VOCÊ S/A – organizando seu ano fiscal

VOCÊ S/A – organizando seu ano fiscal

A intensificação da crise política-econômica brasileira e escândalos de corrupção, do ano de 2014 para cá, afetou e muito o mercado de trabalho, deixando como marca uma crescente taxa de desemprego. A partir deste cenário, muitos profissionais se depararam com a necessidade de deixar seus postos de trabalho de até então e buscar novas e diferentes oportunidades. Sobreviver, manter uma condição mínima de existência para si mesmo e sua família, manter as contas em dia e permanecer ativo no marcado passaram a ser os grandes desafios no dia a dia de muitos brasileiros.

Mas é fato que muitas pessoas também viram neste momento uma oportunidade para repensar suas carreiras, vivenciar novas formas de trabalho e experimentar alçar novos vôos como autônomo, empreendedor individual ou como PJ. Viram estas outras formas de prestar serviço e continuarem ativos no mercado como uma alternativa muito interessante para ressignificar e reconfigurar suas carreiras. E isso veio de encontro com necessidades de redução de custos e de folha de muitas empresas que já estavam no mercado, e que também viram na contratação de prestadores de serviço, através do regime MEI, Simples Nacional ou outro perfil tributário PJ, muitas vantagens.

Como mais um ano está iniciando, resolvi deixar aqui 10 dicas para você organizar seu ano fiscal. São dicas para quem já se tornou uma PJ, ou está sem saber por onde recomeçar, ou para quem é CLT e ainda está pensando ou mesmo inseguro se vale a pena mudar de regime contratual e arriscar novos vôos de carreira:

  • MAESTRIA: primeiramente reconheça seus DONS e TALENTOS, o que você sabe fazer de melhor, seja prestar um serviço, seja fazer ou revender um produto.
  • PROPÓSITO: reflita e tenha clareza sobre qual seu papel no mundo, que tipo de contribuição / legado / benefício / transformação / soluções você pode agregar no mundo, especialmente na comunidade e para as pessoas que lhe rodeiam. Isto será decisivo para alinhar toda a sua jornada pessoal, profissional e fazer seu negócio ser um REFLEXO e EVIDÊNCIA de que está exercendo sua missão.
  • PESQUISA DE MERCADO: depois de reconhecer o que você tem de melhor a oferecer no mercado, qual seu propósito, e antes de sair abrindo uma PJ com a primeira ideia que vêm à sua mente, é importante pesquisar o mercado e verificar se ele está interessado no que você sabe fazer de melhor ou no seu produto, ou seja, verificar se além de demanda existe real interesse do público que você deseja alcançar.
  • MODELO DE NEGÓCIO: Construa um modelo de negócio bem estruturado para que seja seu norte e sirva de “bússola” para você restruturar sua rota de ação e colocar em prática esta oportunidade de trabalho e rendimento que identificou.
  • OBJETIVOS: Tenha objetivos e saiba quais MOTIVOS, RAZÕES, o porquê e para que você fará este plano de negócio ser uma realidade.
  • PLANEJAMENTO: Planeje METAS de curto, médio, longo prazo alinhadas ao seus objetivos, modelo de negócio, propósito e incluindo seus dons e talentos como ferramentas para colocar ações, tarefas e atividades em prática rumo ao que você quer SER e REALIZAR.
  • ERROS: sim, você vai errar e muitas vezes. Se você conhecer algum empreendedor / empresa que nunca tenham errado algum passo, desconfie. Mas você deve entender e encarar os erros como parte de um grande EXPERIMENTO, como TESTES, como oportunidades de entender o que funciona e o que não funciona para você e para o seu negócio. Eles não devem fazer você desistir, não devem paralisar seu poder de ação, mas sim devem potencializar seu olhar investigativo e levar você a AJUSTAR, REPARAR, MELHORAR para continuar dando passos na sua jornada.
  • CLIENTES: São pessoas como você, tem necessidades e, mais do que comprar um produto ou serviço, eles querem atenção, respeito, compromisso, carinho, serem positivamente surpreendidos e que seja entregue o que eles investiram. Você precisa entender que eles são um dos pilares do seu negócio.
  • CONEXÃO: Você faz parte de uma grande rede e para oferecer o que você tem de melhor, seja em serviço ou em produto, você precisará se CONECTAR o tempo todo. Isso não quer dizer manter-se online e postando o tempo todo nas redes sociais, mas sim genuinamente estar presente nas relações, cuidar delas, dar e receber verdadeiramente, sejam elas online ou offline.
  • RESULTADOS: Eles serão CONSEQUÊNCIA de toda esta jornada que você fará. São proporcionais aos esforços, empenhos, investimentos (seja de tempo, financeiro, emocional, energético, amor, etc), disciplina e continuidade. Resultados precisam ser projetados e acolhidos considerando a realidade e momento de negócio que você esteja. Esperar que seu negócio “bombe” no primeiro mês de estrada, nos 10 primeiros contatos feitos, é simplesmente precipitado. Lembre-se: atletas olímpicos se tornam vencedores após longos anos de treino, e não quando tomam a decisão de serem atletas.

O coaching é uma excelente metodologia de trabalho que ajudará você a ter clareza e encontrar respostas para todos estes passos acima citados, levando você a estruturar sua ROTA DE AÇÃO de modo realista, viável e duradoura. Terei o enorme prazer de ajudar você nesta jornada.

Espero que estas 10 dicas possam contribuir agora mesmo para você realinhar o seu trem nos trilhos ou mesmo pensar em novas rotas de forma estruturada e com as maiores chances de levar você a SER o que você quer ser e REALIZAR o que deseja e sabe fazer de melhor.

GESTÃO DE CARREIRA: fique ligado nas tendências de 2021

GESTÃO DE CARREIRA: fique ligado nas tendências de 2021

Ao final de cada ano, uma curiosidade comum a todos é despertada em busca das tendências e previsões do mercado acerca do ano que virá, relacionadas aos mais diversos temas. Mas este ano de 2020, em virtude da pandemia que impactou a todos (indivíduos, famílias, organizações, governos), em escala mundial, é ainda maior a preocupação e busca sobre as tendências relacionadas ao mercado de trabalho e gestão de carreira para 2021. É sobre isso que hoje iremos falar.

Cenário

Com a pandemia do COVID-19, as empresas se viram obrigadas a fechar temporariamente suas portas, algumas, inclusive, fecharam definitivamente por não suportarem os custos sem vendas durante o período dos primeiros 4 a 6 meses.

Demissões em massa ocorreram, contratos de trabalhos suspensos, o que obrigou governos, empresas, lideranças repensarem suas estratégias relacionadas a gestão de pessoas, processos de trabalho, formato de trabalho, vendas, distribuição, oferta de produtos e serviços, bem como contratações e retenção de pessoal.

O home-office, ou trabalho remoto, passou a ser uma realidade forçada pela necessidade de todos ficarem em casa para evitar o contágio e a rápida propagação do vírus. Com isto, a experiência de trabalho online cresceu vertiginosamente impondo diariamente às pessoas, organizações e governo uma busca desenfreada por estratégias e soluções tecnológicas para reinventarem a oferta de produtos, serviços, com protocolos de segurança, na luta por sobrevivência no mercado.

Neste sentido, houve uma aceleração nos processos de digitalização e inovações em todas as áreas e profissões, algo que já vinha acontecendo progressivamente, mas que, por conta deste contexto, ganhou velocidade por uma urgência geral de continuidade da vida, atender às necessidades dos consumidores, preservar com menor impacto possível a economia e o mercado de trabalho frente aos desafios diários potencializados pela pandemia.

Novas profissões começaram a surgir em maior velocidade, assim como o surgimento desenfreado de aplicativos e lojas virtuais, automação de processos financeiros e administrativos, telemedicina, atendimentos online nas mais diversas áreas, entre outros exemplos que vivemos e nos deparamos diariamente de oferta serviços e produtos mediados pela tecnologia. Com isso, todos fomos “convidados” a aprender e aplicar as diversas ferramentas de vídeo conferências, apps, para solucionar problemas cotidianos virtualmente, bem como preservar e manter-se ativos no mercado de trabalho.

Perspectivas

As perspectivas mercadológicas (Conferência EXPERT XP 2020) mostram que estamos caminhando para um modelo híbrido de trabalho, com associação entre presencial e online, que exigirá mais e novas habilidades, competências, e mudanças de rotinas persistirão acontecendo.

As habilidades e competências comportamentais estão cada vez mais sendo exigidas, especialmente a comunicação, empatia, autonomia, autogestão, flexibilidade, negociação, colaboração, criatividade, agilidade, constância de aprendizado, humildade, coragem, visão analítica, resolução de problemas e tomada de decisão.

Além disso, dominar as diversas ferramentas tecnológicas parte dos processos de trabalho de cada profissão é urgente. Profissionais devem ativar o modo “autodidata” para buscarem aprendizado das mesmas o quanto antes. E as empresas devem fornecer, treinamentos, capacitação, infraestrutura e condições de trabalho apropriadas, ainda que em home-office.

Outra capacidade chave é a busca de melhoria contínua, alinhada ao que o mercado vem buscando, profissionais que se mantêm em constante aprendizado e desenvolvimento. O cenário é de constantes e rápidas mudanças. Se você não se mantém atualizado e em constante aprendizado, simplesmente poderá não acompanhar as demandas daqui a 6 meses, 1 ano ou mais, pois o cenário e necessidades se modificam diariamente. O mercado busca profissionais protagonistas das suas carreiras, desenvolvimento e aprendizado.

Os processos seletivos estão cada vez mais incluindo ferramentas tecnológicas, sendo as tradicionais entrevistas iniciais substituídas pela videoconferência. Manter o perfil no Linkedin atualizado é chave para otimizar a busca de novas oportunidades, já que as empresas estão cada vez mais utilizando esta e outras plataformas de banco de currículos para suas triagens e recrutamento de candidatos.

Outro ponto ressaltado nas tendências é o maior foco às questões de diversidade, inclusão e equidade, chamando às organizações a assumirem posicionamento e práticas claras relacionadas a tais aspectos. Como sinaliza Luana Génot, fundadora e diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), “(…) investir em inclusão não é fazer favor para as pessoas. Precisamos criar meios para que esses grupos possam performar financeiramente, ter a sua trajetória aproveitada sem passar por caminhos tortuosos.”

Setores em alta

Alguns setores tiveram demanda de mercado elevada fruto dos desafios acima expostos. Em especial, profissões relacionadas à saúde, bem estar, qualidade de vida, tecnologia, inovação, direito digital, automação, gestão de projetos e responsabilidade social. Confira profissões e áreas que estão em alta e devem seguir sendo solicitadas para 2021:

  • Psicologia
  • Medicina
  • Fisioterapia
  • Enfermagem
  • Pesquisa científica, Biomedicina
  • Nutrição
  • Educação Física
  • Tecnologia e inovação: segurança da informação, cientistas e engenheiros de dados, desenvolvedores de softwares, Infraestrutura/Cloud, Business Inteligence, Engenheiros e Especialistas em Inteligência Artificial
  • Educação à distância (EAD)
  • Seguros
  • Telecomunicação/Internet
  • E-commerce
  • Direito digital
  • Analista de Compliance LGPD
  • Mercado Financeiro
  • Gestão de Projetos
  • Responsabilidade social (3° setor)
  • Gestão ambiental
  • Agronegócio
  • Supply Chain
  • Marketing Digital
  • Customer Experience

Pesquise, leia, assista vídeos, ouça podcasts, converse com pessoas, aprenda, aprimore seus conhecimentos, habilidades e competências. Vem muita transformação ainda pela frente e o argumento “são muitas incertezas, por isso não dá para planejar” é só mais um pensamento que levará você a paralisar ou se acomodar.

A grande sacada é estar atento ao que você pode fazer neste momento, o que está ao seu alcance e depende só de você mesmo para entrar em ação, quais oportunidades este contexto tem mostrado e o que você está disposto a fazer para seguir, promovendo as ações e mudanças necessárias para continuar ativo no mercado e desenvolvendo sua carreira.

Para saber mais, confira:

https://blog.impulseup.com/tendencias-rh-2021/

https://rhpravoce.com.br/posts/6-tendencias-do-mercado-de-trabalho-que-estarao-em-alta-em-2021

https://exame.com/blog/sua-carreira-sua-gestao/mercado-de-trabalho-o-que-esperar-de-2021/

https://www.infomoney.com.br/carreira/as-tendencias-de-carreira-no-mercado-de-trabalho-pos-pandemia-em-7-pontos/

https://www.mundorh.com.br/4-tendencias-que-estao-moldando-o-futuro-dos-negocios/

https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/carreira/profissoes-em-alta-veja-as-carreiras-promissoras-para-2021

https://www.whow.com.br/comportamento/tendencias-de-contratacoes-para-2021/

COACHING E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

COACHING E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Se você já esteve aqui neste blog anteriormente, certamente já deve ter visto outros artigos falando como o coaching é uma metodologia de ação e resultado. Ou seja, que provoca você tomar consciência dos seus incômodos no seu estado atual, elencar seus motivos para alcançar um resultado específico, estruturar um plano de ação com os recursos e o que precisa ser feito para alcançá-lo e, por fim, entrar em ação. Hoje vamos falar como podemos utilizar esta metodologia com foco em desenvolver sua inteligência emocional e como colocar em prática ferramentas para melhor lidar com suas emoções.

Inteligência Emocional: o que é

Daniel Goleman, psicólogo e jornalista, cunhou pela primeira vez o termo inteligência emocional ao lançar seu livro de mesmo nome em 1995, após anos de pesquisas sobre o comportamento humano. Ele define inteligência emocional como a “capacidade que um indivíduo tem de identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e gerir os impulsos dentro de nós e em nossos relacionamentos” (GOLEMAN, 1995).

Diz respeito ao modo como lidamos com as nossas emoções e com as das pessoas próximas e como direcionamos ações e decisões ao lidar com elas.

As habilidades que envolvem a Inteligência Emocional são aprendidas, ou seja, não nascemos com estas habilidades inatas, mas sim com o potencial para desenvolvê-las a partir das relações que estabelecemos com nós mesmos (eu x eu) com os outros (eu x outro) e como percebemos e nos posicionamos no mundo (eu x mundo). Aprendemos e treinamos com a prática da auto-observação e a cada interação com outras pessoas.

Saber como agir em momentos de dificuldade e melhorar os relacionamentos interpessoais depende de como os pensamentos, os sentimentos e as atitudes são gerenciados.

A IE impacta diretamente e de forma positiva na nossa saúde física e mental, na expressão de todas as nossas dimensões de vida (biológica, psicológica, social, cultural, espiritual), na qualidade dos nossos relacionamentos, bem como no nosso sucesso profissional.

Pilares da IE:

São 5 pilares da inteligência emocional. Para que você consiga colocar em prática, é fundamental desenvolver e contemplar todos os 5:

AUTOCONSCIÊNCIA: conhecer seu perfil comportamental (temperamento, traços de personalidade, atitudes, comportamentos, habilidades), nomear suas emoções (o quê?), compreender como as emoções acontecem em você (como?), motivos, situações ou gatilhos que contribuem para a sua experiência emocional (por quê?), entender suas necessidades emocionais (para que? o que necessito?), como expressar de forma assertiva, estratégias de enfrentamento e tomada de decisão

AUTOCONTROLE: autorregulação emocional, controle de impulsos e expressão, adaptação, resiliência

IE não se trata de anular, abafar, reprimir suas emoções, mas sim permitir-se sentir e buscar entender o que você está sentindo, ou seja, qual o papel, qual a função que esta emoção está exercendo por você e qual ou quais necessidades emocionais e direitos estão envolvidos nesta experiência emocional.

Quanto falamos de autocontrole, estamos sinalizando a importância de não agir dominado pela emoção. A IE propõe entender as emoções para gerenciar sua expressão e experiência emocional, incluindo aceitar as próprias emoções, compreender porque elas estão acontecendo no momento, aceitar os próprios limites e buscar a melhor estratégia de enfrentamento e de resolução de problema.

Um ponto importante é que, do mesmo modo que é possível sentir, nomear e entender emoções desagradáveis ou difíceis como a raiva, tristeza, nojo, é possível estimular o sentir, nomear e promover as emoções agradáveis ou positivas, de modo que elas auxiliem você a perceber o que faz bem, o que proporciona felicidade, plenitude, realização e direcionar seu poder de ação para escolhas saudáveis, assertivas viver uma vida com sentido.

Outro ponto fundamental é perceber que não é possível deixar se sentir ou mudar as suas emoções, mas sim mudar a reação que você tem a partir delas. Permitir-se sentir é o primeiro passo para a tomada de consciência e compreensão do que motivou aquela emoção e porque ela está acontecendo. E é a partir do entendimento da sua experiência emocional que você terá condições de escolher como agir de forma mais assertiva.

Quando você não se permite sentir, normalmente você coloca em prática alguma estratégia evitativa, que somente negará o que está acontecendo, tanto emocionalmente como o problema em questão, postergando a tomada de consciência, não focando na resolução. Isto pode acarretar em impactos nos seus relacionamentos, nos seus resultados, nos seus negócios.

MOTIVAÇÃO: motivação intrínseca(seus motivos para entrar em ação) ou aptidão mestra, motivação extrínseca (motivação a partir do contexto e interações, que vem dos outros), orientação para realização, solução de problemas e resultados

Ao analisar sua trajetória de realizações e fracassos, pessoas que tem IE alta identificam que erros, falhas e fracassos se deram por algum fator interno seu e por este motivo podem modificar, ajustar, aprimorar, supera. Estas pessoas apresentam autorresponsabilidade, isto é, responsabilizam-se por seus erros, não terceirizam problemas, não culpabilizam outras pessoas, perguntam-se o que podem fazer a partir desta falha, focam na solução, buscam aprimorar praticando a melhoria contínua e superação.

Outro fator importante é o flow ou estado de fluxo. Ele acontece quando você está envolvido em alguma atividade estimulante, que motive você, utilizando seus talentos e interesses,  gerando uma experiência emocional agradável, com foco, energia, presença, de modo que você perde a noção do tempo por estar fluindo, sem se conectar com eventuais distrações. Pessoas com alto IE costumam entrar em flow de forma frequente e isto impacta diretamente e de forma positiva no seu humor, energia, disposição, satisfação e realização.

EMPATIA: é a habilidade de reconhecer a experiência emocional do outro, a partir da escuta ativa e presença. É a compreensão das emoções do outro, entendimento de suas necessidades emocionais e como ele expressa. É buscar compreender as motivações do outro, como ele deseja ser ajudado, orientado, apoiado, considerar o lugar e ponto de vista do outro, quais suas expectativas x realidade, consciência do todo e da melhor solução para melhor atender com os recursos disponíveis no momento.

HABILIDADES SOCIAIS: diz respeito à qualidade das relações, e como você executa habilidades sociais como influenciar, persuadir, mediar conflitos, trabalhar em equipe, liderar, desenvolver, treinar, aprimorar.

Para que serve a IE:

Mais do que controlar emoções, o objetivo da IE é agir com inteligência no entendimento, regulação e canalização das emoções.

Ela ajuda você a acolher suas vulnerabilidades, compreender suas emoções, o que as motivam, qual função e/ou papel elas estão exercendo para você naquele momento.

Ajuda você reconhecer e compreender seus medos e inseguranças, de modo a estruturar estratégias para lidar com eles e superá-los progressivamente.

Viabiliza a tomada de consciência de hábitos nocivos e crenças limitantes, provoca reflexão e ativa seu poder de ação para eliminá-los, construir e fortalecer novos hábitos saudáveis e crenças fortalecedoras.

Permite você ativar e colocar em prática seu potencial, a partir do continuado processo de autoconhecimento e melhoria contínua.

Ajuda você acolher, respeitar e compreender as vulnerabilidades, emoções e necessidades dos outros, praticar a empatia, escuta ativa, melhorando a qualidade dos seus relacionamentos.

Auxilia no aprimoramento da sua comunicação, expressão de emoções e ideias, posicionamento, influenciar positivamente as pessoas, persuadir, vender e entregar o seu melhor alinhado com o que os outros necessitam e solicitam a você.

Faz você ser um líder melhor, desenvolver sua capacidade de gerir pessoas atento às necessidades e perfis de todos do time, incentivando, inspirando, orientando e dando os imputs e recursos necessários de acordo com o que cada pessoa necessita. Isto aumenta o envolvimento, participação ativa, engajamento, comprometimento e responsabilidade de todos nas entregas de resultados, melhoria contínua e alcance de objetivos do time colocando o que cada pessoa tem de melhor em ação.

Ferramentas para lidar com as emoções

Nesta sessão, listo abaixo algumas ferramentas que auxiliam você a lidar com as emoções para aprimorar sua inteligência emocional:

  • RESPIRAÇÃO: pratique a respiração diafragmática de forma lenta, mas sem sufocar, na necessidade do seu organismo, concentrando todo o seu foco apenas em acompanhar e observar o inspirar e expirar. É um excelente exercício de atenção plena, desconexão de preocupações e emoções desagradáveis, bem como de auto-observação e autoconhecimento.
  • MEDITAÇÃO e MINDFULLNESS: existem vários tipos de meditação e exercícios de mindfullness (atenção plena) disponíveis em diversos canais (youtube) e apps. As meditações guiadas e meditações ativa (em forma de movimentos) são excelentes exercícios para colocar-se no presente, treinar a respiração, bem como trabalhar autoconhecimento, respeito ao tempo do seu organismo e superação.
  • DIÁLOGO INTERNO SAUDÁVEL: buscando compreender suas emoções, quais funções e papéis elas estão exercendo, o que necessita no momento, quais soluções possíveis, quais estratégias mais assertivas e saudáveis.
  • ATIVIDADE FÍSICA: para eliminar tensões, estresse, faça caminhada ou outras práticas esportivas que ajudem você extravasar emoções desagradáveis e tensões, assim como proporcionar liberação de hormônios de prazer, sentir sensação de bem estar e equilíbrio.
  • HOBBIE: pratique atividades que estimulem sua criatividade, colocar em prática interesses e habilidades de forma prazerosa e que levem você a vivenciar o estado de flow.
  • NADISMO: permitir-se momentos “offline”, momentos de relaxamento, descanso, de nada fazer, de vazio. Eles são excelentes estratégias para desconectar da rotina, gerar espaço mental para novas ideias assim como recarregar o corpo energeticamente.
  • QUEBRE A ROTINA: mude de postura após longos períodos numa posição, alongue o corpo,  troque de tarefa, crie distrações saudáveis, pausas ao longo do dia,  promova lazer, descanso, de forma a desconectar para reconectar. São estratégias que otimizam sua recuperação energética e mudança de padrão emocional.
  • ORGANIZAÇÃO: procure limpar, organizar seu ambiente, tanto em casa como no trabalho. Isso proporciona também organização mental de ideias, sensação de bem estar, acolhimento, equilíbrio, ordem que facilitará sua produtividade com leveza.
  • LINGUAGEM CORPORAL: preste atenção na linguagem do seu corpo assim como das pessoas à sua volta. Escute atentamente e com interesse, valorizando a opinião dos outros assim como a própria. Escute genuinamente e sem respostas prévias já pensadas. Coloque-se aberto e não na defensiva. Responda somente no seu momento de fala, sem interromper o outro. Esteja de mente limpa e aberta para exercitar a observação e escuta plenas.

Quer saber mais sobre Inteligência Emocional? Então deixo para você estas dicas de leituras para seu aprofundamento:

  1. Brown, Bené. A coragem de ser imperfeito. Sextante. 2016.
  2. David, Susan Phd. Florescer. Agilidade emocional. Cultrix, 2018.
  3. Goleman, D. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, Tradução revista em 2001 do original  1995.
  4. Santos, Alexandre H. O poder de uma boa conversa. São Paulo- SP.Editora Vozes. 2017.
  5. SiamarPalestra Inteligência Emocional. Daniel Goleman. DVD 70 min. 2011.
  6. Weisinger, Hendrie. Inteligência Emocional no Trabalho. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.
  7. Marshal, Rosenberg. Comunicação não-violenta. Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.  Ágora; São Paulo, SP. 2006.
  8. Miranda, Roberto Lira. Comunicação não-violenta. Além da Inteligência Emocional.  Campus; São Paulo, SP. 1997.
  1. Sellingan, Martin E. P. Florescer. Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2012.
MINDSET ESCASSEZ

MINDSET ESCASSEZ

Você costuma se preocupar frequentemente que faltará suprimentos para você e sua família? Que ganha pouco e que é preciso trabalhar muito para ser bem remunerado? Você tem pensamentos frequentes de que algo de pior possa acontecer e que ativam o seu medo de perder pessoas importantes, dinheiro, coisas que para você tem um valor? Tem hábito de estocar alimentos, objetos para que não falte? Tem medo de perder seu emprego, de falir, de não ter rendimentos suficientes para pagar seus compromissos e ter uma vida próspera? Reflita como está a qualidade dos seus pensamentos e comportamentos, eles falam do seu mindset, ou seja, como sua mentalidade está estruturada.

Escolhi hoje fazer esta reflexão com você, por perceber o quanto o medo está ativado de forma intensificada em muitas pessoas, especialmente neste momento de pandemia. Um dos pensamentos que mais tenho ouvido nas sessões de psicoterapia e coaching é: “E se não der certo? E se eu tiver que começar tudo de novo?”

Todas estas perguntas propostas estão revelando o mindset de escassez. E o que isso significa? Significa que o seu “farol” está direcionado para o que pode acontecer de pior, a falta, o medo, riscos, perdas. E isto ativa todo o seu sistema para permanecer em estado de hipervigilância, em alerta constante, de modo a evitar que tudo isso aconteça.

Alguns comportamentos são bastante presentes no mindset de escassez: paralisar frente às situações e problemas, consumo para estocar coisas para que não falte, gastar sem poupar porque a vida pode acabar no próximo momento ou porque não se sente digno, merecedor, capaz de construir uma vida próspera.

O mindset de escassez não tem consciência do todo, das infinitas possibilidades, é unidirecional, individualista, negativista. Está presente em pessoas focadas nas dificuldades, nos problemas. Comportamentos de resistência, compulsividade, estado de alerta constante, ansiedade, medo, preocupação excessiva com o fracasso, com o falhar, o errar como o fim de tudo, competição, comparações, são exemplos desta mentalidade focada na escassez, de que não haverá espaço nem suprimentos para todos, e que os problemas são o fim, o pior de tudo, não conseguindo enxerga-los como oportunidades para criar novas ideias, inovar, muito menos focar na resolução de problemas e ver os erros e falhas como etapas de um processo evolutivo.

Pessoas com mindset de escassez preocupam-se excessivamente em ser avaliados, rejeitados, demitidos, criticados negativamente, por preocupar-se com frequência e de forma intensa com a possibilidade de errar, fracassar, perder, ser excluído. Sentem-se vigiadas o tempo todo e direcionam toda a energia para evitar o pior, ao invés de buscar novas e melhores possibilidades, soluções, criações e conexões.

O mindset de escassez faz você ter medo do novo, medo da mudança, enxergar a oportunidade como obstáculo, apegando-se à zona de conforto, ainda que ela não seja nada confortável, mas pelo simples fato de ser conhecida para você, estar habituado com o que acontece nela, conhecer e saber como lidar, com uma série de automatismos, resistindo a novos aprendizados, expansão de sua consciência, de suas habilidades e conhecimentos, resistindo, assim, ao seu desenvolvimento, progresso, melhoria contínua, à abundância, a ativação do seu potencial infinito, à mudança, às transformações.

Já parou para pensar: “E se der certo?” Pois é, pode dar muito certo, muito diferente, melhor ou maior do que você imaginava. Mas é preciso se permitir, se abrir para o novo, abraçar as falhas e erros como oportunidades para novos começos diferentes, buscar ajuda para ampliar a reflexão e compartilhar ideias e soluções.

Se você se identificou com alguma passagem deste texto, convido você a ampliar sua reflexão e saber mais sobre o Mindset de Crescimento ou de aprendizado. Vou aproveitar e deixar algumas sugestões de conteúdo para que possa saber mais. Ah, e mais uma dica: faça terapia, faça coaching, participe de cursos de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, mentorias. Ou seja, tudo o que possa servir para você de ferramenta para sua flexibilização e ressignificação cognitiva para promover sua mudança de mentalidade e viver de forma plena, com sentido e felicidade.

 

https://www.youtube.com/watch?v=epN6elf4otU

https://www.youtube.com/watch?v=VqipaMrttps&t=25s

https://www.youtube.com/watch?v=pa-KZdDRcWA

https://www.youtube.com/watch?v=H9CdT5cFRnI

https://www.youtube.com/watch?v=qZyDpIonMBM

https://www.youtube.com/watch?v=ai_RP-C1qBI

https://www.youtube.com/watch?v=uONp5_cy9cs

https://www.amazon.com.br/Mindset-Carol-S-Dweck/dp/8547000240

DÊ O SEU MELHOR: o que você tem feito para alcançar seus objetivos?

DÊ O SEU MELHOR: o que você tem feito para alcançar seus objetivos?

Hoje o artigo será uma reflexão a partir da seguinte pergunta: O que você tem feito para tornar realidade seus objetivos?

Esta é uma pergunta muito frequente em processos de coaching, que visam provocar o coachee (cliente) e tomar consciência do seu estado atual, ter clareza do seu estado desejado a ser alcançado (um objetivo, um resultado, uma mudança ou uma transformação) e, a partir destes 2 pontos, reconhecer tudo o que precisa ser feito para concretizar este objetivo de processo.

Nestas poucas palavras, dá para sentir que fazer coaching é vivenciar uma metodologia de ação x resultado, que provoca você o tempo todo a entrar em ação, utilizando os recursos necessários, acionando e envolvendo pessoas que sejam importantes para viabilizar e concretizar seu objetivo de coaching. Mas mesmo que você não esteja pensando em fazer coaching, esta leitura lhe servirá para olhar para sua jornada e autoavaliar-se.

Fazer uma autoavaliação é um exercício importante de melhoria continua, de aprimoramento, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. É praticar a coragem de de olhar para si e perguntar-se:

  • Como estou, como me sinto? (feliz x infeliz, satisfeito x insatisfeito, pleno(a) x incomodado(a), etc);
  • Qual sentido da sua jornada de vida?
  • O que lhe motiva todos os dias a levantar da cama?
  • Por que você faz o que faz, para que faz o que faz, para quem faz o que faz?
  • Você tem feito tudo o que deve ser feito para alcançar seus objetivos?
  • Tem utilizado os recursos disponíveis ao seu alcance neste momento?
  • Tem solicitado apoio, ajuda, participação de outras pessoas quando preciso?

A partir das respostas que você encontra em você mesmo, você tem a possibilidade de ajustar sua rota, repensar o que ainda falta ser feito ou quais impeditivos que estejam impactando na sua realização e o que você pode fazer para superá-los.

Quando assumimos papel ativo na nossa jornada, autorresponsáveis pelas escolhas que fazemos, ações, resultados, mudanças e transformações, colocamos nossa energia no que precisa ser feito e focamos nestes pontos. Entendemos que conquistas e realizações são um processo, uma construção, e que é fundamental dá o seu melhor a todo momento.

Estamos num contexto bastante desafiante. E cabe a cada um de nós se perguntar: o que posso fazer para lidar com as incertezas deste momento? Como posso resolver os problemas e desafios que se apresentam para mim? O que está ao meu alcance e depende só de mim para realizar? Como posso fazer o meu melhor a cada momento?

Convido você a praticar esta reflexão, dar o seu melhor hoje, e não se deixar estacionar no vitimismo, na “terceirização” de responsabilidades em outras pessoas ou no contexto. Lembre-se que por mais adverso que seja o momento, podemos nos perguntar “como posso atravessar tudo isso da melhor forma?” , ao invés de “por que tudo isso está acontecendo?”.

Focar no “por quê” nos paralisa, já nem sempre encontramos as respostas que gostaríamos, nem sempre elas estão disponíveis quando as queremos, e, muitas vezes, elas são construções a serem ainda realizadas. Pensar no  “como” nos leva a focar nas possibilidades, nas oportunidades, e ativar nosso poder de ação para fazer o nosso melhor a cada instante, aceitando o que se apresenta de realidade.

O QUE SUSTENTA AS CRENÇAS

O QUE SUSTENTA AS CRENÇAS

Crenças são pensamentos absolutistas, ou seja, pensamentos que têm peso de verdade e que norteiam nossa percepção de nós mesmos, dos outros, da realidade, do mundo. Também são norteadoras de escolhas, decisões, ações, realizações, senso de felicidade e sentido de vida.

Desenvolvemos crenças por diferentes caminhos de aprendizado:

  • CRENÇAS FAMILIARES: aquelas falas e pensamentos parte do nosso contexto familiar, que aprendemos valores e comportamentos a partir da modelagem de nossos pais, cuidadores, familiares;
  • CRENÇAS SOCIAIS ou CULTURAIS: são aquelas falas, pensamentos que norteiam comportamentos de grupo cultural, que ouvimos e aprendemos nas interações sociais;
  • CRENÇAS PESSOAIS: são aquelas que estruturamos a partir da nossa experiência individual.

Ou seja, desenvolvemos crenças a partir do que ouvimos, observamos, percebemos, sentimos, experienciamos na nossa jornada pessoal e social, ao longo de toda a nossa vida.

CRENÇAS LIMITANTES

Quando falamos de crenças limitantes, estamos nos referindo a pensamentos absolutistas que nos limitam, nos desqualificam, nos paralisam diante do que nos propomos ser, fazer, realizar. Aprendemos elas em ambientes invalidantes, parcial ou integralmente, e que não nos respeitam em nossas necessidades emocionais e direitos.

Estas verdades orientadoras dos nossos comportamentos de forma negativa costumam ter uma sustentação irracional, fantasiosa, ou mesmo se tratar de vozes, falas, pensamentos de outras pessoas que ouvimos e incorporamos. Exemplos de crenças limitantes:

  • “Eu sou incompetente”
  • “Eu sou infeliz”
  • “Você nunca consegue nada”
  • “Sou muito velho para começar uma coisa nova”
  • “Você é um fracasso”
  • “Ninguém me ama”
  • “Sempre tem alguém que me engana e quer se aproveitar de mim”
  • “Não sou suficientemente bom para essa posição, não vou dar conta dele”

Enfim, a lista seria enorme de pensamentos para exemplificar as crenças limitantes. O fato é que as crenças limitantes, como o nome já diz, limitam o nosso poder de ação, minam nossa autoestima nos desqualificando, e nos paralisam ou mesmo nos fazem esquivar de objetivos, metas que desejamos, porém alimentam nossos processos de autossabotagem.

CRENÇAS FORTALECEDORAS

Por outro lado, crenças fortalecedoras se tratam de pensamentos que potencializam a nossa autoestima, fortalecem nossa auto aceitação, autorrespeito, promovem  poder de ação, e nos fazem entrar em ação.

Normalmente aprendemos elas em contextos familiares e sociais validantes, estimulantes em que nos sentimos amados, aceitos, acolhidos, respeitados, orientados, aceitos do jeito que somos.

Quando trabalhamos em coaching ou em psicoterapia a mudança de mentalidade, ou seja a construção de repertório de pensamentos e comportamentos saudáveis, procuramos provocar o cliente a entrar em contato com suas evidências de realidade para que possa estruturar pensamentos realistas saudáveis. Alguns exemplos de crenças fortalecedoras:

  • “Eu consigo, é uma questão de treino”
  • “Tudo bem não estar bem”
  • “Desconectar para reconectar. Após descanso e diversão, retorno às atividades produtivas de forma muito mais criativa.”
  • “Tempo é valioso, é prioridade”
  • “Eu mereço”
  • “Eu sou digno(a)”
  • “Eu sou capaz”

E para fechar esta reflexão hoje, vou deixar uma dica para você colocar em prática e reconhecer suas crenças:

  1. Observe-se no seu dia a dia e comece a registrar os seus pensamentos e o que eles falam de você e como interferem no seu comportamento;
  2. Quais emoções eles ativam em você?
  3. Como você age a partir destes pensamentos e emoções?
  4. Estes pensamentos são seus ou você incorporou de outras pessoas?
  5. Quais experiências podem ter contribuído para estas crenças limitantes que reconheceu?
  6. Quais evidências você encontra na realidade de que são realistas estas crenças?
  7. Quais pensamentos alternativos saudáveis e realistas você consegue estruturar para despotencializar suas crenças limitantes.

Pratique e sentira você mesmo os resultados que este pequeno exercício proporcionará na sua mudança de mentalidade sobre você, as outras pessoas, sobre o contexto e sobre seu poder de ação.

IMPREVISTOS: você tem espaço para lidar com eles?

IMPREVISTOS: você tem espaço para lidar com eles?

Vivemos neste momento um contexto com um dos maiores imprevistos da história da humanidade: a pandemia do coronavírus.  E isso no trouxe a reflexão sobre como lidamos com os imprevistos, as incertezas, aquilo que não podemos controlar no nosso dia a dia.

Estes pontos têm sido fator fortíssimo de geração de ansiedade, desconforto, medo, sofrimento para muitas pessoas: o lidar com as incertezas. Mas cada pessoa apresenta comportamentos e reações diversas frente ao contexto.

O fato é que o isolamento social, estratégia de prevenção da propagação do COVID-19, fez fechar temporariamente ou mesmo definitivamente muitas empresas, suspender contratos de trabalho de milhares de pessoas ou mesmo levou a demissão de muitas outras. Isso nos leva a refletir se de fato incluímos espaço na nossa agenda para lida com os imprevistos, se praticamos estratégias preventivas frente a riscos previsíveis ou não. A princípio, parece estranho falar disso, mas no atual contexto se tornou uma questão de sobrevivência.

IMPREVISTOS

Imprevistos são situações que normalmente consideramos como fatores de risco. Alguns podem ser visualizados, mitigados, e outros não. Mas o fato é que se temos um comportamento de tratar e gerenciar riscos previsíveis, temos sim a prática da precaução, do planejamento, da prevenção, e do incluir espaço em nossas agendas e planos financeiros para eventuais imprevistos. Certamente este comportamento contribui e muito positivamente para lidar com momentos de transição, crises, perdas, tanto no aspecto de redução de danos materiais, financeiros, quanto na gestão emocional de perceber que se tem uma reserva de emergência estruturada.

Mas é importante lembrar que os imprevistos também são janelas de oportunidades. Não precisamos ir muito longe para identificar empresas, empreendedores que aumentaram sua margem de lucro e demanda frente a este contexto (apps de delivery, aumento de vagas na área de TI, EAD, entre outros exemplos). Ou seja, o que podemos perceber diante disso é que não são os fatos em si que se mostram como ameaças, mas sim como percebemos e lidamos com eles.

E VOCÊ? TEM ESPAÇO NA SUA AGENDA PARA LIDAR COM IMPREVISTOS?

Esta é a pergunta inicial desta reflexão de hoje, provocar você a pensar em como lida com imprevistos e se você, no seu dia a dia, costuma incluir eles como parte da sua agenda ou se você vive no limite, no fio da navalha, assumindo todos os riscos sem qualquer precaução.

O fato é que a forma como você percebe os imprevistos direciona seus comportamentos em como lidar com ele. Pessoas que focam no curto prazo, em satisfação imediata de necessidades e desejos, normalmente não incluem os imprevistos em suas agendas, porque estão focadas em ser feliz no hoje e ter prazeres imediatos. Com isto, costumam não estruturar reservas financeiras, gastando tudo o que entra. Sendo assim, ficam mais vulneráveis a qualquer imprevisto que surja, também vivenciando impactos imediatos.

Já outras pessoas entendem que imprevistos podem sim gerar prejuízos materiais, financeiros, além de afetar sua saúde emocional. Por conta disso, elas estruturam e fortalecem o hábito de poupar, alimentar uma reserva financeira mínima de 3 a 12 meses de “colchão”, guardar em investimentos de médio e longo prazo, ou seja, não somente pensando no hoje, mas em sonhos que desejam realizar, bem como criar condições de sobrevivência para atravessar momentos de crise. Isto certamente contribui para lidar com eles de forma menos estressora e aberto a oportunidades.

O fato é que não se trata de julgar, avaliar o quanto é certo ou errado um destes caminhos, mas sim você refletir qual deles tem tomado, quais riscos você está disposto(a) a enfrentar, quais perdas e ganhos envolvidas e qual deles faz mais sentido para você.

Como vimos, imprevistos em si não são ruins, depende de como nos relacionamos com eles e das nossas escolhas e hábitos até aqui estruturados. Eles podem sim nos levar a crises, como também gerar oportunidades, a depender exatamente de como caminhamos e nos relacionamos com eles. Enfim, podemos aprender sempre com eles, seja desfrutando destas oportunidades, seja com os prejuízos, impactos e sofrimentos vivenciados a partir deles.

Se até aqui você não considerava nem se relacionava com os imprevistos, o que você está disposto fazer daqui para frente? Quais seus aprendizados frente a este contexto de pandemia que você já teve até aqui e quer levar consigo daqui para frente?

O QUE VOCÊ DECLARA?

O QUE VOCÊ DECLARA?

Você costuma prestar atenção ao que você declara? Costuma prestar atenção ao que você comunica para você mesmo, para os outros e para o mundo? As declarações, afirmações, que você costuma fazer no seu dia a dia? Já prestou atenção o quanto elas interferem no seu comportamento, percepção de si, dos outros e visão de mundo?

Se de repente você não costuma estar atento(a) a isso, vamos fazer juntos este exercício agora. Complete as frases abaixo com o que vier primeiro na sua mente, sem julgamento ou avaliação do que pensar:

  1. “EU SOU________________________”
  2. “AS PESSOAS SÃO_____________________”
  3. “O MUNDO É_____________________”

São 3 perguntinhas simples, mas que muito falam sobre nossa percepção, crenças, visão de mundo, sobre a nossa tríade cognitiva, que são nossos 3 níveis de relacionamento e percepção. Veja:

Estas perguntas também falam do CICLO DA REALIDADE que estruturamos a partir desta tríade cognitiva, dos nossos esquemas emocionais. Nosso cérebro é composto por 100 bilhões de neurônios, mas destes somente 1 bilhão tem função de armazenamento de memórias. Já de cara dá para notar que não é possível armazenar 100% dos inputs de informações que recebemos do meio.

Nós selecionamos as informações que dão concretude à nossa realidade, a partir dos nossos esquemas emocionais que envolvem um conjunto de comportamentos, cognições, emoções, que geram verdadeiros “filtros” do que enxergamos e nomeamos como realidade.

Mas e o que tem a ver o que declaramos com isso? Simplesmente TUDO! O que enunciamos, manifestamos, afirmamos, declaramos, serve para nosso cérebro como comando. Se uma pessoa fala “nossa, eu sou burra, não sou suficientemente boa, não sou competente”, ela dará este comendo ao seu cérebro de modo que ele busque fatos, situações, relações, experiências que confirmem esta crença limitante, ou seja, que confirme esta verdade. Isso significa que o mental desta pessoa estará a todo momento registrando experiências em que ela se perceba assim, confirmando seu ciclo de realidade.

A boa notícia é que podemos modificar esta percepção, transformar nosso ciclo da realidade, a partir de novos comandos, novas declarações que emitimos para nosso sistema, confrontando as antigas percepções, e buscando novas evidências congruentes com esta nova visão que estamos buscando consolidar no nosso sistema. O fato é que quando declaramos algo, seja negativo ou positivo, o nosso sistema buscará congruência com o que entendemos ser verdade, validando elas a partir dos fatos, experiências e emoções que vivemos. Isso é o que entendemos ser a nossa realidade.

Enfim, podemos reprogramar nossas crenças, encontrar novos sentidos, estruturar novas verdades para nosso sistema, e, com isso, alterar nossa percepção a nosso respeito, dos outros, do mundo, da realidade. Isto nós podemos fazer praticando técnicas da PNL (programação neurolinguística) e da TCC (terapia cognitivo comportamental).

No mais, convido você estar mais atento(a) ao que você DECLARA. Perceba o quanto que isso que manifesta como verdade faz você olhar para si, para os outros e para o mundo com lentes “coloridas” ou com lentes “preto/branco”. Perceba que você tem o poder de alterar tudo isso. Não tenha receio de buscar ajuda profissional para trabalhar com você nesta sua transformação. Pedir ajuda é o maior gesto de coragem que você pode ter.

Para ampliar sua leitura e reflexão, deixo estas dicas de links:

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150408_vert_fut_capacidade_cerebro_ml

https://www.tecmundo.com.br/ciencia/16846-cerebro-humano-x-pc-como-eles-se-comparam-.htm#:~:text=Se%20cada%20um%20desses%20neur%C3%B4nios,(1%20milh%C3%A3o%20de%20gigabytes).

https://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Saude/noticia/2016/09/45-fatos-curiosos-sobre-o-cerebro.html

https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Manoel_Lopes_Rodrigues/publication/319617817_Perspectivas_do_estudo_da_mente_da_psicologia_cognitiva_as_neurociencias/links/59b4c0500f7e9b3743524b9a/Perspectivas-do-estudo-da-mente-da-psicologia-cognitiva-as-neurociencias.pdf

CONFLITO: como fazer gestão de conflitos

CONFLITO: como fazer gestão de conflitos

Gestão de conflitos é um daqueles assuntos que interessa a todos exatamente porque  todos nós vivenciamos. Imaginar ou desejar uma vida sem conflitos é simplesmente irreal, ilusão. E como estamos em tempos de pandemia, resolvi escrever sobre este assunto: em casa ou no trabalho, como fazer gestão de conflitos?

O QUE É CONFLITO?

Segundo Berg (2012), a palavra conflito vem do latim conflictus, que significa choque entre duas coisas, embate de pessoas, ou grupos opostos que lutam entre si, ou seja, é um embate entre duas forças contrárias.

Quando falamos de conflito, ou estamos vivenciando ele, percebemos, assim, que existem dimensões antagônicas que o configuram. Sejam antagonismos internos (EU X EU), sejam antagonismos externos (EU X OUTRO ou EU X MUNDO).

Estes antagonismos geram tensão porque eles se contrapõem e criam uma situação dilemática, ou seja, um ponto de estresse, desacordo, discordância, divergência, em que interesses, necessidades e/ou direitos se apresentam desrespeitados, desconsiderados e/ou ameaçados.

MAPEANDO CONFLITOS

Por exemplo: quando vivenciamos um conflito interno (EU X EU), podemos experienciar uma vontade de mudar algo em nós, transformar, realizar algo diferente que se contrapõe ao movimento interno de resistência em permanecer na zona de conforto, no que já é conhecido para nós, no que já sabemos lidar até aqui. O conflito, neste caso, se dá na tensão entre mudar X permanecer, ou seja, direcionar forças para fazer diferente, ou continuar no automatismo, no estático, no que já é conhecido.

Agora vamos pensar num exemplo EU X OUTRO, que muitos devem estar vivenciando neste momento de distanciamento social, por não estarmos acostumados a ficar 24hs com nossos familiares, parceiros, filhos, colegas de moradia, bem como muitos também não estavam acostumados ao home-office (teletrabalho). Foque neste momento em alguma situação de conflito com 1 pessoa que você tenha vivenciado ao longo desta quarentena ou esteja vivenciando neste momento com alguém, seja em casa ou parte da sua equipe no seu trabalho.

Faça-se as seguintes perguntas:

  • Qual foi o estopim da situação? O que exatamente deflagrou o conflito?
  • Qual ou quais pontos estavam sendo reivindicados por você e pelo outro? O que se mostra divergente entre estas reivindicações?
  • Alguém cedeu ou está disposto a ceder, flexibilizar?
  • O que significa ceder / flexibilizar para você? E para o outro?
  • Qual ou quais motivos estão por trás da manutenção do conflito? E da busca de resolução?
  • O que preciso aceitar para seguir rumo à resolução? E o outro?
  • Quero resolver efetivamente ou quero ganhar nesta situação X o outro?

Talvez neste exato momento você esteja pensando “mas Lilah, sinceramente, na hora que a coisa está pegando fogo eu não penso nestas perguntas!”. Sim, super acredito. Mas a questão é: e quando você se distancia momentaneamente minimamente do conflito? E quando você consegue estar presente e prestar atenção efetiva no que está acontecendo, mesmo que o outro não esteja fazendo isso? O que você faz com tudo isso?

Estas perguntas propostas acima são exatamente para serem praticadas neste momento de distanciamento momentâneo ou suspensão temporária do conflito, ou seja, nos momentos que o conflito ainda não foi resolvido, gerando espaço de reflexão e busca de soluções.

Agora pensando numa situação exemplo EU x MUNDO, ou seja você na comunidade, você parte do mundo x problema real (exemplo: pandemia COVID-19). Como que você poderia trazer estas perguntas para gerenciar o conflito seu X contexto? Confira algumas possibilidades abaixo:

  • Qual foi o estopim da situação? O que de fato está acontecendo e gerando o conflito?
  • Qual ou quais pessoas estão envolvidas no conflito/situação?
  • Qual ou quais pontos estão sendo reivindicados? O que se mostra divergente entre estas reivindicações x contexto/situação?
  • Você tem poder de ação frente ao contexto? O que você pode fazer para gerenciar este conflito/situação da melhor forma?
  • Quais vantagens e desvantagens em resistir, negar, contrariar o contexto?
  • Quais vantagens e desvantagens em ceder, flexibilizar, aceitar o contexto?
  • Qual ou quais alternativas envolvem mais vantagens e benefícios a todos os envolvidos x contexto/situação?
  • O que preciso aceitar para seguir rumo à resolução? E os outros?

GESTÃO DE CONFLITOS

A questão é que ouvimos muito a seguinte frase: “odeio deixar as coisas em aberto, odeio esperar, odeio deixar um problema sem solução.” De fato, quando temos um conflito em andamento, ou uma questão em aberto, vivenciamos emoções as mais diversas, inclusive desagradáveis. Mas estamos acostumados e somos incentivados por nossa sociedade a sermos resolutos, a entender que tomar decisões precisam ser rápidas e de preferência imediatas. Porém esquecemos que quando fazemos isso o tempo todo, deixarmos de prestar atenção noutras possibilidades, nas reais necessidades envolvidas em cada situação dilemática, e que tomadas de decisões e solução de problemas podem ser construídas ao longo do processo.

A proposta deste artigo de hoje foi ampliar nossa reflexão sobre gestão de conflitos. De lembrar-nos que solucionar ou gerenciar conflitos vai muito além de evitar novos, ou de solucioná-lo rapidamente, muitas vezes buscando apenas “nos livrar” dele.

Gerenciar conflitos envolve:

  • Entrar em contato com os interesses, necessidades, direitos dos envolvidos;
  • Questionar se o conflito em questão é relevante e qual grau de impacto;
  • Identificar oportunidades e ameaças que a situação apresenta;
  • Identificar e reconhecer o grau de poder de ação dos envolvidos x contexto (“o que está ao meu alcance para agir, fazer, resolver e superar este problema?”)
  • Aguçar a curiosidade e pensar criativamente;
  • Construir alternativas para a resolução do conflito, de preferência contemplando máximo benefício e menor impacto a todos envolvidos;
  • Lembrar que mudanças e transformações são impulsionadas pelos conflitos e sempre promovem aprendizados a todos os envolvidos que estejam abertos para eles.

Para saber mais:

BERG, Ernesto Artur. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2012.

https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/conflitos-transformando-em-oportunidades/

TRABALHO E FAMÍLIA: como conciliar em tempos de pandemia

TRABALHO E FAMÍLIA: como conciliar em tempos de pandemia

Todos fomos levados a colocar em prática o distanciamento social como uma das estratégias de combate ao corona vírus, de conter a curva de propagação do vírus, proteger-nos e proteger nossos familiares, assim como não colapsar o sistema de saúde. Todos tivemos de ficar em casa sem previsão, e com isto vieram muitos desafios , dentre eles o conciliar do trabalho com os cuidados com a família. Para ajudar neste desafio, deixo aqui 4 dicas para você:

  • TAREFAS DOMÉSTICAS: procure envolver todos os familiares que estejam em plenas condições de saúde nos cuidados com a casa e tarefas domésticas. Quando fazemos juntos, dividindo as tarefas, dedicamos menor tempo e ninguém fica sobrecarregado sozinho. As crianças também podem ajudar em algumas tarefas apropriadas para sua faixa etária, é uma forma de educa-las sobre a importância da organização, responsabilidades, e elas se sentirem participantes ativas;
  • TRABALHO: exigir-se ter a mesma rotina que você tinha quando no escritório, empresa, ou outro trabalho que você fazia antes fora de casa é simplesmente irreal. O contexto mudou, a rotina é outra, os recursos não são os mesmos. Então procure dividir sem tempo entendendo que o trabalho é parte do seu dia e não a única e mais importante atividade a dedicar seu tempo. Cuidar de si e da sua família é muito importante e demanda tempo. Procure distribuir suas atividades profissionais ao longo da semana e combine com eles qual horário você focará nele e que não poderá ser interrompido com distrações;
  • ROTINA PARA TODOS: procure negociar com todos os envolvidos como será a rotina da família, bem como as individuais, incluindo as crianças. Quais tarefas precisam ser cumpridas, horário das refeições, quem sairá se necessário for, horários para dormir, refeições, atividade física e incluir tempo para lazer, descanso, diversão juntos. É preciso manter corpo, mente e espírito saudáveis para atravessar esta jornada da melhor forma possível;
  • APOIO, ESCUTA, ACOLHIMENTO, COMPAIXÃO: todos neste contexto estão expostos a alto grau de estresse com as mudanças de rotina, preocupação extrema com a saúde e preservação, o que nos faz vivenciar muitas experiências psicoemocionais, mudanças de humor súbitas, mudanças comportamentais. É preciso que todos se apoiem, compartilhem as vulnerabilidades, peçam e ofereçam ajuda e acolham os momentos de fragilidade uns dos outros. Apoio, escuta e pertencimento é fundamental para fortalecer a resiliência individual e do núcleo familiar.

Estas dicas foram pensadas para otimizar o dia a dia da família como um todo, entendendo que todos são corresponsáveis pelo lar, pelo bem estar e qualidade de vida do coletivo em domicílio. É fundamental aceitar o contexto que estamos vivendo e nos colocarmos abertos a buscar as melhores soluções ao alcance, ainda que temporárias frente ao contexto maior de incertezas.

Agora é hora mais do que nunca de pensarmos no todo, no que é melhor considerando todos os envolvidos e não focar nos interesses individuais para não sobrecarregar ninguém, muito menos gerar conflitos familiares desnecessários, quando já estamos diante de tantos outros problemas tão mais relevantes que nos exigem diariamente muita energia, discernimento, disciplina e aceitação para encarar o contexto macro. Vamos focar no que realmente importa neste momento. Desejo boa sorte e sabedoria a você e sua família para colocar em prática estas dicas e promoverem juntos um ambiente mais saudável e colaborativo para atravessar esta pandemia com os menores impactos.