes de trânsito, situações difíceis, conflitantes, ou mesmo constrangedoras para eles e para o próprio usuário.

Uma informação de grande relevância sobre o impacto do alcoolismo na família está neste trecho extraído de artigo científico (mais abaixo):

“sobre os efeitos do alcoolismo na família, estudos demonstram que viver em um ‘ambiente alcoolista’ afeta negativamente os descendentes de alcoolistas e que, para cada alcoolista, cinco ou seis pessoas da família são afetadas. Problemas familiares como desavenças, falta de credibilidade e desconfianças são sentimentos despertados nas pessoas que já passaram pela experiência de ter um dependente e, quando há um dependente na família, todos adoecem.” (Filizola, Perón, Nascimento, Pavarini & Filho 2006)

Neste trecho, os autores nos elucidam o quanto o alcoolismo têm este potencial de acometer não só o usuário, mas toda a sua família, assim como a dependência relacionada a outras substâncias psicoativas e mesmo outros quadros de enfermidade. Isto trás a tona a importância de olhar o problema do alcoolismo como sistêmico, não só com foco no usuário, mas também incluir, acolher, ouvir, orientar e convidar os familiares a participarem ativamente do tratamento do paciente em questão, contribuindo para sua melhoria e a de todos envolvidos.

Assim como falamos das relações de amizades, a família exerce um papel chave no tratamento e prevenção.  Se o paciente tem uma família apoiadora, com relações mais saudáveis e que entende que de fato aquele familiar tem um problema de saúde a ser tratado, a família pode servir de “escudo” frente à situações de risco, ajudando o paciente a mapeá-las assim como evitá-las, contribuindo positivamente para o tratamento.

Porém, quando se tratam de famílias tóxicas, ou seja, com muitas relações conflituosas, turbulentas, adoecidas ou mesmo que contribuam para o sofrimento psicoemocional do paciente, potencializando quadros de ansiedade, depressão, angústia e inseguranças frequentes dos mesmos, esta família pode se tornar mais um fator de risco para o paciente, e incentivando a buscar alívio do seu sofrimento no uso contínuo do álcool como estratégia “relaxante” e/ou “anestésica” frente ao seu sofrimento.

Para saber mais sobre alcoolismo e compreendê-lo na família e seus impactos, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452006000400007

https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4579.pdf

 

COACHING DE VIDA: Seja protagonista da sua vida

COACHING DE VIDA: Seja protagonista da sua vida

Vivenciar um processo de coaching de vida, ou life coaching, é uma experiência riquíssima de autoconhecimento, aprendizado, busca de melhoria contínua, mas especialmente, você é chamado a tornar-se protagonista da sua vida.

Ser protagonista da própria vida é exercer um papel ativo, assumir a responsabilidade sobre o que acontece na sua vida, autocomprometimento em ser, fazer, ter e realizar aquilo que se propõe, entendendo ser de sua responsabilidade os resultados, mudanças, transformações a serem realizados.

O coaching de vida provoca reflexões neste sentido, de provocar você empoderar-se de suas forças pessoais, habilidades, competências, valores, virtudes, ter um sentido claro para sua existência que o motive a entrar em ação e apropriar-se da sua própria vida.

Além disso,  as reflexões ao longo do coaching de vida leva você a tomar consciência que ser protagonista na vida é perceber e tomar para si as oportunidades de agir e promover contribuição social no seu raio de ação, no microcosmo, ou seja, fazendo a sua parte com as pessoas à sua volta, na sua comunidade, empresa, projeto, entendendo o seu papel ativo na transformação de vidas e do mundo.

No coaching de vida, são trabalhadas ferramentas de autoconhecimento sistêmico (Roda da Vida, Roda da Abundância, Ciclo da Realidade, etc), de análise de cenário interno e externo (SWOT), avaliação de perdas e ganhos, vantagens e desvantagens, fortalecimento e prática de princípios e estratégias de autocuidado, autorrespeito, autocompaixão, autocompromisso, autorresponsabilidade, poder de ação, sendo você o tempo todo convidado a avaliar o que está a seu alcance em suas mãos para promover a mudança que deseja na sua vida.

Pontos que você é convidado a tomar consciência e mudar de mentalidade e atitudes:

  • Vitimismo,
  • Autocritica e culpa excessivas e paralisantes,
  • Terceirização de responsabilidade da sua vida e de coisas que lhe acontece a outras pessoas à sua volta (familiares, chefias, colegas, empresas, amigos, comunidade, sociedade, etc),
  • Crenças limitantes sobre você mesmo, os outros e o mundo que desqualificam, minam o seu poder de ação ou faz você assumir uma postura completamente resignada da vida, entendendo como se não houvesse nada a ser feito.

Convido você a experimentar esta metodologia de ação e resultado e assumir o autocompromisso de ser protagonista da sua vida, das suas conquistas, das suas realizações e viver uma vida com sentido. Experimente e veja você mesmo o quanto vale a pena!

EDUCAÇÃO EMOCIONAL: o que é e por que praticar

EDUCAÇÃO EMOCIONAL: o que é e por que praticar

Em tempos em que temos acompanhado tantas notícias difíceis, comportamentos e discursos bélicos, intolerância, preconceitos os mais diversos, além do aumento e casos de suicídio em todas as idades, bem como as estatísticas de adoecimento psico-emocional, em especial depressão, quadros de ansiedade, pânico, adicções, compulsões, falar sobre educação emocional torna-se fundamental. Hoje neste artigo vamos falar o que é e por que é importantíssimo praticar a educação emocional.

EDUCAÇÃO EMOCIONAL: O QUE É?

Educação emocional, como o nome em si já nos sinaliza, é um processo educativo direcionado a conhecer, nomear as emoções, reconhecer a presença delas, seus gatilhos, prestar atenção no que elas falam sobre nós, o que elas querem transmitir de informação. Como pode perceber, são várias ações envolvidas no processo, e isso não nascemos sabendo, é um processo que aprendemos ao longo do nosso desenvolvimento.

Nossas primeiras referências de como reconhecer e acessar emoções são os nossos cuidadores, isto é, pais, familiares, professores, sendo lá na infância nossas primeiras “aulas” de educação emocional feitas por eles de forma consciente e intencional ou não.

Antigamente não se falava muito sobre este assunto. Porém hoje, cada vez mais, se torna de suma importância falar sobre as emoções, educação, regulação e processamento emocional, como etapas e estratégias de saúde mental, treino e desenvolvimento de comunicação e expressão assertiva.

Todas estas ferramentas impactam nas relações que estabelecemos, e é melhor que aprendamos para fazer o impacto ser positivo, estabelecermos relações saudáveis e possamos conhecer mais sobre nós mesmos, os outros e o mundo que vivemos

REGULAÇÃO EMOCIONAL

A regulação emocional é uma estratégia que também aprendemos como parte da educação emocional. Consta de ferramentas práticas como exercícios respiratórios, de atenção plena, focalização, técnicas cognitivas e vivenciais, que nos ajudam a perceber nosso estado emocional e, mais do que isso, nos ajuda a despotencializar e regular emoções muito intensas.

Na regulação emocional, a proposta é perceber a presença da emoção, assessá-las e regulá-las, sem sucumbir a elas, entendendo que as emoções fazem parte de nossa experiência psico-emocional, de que não somos as emoções em si, mas que muito temos de aprender com elas. E para isso é preciso aceitar a presença delas, abrir-se e permitir-se senti-las.

Vivenciar processos emocionais são também estratégias de autoconhecimento e aprendizagem, mas que não passam pelas articulações racionais, lógicas, cognitivas. Aqui o aprendizado se dá através do sentir, do perceber.

POR QUE PRATICAR A EDUCAÇÃO EMOCIONAL?

Praticar a educação emocional é uma importantíssima estratégia de prevenção e promoção de saúde mental. Aprender a reconhecer e nomear as emoções abre portas para um aprendizado através do sentir, que muito contribui também para processos cognitivos e executivos, como a tomada de decisão, resolução de problemas, mediação de conflitos.

Incluir o aprendizado através das emoções como parceiro de processos executivos é de grande riqueza, pois as emoções ajudam a reconhecer sensorialmente o que nos faz bem e o que não nos faz bem.

É muito recorrente ouvir no consultório pessoas que sinalizam não conseguirem entrar em ação ou tomar uma decisão, por conta de um medo muito grande, uma vergonha, uma insegurança, um desamparo e falta de apoio. Quando elas começam a reconhecer as próprias emoções, isso abre portas para elas conhecerem as necessidades emocionais que desejam e precisam buscar suprir.

A partir daí poderão direcionar sua atenção para estratégias assertivas de comunicação interpessoal, ou seja, de modo a pedir o que precisa, quebrar possíveis distorções cognitivas (pensamentos disfuncionais automáticos, crenças limitantes) que a impedem de ser em sua plenitude.

Sendo assim, praticar a educação emocional proporciona alguns destes benefícios:

  • AUTOCONHECIMENTO
  • ATENÇÃO PLENA
  • AUTOPERCEPÇÃO
  • APRENDIZADOS através do SENTIR
  • AUTORRESPEITO
  • AUTOCUIDADO
  • REGULAÇÃO EMOCIONAL
  • EQUILÍBRIO
  • ASSERTIVIDADE na COMUNICAÇÃO e RELAÇÕES

COMO PRATICAR A EDUCAÇÃO EMOCIONAL

O processo de educação emocional envolver várias etapas e muita, muita prática. Mas para ficar mais claro e resumido o que aprendemos ao desenvolver estratégia, segue o abaixo etapas do processo:

  1. Conhecer e nomear as emoções;
  2. Aprender a reconhecê-las;
  3. Aprender que todas as emoções são importantes para nosso autoconhecimento, tanto as agradáveis como as desagradáveis, e que todas elas nos ensinal algo importante sobre nós;
  4. Identificar gatilhos que sirvam de precipitantes das emoções. Podem ser situações estressoras, conversas difíceis, relações, pessoas, perdas, avaliações, julgamentos, emoções, fatos, acontecimentos que nos sintamos impactados, afetados, emocionados a partir deles;
  5. Aprender a prestar atenção às emoções, estar presente, em estado de atenção plena, e aceitar a presença delas, assim como prestar ação ao que elas sinalizam sobre nós mesmos;
  6. Identificar quais automatismos reproduzimos com frequência, tanto de pensamento quanto de comportamento, e a quais emoções eles se conectam;
  7. Regular a intensidade, quebrar distorções de pensamentos associados;
  8. Propor novas e diferentes ações das que seu sistema já está habituado a fazer de forma automatizada, mas nem sempre deixa você bem, pleno, saudável e com plenas condições de lidar com os desafios cotidianos;
  9. Treinar e aprender com os resultados gerados;
  10. Persistir e voltar para sua rota a cada recaída.
  11. Desenvolver a continuidade;
  12. Fortalecer e firmar estes novos hábitos de prevenção e promoção de saúde.

Este aprendizado pode acontecer por diferentes estratégias, seguem algumas delas que deixo aqui para você como sugestão de práticas:

  • Terapia individual
  • Terapia em Grupo
  • Técnicas de meditação e mindfullness (atenção plena)
  • Life Coaching
  • Palestras psicoeducativas sobre educação emocional ou inteligência emocional;
  • Palestras sobre prevenção e promoção em saúde mental;
  • Palestras e workshops sobre regulação emocional;
  • Técnicas cognitivas (TCC);
  • Técnicas vivenciais (Terapia do esquema, TCC, TFE);
  • Técnicas de autocompaixão, perdão e compromisso (ACT);
  • Atividades físicas, especialmente que exigem atenção plena(ex. yoga);
  • Atividades artísticas que ajudam a trabalhar expressão através do corpo e voz (ex. teatro, dança, canto, etc);

Estas são algumas sugestões, mas é enorme o número de técnicas e possibilidade de praticar a educação emocional por conta própria, promover na sua empresa, na sua escola, faculdade, universidade. O fato é que quando aprendemos e praticamos a educação emocional, todos saem ganhando, pois amplia o autoconhecimento, melhora a comunicação e expressão de desejos, necessidades, direitos, consequentemente melhorando a qualidade das relações,  posicionamento, ações, tomadas de decisões, escolhas, contribuições no mundo.

Experimente, faça, aprenda muito com esta estratégia de autoconhecimento, convide e incentive as pessoas que ama e que estão à sua volta, promova na sua empresa, organização. Você mesmo verá na prática melhorias significativas na prevenção e promoção de saúde mental, processos decisórios, participação e engajamento, melhoria em comunicação, assertividade, qualidade, resultados, proporcionando mais equilíbrio, inteligência ao lidar com as emoções e desafios do dia a dia.

E para quem quer saber mais, ficam abaixo estas dicas de leitura e filme: